Celebrar é envolver-se com o rito, é tomar parte em cada momento, com as disposições necessárias para aproveitar o máximo deles, em vista de uma experiência profunda do Deus da vida. É permitir que a estrutura da celebração esteja a serviço do louvor de Deus e da santificação de cada participante, colocando dons e talentos à disposição da comunidade orante.
De modo especial, na celebração da Primeira Eucaristia, é muito importante que os catequizandos sintam-se, de fato, celebrantes e não meros expectadores ou, pior ainda, os atrativos da festa litúrgica. Essa participação é fruto de uma tomada de consciência do verdadeiro sentido da celebração e de um envolvimento de todos eles na sua preparação.
Um tempo razoável é necessário para que a Missa da Primeira Eucaristia seja bem preparada pelo grupo. Uma alternativa interessante é preceder a Festa Eucarística de outros encontros celebrativos, na própria caminhada catequética, tendo por base os temas eucarísticos. As várias dimensões da Eucaristia podem ser aprofundadas em retiros espirituais ou outras formas de reflexão.
A celebração da Primeira Eucaristia será tanto mais participada pelos catequizandos quanto mais eles próprios se sentirem responsáveis por ela. É importante que as sugestões partam deles e não sejam impostas por outros, mesmo que sejam modificadas segundo as possibilidades, dentro de um processo de formação litúrgico-catequética. É de muito proveito que as várias tarefas e funções sejam distribuídas com bastante antecipação, para uma assimilação maior, inclusive daqueles detalhes que exigem prática.
Também se mostra essencial que haja o cuidado da equipe de coordenação para que os textos bíblicos propostos para a Missa (se for domingo, solenidade ou festa litúrgica, os próprios do dia) sejam aprofundados pelo grupo. Podem fazer parte do roteiro dos retiros preparatórios, ou mesmo dos temas a serem tratados nos encontros que antecedem a data. Os cantos devem ser exaustivamente ensaiados, já que constituem parte integrante e bastante significativa da celebração. Valorizem-se as procissões próprias da celebração e demais oportunidades que o rito oferece para envolver outros catequizandos, pais e representantes da comunidade. Assim, fica bem evidente o caráter comunitário da Eucaristia.
Da parte dos presbíteros, é fundamental que conheçam bem os catequizandos, estejam entrosados com eles, os acompanhem no itinerário preparatório e cumpram seu ministério da presidência com muita alegria e espírito de acolhida. É uma excelente ocasião para aprofundar o sentido da Eucaristia na vida pessoal e comunitária e mostrar as consequências vivenciais de tão importante Sacramento no cotidiano da assembléia ali presente.
Pe. Vanildo de Paiva
Especialista em Catequese e Liturgia e professor do IRPAC
A realização da Festa Eucarística na qual os catequizandos comungarão, pela primeira vez, o Pão e o Vinho consagrados, deve ser bem preparada pelos próprios catequizandos e seus catequistas, contando com a ajuda das equipes de liturgia e demais membros da comunidade. A dimensão comunitária da Eucaristia precisa aparecer desde o processo de planejamento da celebração. Assim, a Missa será o cume de uma caminhada de irmãos! Apresentaremos alguns elementos importantes, relativos à festa eucarística.
A “consciência eucarística” do catequizando
Uma das questões mais polêmicas gira em torno da idade que o catequizando precisa ter para que faça a sua Primeira Eucaristia. Em nome disso, a quantos casuísmos e confusões já temos assistido em nossas comunidades! Normatizar idade é desconsiderar os principais elementos da caminhada catequética: o crescimento pessoal e engajamento comunitário do catequizando.
Ainda que a comunidade deva estabelecer uma idade média para que uma criança faça sua Primeira Eucaristia, o que ajuda a organizar e oferece um critério para resolver questões práticas, esse critério jamais deve ser o principal e único. O mais importante é avaliar a caminhada feita pelo catequizando, seu nível de maturidade na fé (ainda que relativa e progressiva!), seu comprometimento com o processo catequético e com a vida da comunidade, o gosto que manifesta em participar das celebrações litúrgicas, e, especialmente, o testemunho de partilha e solidariedade que ele dá, no dia-a-dia. Jamais se qualifica um catequizando como “preparado” para a vida eucarística medindo o quanto ele sabe teoricamente sobre os ensinamentos de Jesus e da Igreja. O “teste” melhor é o da sua vida diária!
O Diretório Nacional de Catequese, nos números 312 e 313, confirma essa reflexão e apresenta algumas outras considerações relevantes sobre essa questão da idade e da maturidade do catequizando. Diz, enfaticamente, que “antecipar a idade para a celebração dos sacramentos pode ser, para muitos, antecipar a fragilidade da fé no cotidiano da vida e o distanciamento da vida da comunidade”.
