Éramos
Éramos como crianças com medo de andar na noite
Éramos como crianças que teme a escuridão
Vivíamos na espera de que alguém nos desse as mãos.
Éramos como crianças com medo do desconhecido
Éramos como crianças que brincam na varanda
Vivíamos na espera de uma novidade conhecer.
Éramos como crianças com medo da inocência um dia perder
Éramos como crianças que sorri mesmo sem graça ter
Vivíamos na espera de algum dia,
Algum dia, um menino pobre nascer.
Igor Cristiano Oliveira Nascimento
23 de dezembro de 2023
Maria, senhora do Advento, ensina-nos o que significa estar grávida de Deus. Ensina-nos essa arte grandiosa e acessível de gerar o divino, de despertá-lo lentamente em cada coração, e como uma luz necessária quando a noite avança ou o vazio se torna pesado.
Ensina-nos a abraçar com esperança a vulnerabilidade, tanto a alheia quanto a nossa. Ensina-nos a nos libertar das idealizações e de seus enganos.
Ensina-nos que a fidelidade ao Onipotente se realiza no cuidado daquilo que é totalmente frágil e que as grandes viagens dependem dos pequenos passos. Ensina-nos a acolher aquilo que vem de Deus e que não entendemos, ou só entenderemos depois.
Ensina-nos a saber agradecer (e, portanto, a esclarecer, a devolver limpidez), mesmo quando isso nos custa.
A agradecer pelos dias fáceis e pelos dias sombrios; a agradecer por aquilo que é evidente e por aquilo que está encoberto; pelo superficial e pelo vertical; pela mansidão da brisa e pelo ímpeto do vento.
A agradecer pela força e pelo fracasso; por aquilo que concluímos e por aquilo que nos parece inacabado, por aquilo que chegamos a ver por completo ou apenas disperso em pobres migalhas.
Porque, a seu modo, cada coisa nos integra naquela espiral que pode ser a vida, uma espiral que se amplia cada vez mais.
Ensina-nos a descobrir em nós a capacidade de multiplicar a alegria; de mediar a esperança que mostra caminhos sempre novos; de facilitar a graça que potencializa os novos inícios.
Dom José Tolentino Mendonça
publicado por Avvenire, 08-12-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Tu, que abraças do fundo do coração. Ouve bem: o teu abraço é abrigo.
Tu, que dás a mão para confortar. Ouve bem: a tua mão é força.
Tu, que sorris tão fácil como quem respira. Ouve bem: o teu sorriso é sol nos dias cinzentos.
Tu, que olhas bem dentro da alma. Ouve bem: o teu olhar toca.
Tu, que és gesto feito de ternura. Ouve bem: o teu gesto cura.
Tu, que és presença de verdade, que fica, que se importa. Ouve bem: a tua presença é luz na escuridão.
Tu, que és amparo que não deixa cair. Ouve bem: o teu amparo é paz na tempestade.
Tu, que cuidas como quem abraça a vida. Ouve bem: o teu cuidado salva.
Tu, que falas ao coração e do coração. Com palavras, com silêncios e com a vida.
Ouve bem: és tanto.
Tu, que tens o coração do lado certo: do lado do bem.
Tu, que és do lado bonito da vida. Do mundo. E que fazes esse lado bonito existir, ser verdade.
Tu, que fazes sorrir. Mesmo sem saberes.
Tu, que és vida de amor.
Ouve bem: mudas o mundo, mesmo sem saberes. E fazes acreditar.
Para saberes. E não esqueceres.
Tu, por tudo e por tanto.
Ouve bem: obrigada. Por seres, por estares, por existires.
Tu, por tudo e por tanto.
Ouve bem: obrigada. Por seres, por estares, por existires.
Daniela Barrera
In: imissio.net 16.10.23
imagem: pexels.com
A vida torna-se bonita pelo amor que se vai deixando pelo caminho.
A vida torna-se bonita pelos abraços que são porto de abrigo.
A vida torna-se bonita pelas mãos que confortam tanto.
A vida torna-se bonita pelos olhares que tocam a alma.
A vida torna-se bonita pelos sorrisos que iluminam os dias.
A vida torna-se bonita pelos beijos que curam tudo.
A vida torna-se bonita pelos colos que não deixam cair.
A vida torna-se bonita pelas palavras que falam do coração.
A vida torna-se bonita pelos silêncios que escutam o coração.
A vida torna-se bonita pelos gestos que salvam.
A vida torna-se bonita pela gentileza que muda o mundo.
A vida torna-se bonita pelas pessoas que são amparo, pelas pessoas que cuidam, pelas pessoas que fazem sorrir.
A vida torna-se bonita pelos momentos assim, em que a própria vida serena e nos permite parar para respirar, para sentir, para ver de verdade: com o coração.
A vida torna-se bonita pelos momentos assim, só assim, do amor a acontecer.
É por isto. É só por isto.
E é tanto. É tudo.
O resto é só o resto.
A vida torna-se bonita pelo amor. O amor que se vai deixando pelo caminho. E encontrando também.
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