Elementos importantes para a Preparação e Realização da Celebração Catequética
Apresento, a partir desse artigo, algumas dicas de como preparar e realizar bem uma celebração catequética. Não são receitas prontas e infalíveis, até porque elas não existem. Contento-me em partilhar algumas experiências que têm dado certo em inúmeras comunidades, o que serve de base para que cada catequista possa elaborar suas próprias celebrações, a partir do perfil de sua comunidade e do grupo de catequizandos.
Antes, porém, de partilharmos essas vivências, faz-se necessário elencar alguns elementos a serem considerados no momento de preparar uma celebração catequética.
O que e quando celebrar?
Se celebrar é “tornar célebres” os acontecimentos da vida, referindo-os à imensa bondade de Deus, é certo que tudo o que se passa na nossa existência é motivo de celebração. Naturalmente, alguns acontecimentos são menos significativos e outros mais. Nem tudo merece a mesma atenção ou valorização, ainda que tudo seja vida e nada escape ao coração de Deus. A própria experiência das pessoas e dos grupos vai apontando para certos eventos que precisam ser celebrados, sejam eles alegres ou tristes, vivências de calvário ou de ressurreição. Nessa hora, o bom senso e o discernimento do catequista funcionarão como antena a captar os fatos do cotidiano que serão levados para a celebração.
Assim, a partir do contexto de cada grupo, surgirão ocasiões importantes para uma Catequese celebrativa. Fatos como o nascimento ou morte de alguém; as pequenas e grandes conquistas de pessoas e da própria comunidade; a memória das testemunhas da fé – especialmente os padroeiros!-; os principais momentos do ano litúrgico; os temas mais fortes dos encontros catequéticos; valores importantes da convivência, como a partilha, o perdão, a paz, a solidariedade, a amizade, o amor; tudo isso pode ser traduzido em bonitas celebrações... O importante é não deixar que essas ocasiões passem despercebidas!
Celebrar “a” catequese
Mais que “celebrar na Catequese”, precisamos “celebrar a Catequese”, isto é, celebrar a caminhada de crescimento na fé, no amor, na esperança, na construção do Reino de Deus. Para isso, é necessário superar uma visão um tanto quanto superficial da oração, muitas vezes reduzida a um apêndice da catequese e da vida.
Orar não é simplesmente recitar fórmulas, num ritualismo vazio e enfadonho. As orações oficiais da Igreja (Pai-nosso, Ave-Maria, Creio, Vinde Espírito Santo, etc), surgiram de contextos de profunda espiritualidade e vivências de fé. Historicamente, percorreram estradas longas e difíceis, desde a inspiração bíblica até sua formulação, e não podem ser reduzidas a simples textos decorativos. Elas são oração, levam à oração, desde que inseridas num contexto de fé e de vida mais profundos. Não se prestam a meras repetições, muitas vezes desprovidas de sentido.
A oração, o que estamos chamando aqui de celebração, é muito mais do que recitar palavras no começo ou no final do encontro catequético. Ela perpassa todo o encontro, pode estar presente nos símbolos usados, na Palavra proclamada, nas canções entoadas com fé, nos gestos concretos que brotam da aplicação do tema à vida... No entanto, isso não acontece ao acaso, mas de maneira bem pensada e preparada pelo catequista.
Pe. Vanildo Paiva
Mestrando em Psicologia e especialista em Liturgia e Catequese