Conclui-se, então, que o processo de avaliação de um catequizando, para que se perceba sua “consciência eucarística”, jamais pode ser feito somente pela catequista que fez a caminhada com o grupo e, muito menos, em cima da hora. O próprio catequizando precisa sentir-se sujeito do seu processo de amadurecimento e ser continuamente interpelado quanto à sua adesão à vida eucarística. Fundamental importância tem, também, a sua família, primeira responsável por sua educação na fé. Por isso, o diálogo com os pais e demais membros da família do catequizando deve ser contínuo, apesar de todas as dificuldades que os catequistas encontram para fazer essa interação. Também outros membros da comunidade podem e devem auxiliar no acompanhamento da trajetória de fé dos catequizandos (padrinhos, professores, amigos, padres, etc.).
Pe. Vanildo Paiva
Especialista em Catequese e Liturgia
Os sacramentos da Igreja primitiva
Dentro do Catecumenato original, nos primeiros séculos da Igreja, os chamados Sacramentos de Iniciação Cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma) aconteciam de modo totalmente integrado ao processo da Catequese, em um momento de plena maturidade da pessoa para a vida cristã. Não eram considerados como fins em si mesmos, mas como uma fonte sempre renovadora da fé, em vista do testemunho a ser dado numa história difícil e desafiante. Eram preparados de modo gradual, sistemático e vivencial, passando o catecúmeno (adulto que se preparava para a vida cristã) por diversas outras celebrações que o conduziam à experiência sacramental e mistagógica. O dramático desaparecimento histórico do Catecumenato fez com que esses sacramentos se separassem, e, até hoje, padecemos de sua falta de unidade teológica, litúrgica e também catequética.
A “Primeira Eucaristia”
Para grande parte de catequizandos e pais – e infelizmente para muitos catequistas também!- a chamada “Primeira Eucaristia” acaba sendo uma meta da catequese, um ponto de chegada, e não um dos importantes momentos celebrativos, ou algo que se integra à vida do catequizando, em vista da vivência madura e comprometida da fé. Tudo gira em torno da sacramentalização, do dia “tão esperado da Primeira Eucaristia”, como se todo o processo catequético tivesse como única finalidade a preparação para essa celebração. Perde-se a noção de catequese permanente, durante toda a vida. Chegar à “Primeira Comunhão” passa a ser o objetivo dos quatro ou mais anos de caminhada catequética e, quando chega essa ocasião, é como se um “diploma” de bom cristão fosse conferido ao catequizando. Essa maneira reducionista de encarar a Eucaristia deve ser revista seriamente.
A começar, as expressões “Primeira Eucaristia” e “Primeira Comunhão” sugerem alguns equívocos e reforçam noções limitadas desse Sacramento. Até que o catequizando comungue, pela primeira vez, o Pão e o Vinho consagrados, de quantas celebrações eucarísticas ele já participou? Quantas vezes ele já experimentou a alegria da comunhão fraterna da assembléia litúrgica, ao rezar “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo”? Quantas ele vezes já comungou da Palavra de Deus, alimento servido aos fiéis em cada celebração da qual participou com seus pais e com outras crianças? Certamente não será a sua “primeira”... Chamar de “Primeira Comunhão” àquela celebração, não seria reduzir toda a riqueza da Eucaristia ao fato de comer o Corpo e beber o Sangue de Cristo sob as formas do pão e do vinho, ainda que seja esse um momento solene, de riqueza espiritual imensurável?
Seria mais coerente considerar a “Primeira Comunhão” Eucarística como o cume, ponto mais alto das várias comunhões que o catequizando é chamado a fazer, no seu itinerário de crescimento na fé. Elas precedem e dão maior sentido à comunhão eucarística: a comunhão com o cosmos, o universo, o mundo em que vivemos; a comunhão de amor e fraternidade realizada na vivência familiar; a comunhão com os irmãos da comunidade-Igreja; a comunhão com o irmão empobrecido, necessitado, etc.
Pe. Vanildo Paiva
Especialista em Catequese e Liturgia e professor do IRPAC
Elementos importantes para a Preparação e Realização da Celebração Catequética
Há elementos comuns a toda celebração, seja ela uma missa ou um momento celebrativo no próprio lugar onde acontece o encontro catequético. Esses elementos dão uma coerência interna ao esquema da celebração e ajudam a tornar a oração mais interada com a vida, o que leva a uma espiritualidade profunda, autêntica e libertadora.
O objetivo da celebração
As diversas situações da vida e as próprias necessidades percebidas pelo catequista oferecerão motivos para que as celebrações sejam realizadas. Pequenos momentos celebrativos podem surgir espontaneamente, principalmente se o grupo estiver acostumado a eles e se o catequista se sentir preparado para uma certa “improvisação”. Essa não é sempre aconselhada. Pelo contrário, nada melhor do que preparar com antecedência, pensando melhor no esquema geral, no material necessário e nas funções dos membros do grupo durante a celebração.
Assim como as situações que levam a rezar são muitas, também os estilos de oração podem variar bastante. Algumas celebrações serão penitenciais, outras de louvor e ação de graças, outras de renovação de compromissos com a fé e com a Palavra ouvida.
O contexto do grupo celebrante
Nem todas as pessoas celebram do mesmo modo, entendem a mesma linguagem ou partilham de um mesmo universo simbólico. Há um estilo próprio das crianças, outro dos jovens, outro dos idosos. A celebração numa comunidade rural ou em uma periferia de cidade grande certamente contará com elementos, palavras, sinais um pouco diferentes de uma celebração em pleno contexto urbano. Se o grupo é bem diversificado, bem heterogêneo, será necessário optar por uma linguagem que seja compreendida por todos. Por isso é preciso tomar cuidado com celebrações “importadas”. Será preciso sempre adaptar o esquema celebrativo à realidade do grupo celebrante.
A referência constante à vida
Celebramos, não para nos esquecermos da vida, da realidade em que vivemos, mas para encontrar, na oração, a força necessária para assumi-la com entusiasmo e coerência. Por isso, a referência à vida deve ser constante nos momentos celebrativos. Todo e qualquer tema diz respeito ao modo como vivemos e aos acontecimentos de nossa história, a começar pela realidade mais próxima de nós (família, comunidade, bairro, cidade, país, etc). Uma celebração, por mais bonita que seja, se não contemplar os fatos da vida e não conduzir os celebrantes a eles, será pura alienação. É preciso olhar o dia-a-dia do povo sofrido e de tantas pessoas que lutam por um mundo melhor, com seus problemas, angústias, conquistas e alegrias...Esse olhar torna a celebração fecunda.
Pe. Vanildo Paiva
Mestrando em Psicologia e especialista em Liturgia e Catequese
Elementos importantes para a Preparação e Realização da Celebração Catequética
Apresento, a partir desse artigo, algumas dicas de como preparar e realizar bem uma celebração catequética. Não são receitas prontas e infalíveis, até porque elas não existem. Contento-me em partilhar algumas experiências que têm dado certo em inúmeras comunidades, o que serve de base para que cada catequista possa elaborar suas próprias celebrações, a partir do perfil de sua comunidade e do grupo de catequizandos.
Antes, porém, de partilharmos essas vivências, faz-se necessário elencar alguns elementos a serem considerados no momento de preparar uma celebração catequética.
O que e quando celebrar?
Se celebrar é “tornar célebres” os acontecimentos da vida, referindo-os à imensa bondade de Deus, é certo que tudo o que se passa na nossa existência é motivo de celebração. Naturalmente, alguns acontecimentos são menos significativos e outros mais. Nem tudo merece a mesma atenção ou valorização, ainda que tudo seja vida e nada escape ao coração de Deus. A própria experiência das pessoas e dos grupos vai apontando para certos eventos que precisam ser celebrados, sejam eles alegres ou tristes, vivências de calvário ou de ressurreição. Nessa hora, o bom senso e o discernimento do catequista funcionarão como antena a captar os fatos do cotidiano que serão levados para a celebração.
Assim, a partir do contexto de cada grupo, surgirão ocasiões importantes para uma Catequese celebrativa. Fatos como o nascimento ou morte de alguém; as pequenas e grandes conquistas de pessoas e da própria comunidade; a memória das testemunhas da fé – especialmente os padroeiros!-; os principais momentos do ano litúrgico; os temas mais fortes dos encontros catequéticos; valores importantes da convivência, como a partilha, o perdão, a paz, a solidariedade, a amizade, o amor; tudo isso pode ser traduzido em bonitas celebrações... O importante é não deixar que essas ocasiões passem despercebidas!
Celebrar “a” catequese
Mais que “celebrar na Catequese”, precisamos “celebrar a Catequese”, isto é, celebrar a caminhada de crescimento na fé, no amor, na esperança, na construção do Reino de Deus. Para isso, é necessário superar uma visão um tanto quanto superficial da oração, muitas vezes reduzida a um apêndice da catequese e da vida.
Orar não é simplesmente recitar fórmulas, num ritualismo vazio e enfadonho. As orações oficiais da Igreja (Pai-nosso, Ave-Maria, Creio, Vinde Espírito Santo, etc), surgiram de contextos de profunda espiritualidade e vivências de fé. Historicamente, percorreram estradas longas e difíceis, desde a inspiração bíblica até sua formulação, e não podem ser reduzidas a simples textos decorativos. Elas são oração, levam à oração, desde que inseridas num contexto de fé e de vida mais profundos. Não se prestam a meras repetições, muitas vezes desprovidas de sentido.
A oração, o que estamos chamando aqui de celebração, é muito mais do que recitar palavras no começo ou no final do encontro catequético. Ela perpassa todo o encontro, pode estar presente nos símbolos usados, na Palavra proclamada, nas canções entoadas com fé, nos gestos concretos que brotam da aplicação do tema à vida... No entanto, isso não acontece ao acaso, mas de maneira bem pensada e preparada pelo catequista.
Pe. Vanildo Paiva
Mestrando em Psicologia e especialista em Liturgia e Catequese
“Fazendo é que se aprende”, vive dizendo o nosso povo! Essa sabedoria retrata bem a dimensão prática da nossa vida e aplica-se à catequese frente à sua missão de iniciar o catequizando à vida litúrgico-sacramental. Podemos até ir mais além, afirmando que este “aprender” não se refere apenas ao aspecto dos conhecimentos, mas, sobretudo na liturgia, visa ao encantamento, ao despertar da sensibilidade para o contemplativo, o simbólico e o orante, dimensões fundamentais para que a vivência litúrgica se dê com proveito e satisfação. Aqui cabe outro ditado: “ninguém ama o que não conhece”!
Uma situação ocorrida há muitos anos não me sai da cabeça: uma catequista, aflita, me procurou, se sentindo fracassada em sua missão. Tudo isso porque sua catequizanda, de sete anos de idade, havia lhe perguntado: “catequista, por que tem um micro-ondas lá na capela”? Tratava-se de um sacrário de aço, de forma retangular, ao qual a menina vinha observando há dias, até que não conteve a pergunta. Procurei mostrar à catequista o quanto a criança havia sido inteligente em sua comparação, bem como a necessidade de uma catequese mais iniciática ao mundo simbólico que compõe a liturgia, mundo esse tão distante do cotidiano de nossas crianças (e também dos adultos!).
Não se trata, portanto, de uma catequese expositiva, que fale sobre liturgia, suas orações e riquezas simbólicas, mas de uma catequese que leve a experiências, verdadeiras vivências dessa riqueza simplesmente desconhecida – e por isso mesmo ignorada! – da nossa liturgia. O documento 11 da CNBB é preciso ao afirmar: “Os catequistas devem se empenhar nessa tarefa, a fim de que as crianças, conscientes de um certo sentido de Deus e das coisas divinas, experimentem, segundo a idade e o progresso pessoal, os valores inseridos na celebração eucarística, tais como: ação comunitária, acolhimento, capacidade de ouvir, bem como a de pedir perdão, ação de graças, percepção das ações simbólicas, da convivência fraterna e da celebração festiva.”
Por isso falamos de celebrar a catequese, e não na catequese. Celebrar o processo catequético e não apenas de vez em quando, por conta de ocasiões especiais e tão raras. É fundamental que o catequista esteja atento ao que acontece no dia a dia da sua comunidade, na vida das crianças, no calendário litúrgico da Igreja e nos temas propostos no itinerário catequético. Tudo é motivo de celebração e se presta à iniciação dos catequizandos ao mistério litúrgico, que se vale dos sinais e palavras para se revelar e tocar nosso coração, fortalecendo a nossa fé e vida cristã.
É no decorrer dos encontros catequéticos que uma vela, por exemplo, passa a ser respeitada como sinal litúrgico, “veículo” da mensagem de fé no Ressuscitado ou da graça batismal, e não apenas um pedaço de cera. É no processo catequético que um sacrário, não importando seu modelo, deixa de ser uma obra de arte ou um micro-ondas e passa a ser lugar especial da presença do Cristo Eucarístico, também alimento para nossa vida, comida a ser servida na grande refeição dos discípulos de Jesus, cujo alimento é seu próprio Corpo para a vida do mundo.
Pe. Vanildo Paiva
Especialista em Catequese e Liturgia, professor do IRPAC
O simbólico como expressão da fé
Nossa experiência religiosa é marcada por inúmeros símbolos que a compõem e a possibilitam. Toda religião precisa sempre de ritos, livros e objetos sagrados, sons e outros elementos que funcionem como pontes que levam a pessoa ao encontro do Transcendente ou lhe expressem essa relação espiritual.
O Cristianismo é uma religião na qual os símbolos têm fundamental importância. É muito difícil, senão impossível, imaginar o Catolicismo sem a cruz, as velas, o incenso, o pão, o vinho, a água abençoada, o óleo, as imagens...Eles deixam transparecer o convite generoso de Deus à comunhão com Ele e seu desejo de que tenhamos uma vida feliz. Chamam-nos à profundidade do Mistério e despertam em nós a vontade de irmos ao seu encontro.
O símbolo sagrado tem o poder de representar, no seu aspecto sensível, realidades invisíveis. Deus, que não vemos e não tocamos, pode ser evocado e tornar-se presente na vida de quem crê, pela mediação simbólica. Comemos o Pão consagrado e experimentamos a presença do Ressuscitado em nós. Assimilamos seu corpo e sua missão. Tornamo-nos hóstias para o mundo, gerando comunhão e espalhando as sementes da vida.
O corpo como lugar teológico
É comum nós ouvirmos dizer que “o corpo fala”. Sem o corpo, a pessoa não pode estar presente no mundo e trazer o mundo para dentro de si, dar significado aos sinais sensíveis, comunicar-se com os outros, no dom de si e na acolhida do próximo como dom, revelar a riqueza de seu espírito.
Fazer com que o corpo seja experimentado como lugar teológico é missão e desafio para a catequese e para a Liturgia. "Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1Cor 3,16), já dizia São Paulo. É necessário relembrar também hoje: o nosso corpo é lugar da presença de Deus. Respeitar o corpo próprio e o alheio, tratá-lo com dignidade, valorizar o irmão empobrecido para que seu corpo não padeça as conseqüências da miséria, são verdadeiras experiências do Deus da vida e do amor.
Sendo o corpo a “estampa da alma”, a expressão do homem e da mulher interiores, também ele é um meio importantíssimo para a oração, a celebração da fé, o louvor de Deus. Infelizmente, ainda não sabemos celebrar com todo o nosso ser, incluindo as manifestações corporais. Estamos caminhando para isso, mas esbarramos em inúmeras dificuldades. Fomos acostumados a rezar com palavras e idéias. Muitas vezes o corpo até se torna um incômodo, apresenta dificuldades. Nossas liturgias tradicionais privilegiaram o discurso racional e teorizaram a experiência de Deus. Os poucos gestos sugeridos pela liturgia foram enquadrados nas rubricas e normas a serem estritamente observadas, funcionando como uma camisa de força. A visão moral de que o corpo era ocasião de pecado levou a uma exclusão quase total da expressão corporal espontânea dos ritos litúrgicos, sem falar de outras conseqüências dessa concepção.
Os símbolos, que ocupam dimensão importante da experiência ritual, poderão ser melhor compreendidos, se fizerem parte do dia-a-dia dos catequizandos e da assembléia celebrante. Para isso, a catequese pode e deve trabalhar com os sinais sagrados, introduzindo os catequizandos ao seu sentido, sem a pretensão de esgotá-lo. Há muitas maneiras de se acender uma vela, por exemplo. Pode-se simplesmente riscar um fósforo, sem nenhuma “cerimônia’”, como também se pode explorar seu significado mais profundo pelo tato, pela visão da luz, pelo calor... sobretudo, pela fé, é possível que ela deixe de ser um amontoado de cera para significar a presença iluminadora de Deus, que guia, orienta, aquece a nossa vida. Isso vale também para a cruz, o pão, o vinho, as flores, a água, as cores, etc. O mesmo vale para os gestos e expressões corporais.
Pe. Vanildo Paiva
Mestre em Psicologia e especialista em Liturgia e Catequese
O simbólico no nosso dia a dia
Um simples cafezinho, oferecido com espírito de acolhida e generosidade, pode dizer infinitamente mais do que muitos discursos sobre a amizade. O bilhetinho do primeiro amor, guardado a sete chaves; a toalha bordada à mão pela avó; e aquela caneca de metal esmaltado, a preferida do papai, são exemplos de que as coisas falam à nossa mente e, principalmente, ao nosso coração. Elas tornam as pessoas e acontecimentos eternos para nós...
Assim, o simbólico está presente em toda a nossa vida e nos dá condições de nos relacionarmos com o mundo e, especialmente, com as outras pessoas. Os símbolos são atalhos que facilitam a expressão de nossas idéias e sentimentos. Um símbolo tem o poder de transpor barreiras e evidenciar o que está escondido dentro de nós. O gesto de dar uma flor, por exemplo, pode ter sentidos múltiplos. Só quem oferece ou quem recebe a flor pode captar todo o significado desse gesto tão comum e, ao mesmo tempo, tão especial.
O simbólico na vida religiosa
Na experiência religiosa e mística, os símbolos ocupam lugar especial. Para nós, cristãos, a cruz condensa em si a grandeza do amor de Cristo, que fez dela instrumento de nossa salvação. É muito fácil entender que a luz de uma vela nos comunica a certeza da presença de Deus, experimentada pela fé, ou a mensagem de que a vida sempre triunfa. A água evoca a bênção poderosa de Deus, que dá a vida, nos sacia de graças e renova a nossa existência com seu amor, e assim por diante.
Os sinais sagrados permeiam nossa vida de fé e nos ajudam a expressá-la e aprofundá-la. A Catequese e a Liturgia, ao nos possibilitarem a experiência do sentido dos símbolos, vinculando-os ao Mistério Pascal de Cristo e do cristão, criam os ritos, organizam as celebrações e nos fazem perceber os constantes apelos de Deus em nosso cotidiano.
O poder do símbolo
O poder do símbolo vai muito além da dimensão racional da pessoa. Ele a envolve por inteira: corpo, mente, espírito, afetos, emoções... Sentimentos e pensamentos que nem sempre são expressos convenientemente por palavras ou definições, o são rapidamente pela mediação simbólica. Muitas vezes se diz mais do que se queria dizer, ou o que nem se queria dizer, através de um símbolo ou de um gesto. O símbolo dispensa muitas interpretações impostas por conveniências. Fala por si mesmo e nisso reside toda a sua riqueza. Não é fechado no seu sentido, ainda que, numa determinada cultura ou grupo, seu significado possa ser partilhado e tornado comum. Querer explicar um símbolo é, de alguma maneira, empobrecê-lo. É bom deixar que ele fale por si mesmo.
Um objeto, sinal ou gesto, é simbólico quando congrega as pessoas, faz com que comunguem idéias e sentimentos semelhantes e partilhem um chão comum de valores. Não nivela, mas aproxima e cria unidade. Não dispersa e nem confunde. Isso seria diabólico, e não simbólico. Diabólico, no sentido exato do termo, é tudo aquilo que dispersa, dificulta a unidade, afasta as pessoas. Como diz São João, o diabo é o pai da mentira( cf. Jo 8,44).
Pe. Vanildo de Paiva
Filósofo e teólogo, autor do livro “Catequese e Liturgia: duas faces do mesmo mistério”
1. A reforma feita por Lutero
O início do século XIV marcou definitivamente a história do Cristianismo com a Reforma Protestante. Lutero, descontente com a atuação da Igreja, do clero e sensível à necessidade que o povo tinha de instrução, levanta a voz e denuncia uma certa anarquia da Igreja. Ele queria os pastores mais perto do rebanho, dando-lhe alimentação doutrinal e espiritual. Colocou a “Bíblia” na mão do povo e organizou um catecismo para instruí-lo. Infelizmente faltou diálogo de ambos os lados, da parte da Igreja e dos reformadores, mas é importante avaliar a reação de Lutero de modo mais justo e dentro do seu contexto realmente insatisfatório!
2. O Concilio de Trento
A resposta da Igreja veio com o Concílio de Trento (1545-1563) e com os consequentes catecismos da doutrina cristã católica, comuns até pouco tempo. Para fortalecer a base doutrinal dos adultos e das crianças, a Igreja investiu na catequese formal, organizando salas de estudo e vinculando catequese à doutrinação nas escolas paroquiais. Começou o tempo dos conteúdos a serem decorados e das famosas “perguntas e respostas”.
A liturgia foi se distanciando do povo. A língua deixa de ser a de cada povo com a unificação do latim e sua obrigatoriedade. Adotou-se, para os ritos, um conjunto de símbolos, objetos, roupas e normas próprias da Europa. Muitas celebrações chegaram a parecer verdadeiros “teatros” ou “óperas” pela suntuosidade e dimensão espetacular.
Mas o maior prejuízo litúrgico ainda não foi esse das exterioridades! Também seu conteúdo se esvaziou, pois o próprio Mistério Pascal foi ficando de escanteio, cedendo lugar a devoções. O que acontecia na igreja era bonito de se ver, mas tinha pouca relevância na vida prática do cristão. A própria missa foi reduzida a uma entre tantas devoções, ainda que obrigatória. Até a Eucaristia servia mais para ser exposta, vista, contemplada, adorada, enquanto perdia-se a dimensão da ceia e do sacramento da união do cristão com a causa de Jesus Cristo!
3. O divórcio entre catequese e liturgia
Catequese e Liturgia se separaram drasticamente. A primeira foi reduzida a conceitos, tais como: lista de mandamentos, de pecados, de obras de misericórdia, definições doutrinais, como evitar o inferno, etc. A Liturgia, por sua vez, transformou-se, para o povo, numa grande farmácia, tendo os sacramentos como remédios e os padres como “médicos” credenciados para a função.
Foi necessário que o Espírito Santo, Eterno Renovador da Igreja, soprasse forte e iluminasse a mente de João XXIII – que teve a ousadia de afirmar em meados do século XX: “Não é o Evangelho que muda; nós que começamos a compreendê-lo melhor. Chegou o momento de reconhecer os sinais dos tempos, de aproveitar a oportunidade e olhar longe”. E o Concílio Vaticano II veio resgatar os autênticos valores cristãos dispersos nos dois mil anos de Cristianismo!
Pe. Vanildo Paiva
Mestrando em Psicologia e Professor do IRPAC
15.06.2012
1. As primeiras comunidades cristãs
As primeiras comunidades cristãs nasceram com uma grande certeza que as sustentava e as impelia ao anúncio do Mistério de Cristo e ao cumprimento do que Ele próprio havia ordenado: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16,15). Essa certeza, que constituiu o conteúdo central do seu anúncio, o chamado kerigma, consiste na ressurreição de Jesus (cf. At 2,22-24). Portanto, o Mistério Pascal -com ênfase na Ressurreição do Crucificado- e suas consequências para a vida prática são o cerne, o foco mais importante da catequese, da liturgia e de toda a vida cristã.
2. Crer o que se reza, rezar o que se crê
O cristianismo nascente pouco a pouco foi se separando dos costumes judaicos, ainda que tenha conservado muitos dos seus elementos preciosos. A participação na sinagoga, o shabáth (sábado) e os rituais litúrgicos foram sendo substituídos por novas práticas. Os irmãos se encontravam nas casas e às escondidas, pois a “nova religião” não era aceita. Nesses encontros, aos domingos, faziam a memória da morte e ressurreição de Cristo, celebravam um rito muito simplificado que lembrava a última ceia, ouviam os ensinamentos dos apóstolos e de outros líderes, e procuravam tirar consequências práticas, éticas, para a vida cotidiana(cf. At 2,42-47). Não havia separação entre o que celebravam e o que acreditavam. Era na fonte pura da liturgia que se “bebia” o essencial a ser crido e professado. Durante muito tempo, os conteúdos da fé, que mais tarde foram compendiados nos catecismos, eram aprendidos e aprofundados nas celebrações litúrgicas. O catecumenato, processo de preparação de adultos para a vida cristã, congregava muito bem catequese, liturgia, inserção na comunidade, missão e testemunho da fé.
3. A triste história de um divórcio
O século IV d.C. trouxe consigo a obrigatoriedade do cristianismo em todo o império romano. O catecumenato foi se diluindo lentamente e, cada vez mais, foi se tornando comum o batismo de crianças. As grandes conquistas feitas pelo império romano traziam massas de homens e mulheres que deviam ser batizados e as comunidades cristãs não tinham estrutura para preparar bem tanta gente. A chamada “cristandade” começa a se impor.
Tudo, nesse período, “cheirava a sacristia”. Isto é, o grande crivo pelo qual passavam as expressões culturais, econômicas e sociais era o Cristianismo. Pinturas, construções, arte, literatura, música, festas...tudo refletia os ensinamentos dados pela religião cristã. Bastava olhar para um quadro, por exemplo, e já se via ali estampado algum motivo religioso. O que fugia disso caía na chamada “heresia”.
Quanto aos conteúdos da fé cristã, esses estavam diluídos nos elementos que compunham a cristandade, nas definições dogmáticas dos grandes concílios e, a partir do século X, nas obras que tinham por finalidade sistematizar a teologia. Os grandes estudiosos até podiam compreender esses assuntos, mas o povo foi ficando na ignorância.
Nascia-se cristão, como peixe nasce nadando, e não se julgava necessária uma catequese mais aprofundada; afinal a religião estava em tudo e era tudo. A liturgia foi ficando cada vez mais complexa e distante do povo, em muitos casos reduzida a um ritualismo bonito de se ver.
Pe. Vanildo de Paiva
Professor do Instituto Regional de Pastoral Catequética -IRPAC
01.06.2012
O Diretório Nacional de Catequese e a interação Catequese-Liturgia
O documento 84 da CNBB, Diretório Nacional de Catequese, dedicou vários números ao tema da Catequese e Liturgia, sempre reafirmando a mútua dependência dessas duas dimensões da ação pastoral da Igreja. Considera, primeiramente, a Liturgia como fonte da catequese, e cita a proclamação da Palavra, a homilia, as orações, os ritos sacramentais, a vivência do ano litúrgico e as festas como momentos de educação e crescimento na fé (cf. DNC 118). Sem titubear, afirma que “os autênticos itinerários catequéticos são aqueles que incluem em seu processo o momento celebrativo como componente essencial da experiência religiosa cristã” (idem).
Logo a seguir, o Diretório insiste na catequese litúrgica, dizendo que “é tarefa fundamental da catequese iniciar eficazmente os catecúmenos e catequizandos nos sinais litúrgicos e através deles introduzi-los no mistério pascal” (120). Assim sendo, aponta como missão da Catequese preparar o cristão aos sacramentos e o ajudar a vivenciá-los através das orações, gestos e sinais, silêncio, contemplação, presença de Maria e dos santos, escuta da Palavra, etc (cf.120).
Interação: um desafio a ser assumido
É um grande desafio, para todos nós, resgatarmos a relação de interdependência entre a Catequese e a Liturgia. Não é possível permitir que se mantenham, em nossas comunidades, tensões graves entre as duas dimensões. Faz-se necessário e urgente o desenvolvimento de um processo de integração, colaboração mútua, diálogo franco e construtivo entre catequistas e agentes da pastoral litúrgica. Não se trata de uma relação opcional ou de considerar uma ou outra dimensão como apêndice, mas de se perceber o quanto uma se esvazia sem a outra. O Diretório Nacional da Catequese reforça essa idéia ao afirmar que “É tarefa da catequese introduzir no significado e participação ativa, interna e externa, consciente, plena e frutuosa dos mistérios (sacramentos), celebrações, sinais, símbolos, ritos, orações e outras formas litúrgicas. Além do mais, a liturgia, por sua própria natureza, possui uma dimensão catequética. A catequese deve ser realizada em harmonia com o ano litúrgico” (DNC 53b).
Celebrar a Catequese
É importante repensarmos nossa prática no que se refere ao modo como celebramos nos encontros catequéticos, como lidamos com a dimensão do simbólico, especialmente com os sinais litúrgicos...Realmente celebramos? ou somente inserimos orações como anexos pouco importantes em nossos encontros?
Não é raro de se ver catequistas que garantem que rezam NA catequese porque “puxam” uma oração ou um canto no início ou no final do encontro catequético, mas não são capazes de celebrar A catequese, o processo de crescimento na fé, o dia-a-dia da vida dos catequizandos. Ensinam orações, mas não os educam para a atitude orante e celebrativa. Falam da oração e da liturgia, mas desconhecem a missão iniciática da catequese, isto é, ainda não entenderam que a catequese precisa iniciar os catequizandos à riqueza da liturgia, nas suas mais variadas formas e meios de celebrar a vida e a fé.
Pe. Vanildo de Paiva
É autor de "Catequese e Liturgia: duas faces do mesmo Mistério" - Ed. Paulus
15.05.2012
1. O Concílio Vaticano II e a catequese
O Concílio Vaticano II não tratou especificamente da Catequese, mas o pouco que disse foi suficiente para iluminar sua caminhada até os dias atuais. O Decreto sobre a atividade missionária da Igreja, Ad Gentes, ressalta o grande valor da catequese na ação pastoral, dizendo: “o ofício dos catequistas assume máxima importância em nossos dias (...) diante da tarefa de evangelizar tantas multidões”... (17,914). Já o Decreto Christus Dominus, sobre a ação pastoral dos bispos, pede aos pastores: “Preocupem-se com a instrução catequética, que tem por fim tornar viva, explícita e operosa a fé ilustrada pela doutrina, seja administrada com diligente cuidado quer às crianças e adolescentes, quer aos jovens e mesmo adultos (...). Esta instrução se baseie na Sagrada Escritura, na Tradição, na Liturgia, no Magistério e na vida da Igreja” (14,1043). Em se tratando da necessária interação entre catequese e Liturgia, foi a Declaração sobre a Educação Cristã, intitulada Gravissimum Educationis, que mais claramente definiu o objetivo da catequese, ao afirmar que ela “ilumina e fortifica a fé, nutre a vida segundo o espírito de Cristo, leva a uma participação consciente e ativa no mistério litúrgico e desperta para a atividade apostólica” (4,1509).
2. Catequese Hoje
O papa João Paulo II escreveu um importante documento sobre a catequese, chamado Catechesi Tradendae, no qual afirma: "A catequese está intrinsecamente ligada com toda a ação litúrgica e sacramental, porque é nos Sacramentos, e sobretudo na Eucaristia, que Cristo Jesus age em plenitude para a transformação dos homens. (...) A catequese leva necessariamente aos sacramentos da fé. Por outro lado, uma autêntica prática dos Sacramentos tem forçosamente um aspecto catequético. Por outras palavras, a vida sacramental se empobrece e bem depressa se torna um ritualismo oco, se ela não estiver fundada num conhecimento sério do que significam os sacramentos. E a catequese intelectualiza-se, se não haurir vida numa prática sacramental" (CT 23).
3. O Documento Catequese Renovada
Mas o grande marco na dimensão catequética, para nós, brasileiros, foi o documento 26 da CNBB, Catequese Renovada (CR). Seu impacto mudou a rota da caminhada da catequese, além de influenciar profundamente outras dimensões da pastoral da Igreja, tal foi o seu alcance. Dois números desse documento merecem destaque por refletirem a importante interação entre Catequese e Liturgia. No número 89 se lê: “Não só pela riqueza de seu conteúdo bíblico, mas pela sua natureza de síntese e cume de toda a vida cristã, a Liturgia é fonte inesgotável de Catequese. Nela se encontram a ação santificadora de Deus e a expressão orante da fé da comunidade. As celebrações litúrgicas, com a riqueza de suas palavras e ações, mensagens e sinais, podem ser consideradas uma “catequese em ato”. Mas, por sua vez, para serem bem compreendidas e participadas, as celebrações litúrgicas ou sacramentais exigem uma catequese de preparação ou iniciação”. E o número posterior acrescenta: “A Liturgia, com sua peculiar organização do tempo (domingos, períodos litúrgicos como Advento, Natal, Quaresma, Páscoa, etc) pode e deve ser ocasião privilegiada de catequese, abrindo novas perspectivas para o crescimento da fé, através das orações, reflexão, imitação dos santos, e descoberta não só intelectual, mas também sensível e estética dos valores e das expressões da vida cristã” (CR 90).
Pe. Vanildo Paiva
Mestrando em Psicologia e Professor do IRPAC
02.05.2012
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