Para ti, que às vezes também tens medo: ainda há abraços que nos refugiam.
Para ti, que às vezes também te faltam as forças: ainda há mãos que nos confortam.
Para ti, que às vezes também não estás bem: ainda há olhares que nos cuidam.
Para ti, que às vezes também tens dias cinzentos: ainda há sorrisos que nos fazem sorrir.
Para ti, que às vezes também tens dores que não passam: ainda há gestos que nos curam.
Para ti, que às vezes também ficas sem chão: ainda há colos que nos amparam.
Para ti, que às vezes também te falham as palavras: ainda há corações que nos sentem.
Para ti, que às vezes também te inquietas: ainda há almas que nos serenam.
Para ti, que às vezes também duvidas: ainda há pessoas boas, que nos fazem acreditar.
Para ti: é (sempre) o amor que nos salva.
E esse amor que nos salva, sabes? É a melhor parte. Da vida. De tudo.
Daniela Barreira
16.09.24
in: imissio.net
imagem: pexels.com
O abrigo de uma mão dada.
A mão que dás. A mão que te é dada. A mão de quem te quer bem. A mão de quem talvez ainda nem conheças, mas que se estende para ti.
O abrigo de uma mão dada que é sempre tanto. Que é sempre tudo.
O abrigo de uma mão dada que diz tudo, sem ser preciso dizer.
O abrigo de uma mão dada que te abraça. Que é abraço no coração. Aconchego da alma.
O abrigo de uma mão dada que é isso mesmo: abrigo. Que te refugia do mundo. Que te dá paz. Que te ajuda a serenar. A repousar.
O abrigo de uma mão dada que te conforta. Que é alento. Que te ajuda a caminhar. O abrigo de uma mão dada que é amparo. Que te segura. Que te ajuda a levantar.
O abrigo de uma mão dada que te acompanha sem largar. Que cuida. Que te ajuda a respirar. O abrigo de uma mão dada que te cura. Mesmo sem saber. O abrigo de uma mão dada que te salva.
O abrigo de uma mão dada que é sol nos dias cinzentos. Luz na escuridão. Paz na tempestade.
O abrigo de uma mão dada que te faz sorrir. Que é o sorriso do dia. O lado bom do mundo. A parte bonita da vida. O abrigo de uma mão dada que te traz esperança.
(Sabes o valor infinito que tem trazer esperança a alguém?)
O abrigo de uma mão dada que se dá como quem dá o coração. O abrigo de uma mão dada que é sempre tanto. Que é sempre tudo. Como só o amor é.
O abrigo de uma mão dada.
Que nunca nos falte. Que nunca o deixemos faltar, também.
Daniela Barreira
in: imissio.net 18.03.24
Éramos
Éramos como crianças com medo de andar na noite
Éramos como crianças que teme a escuridão
Vivíamos na espera de que alguém nos desse as mãos.
Éramos como crianças com medo do desconhecido
Éramos como crianças que brincam na varanda
Vivíamos na espera de uma novidade conhecer.
Éramos como crianças com medo da inocência um dia perder
Éramos como crianças que sorri mesmo sem graça ter
Vivíamos na espera de algum dia,
Algum dia, um menino pobre nascer.
Igor Cristiano Oliveira Nascimento
23 de dezembro de 2023
Maria, senhora do Advento, ensina-nos o que significa estar grávida de Deus. Ensina-nos essa arte grandiosa e acessível de gerar o divino, de despertá-lo lentamente em cada coração, e como uma luz necessária quando a noite avança ou o vazio se torna pesado.
Ensina-nos a abraçar com esperança a vulnerabilidade, tanto a alheia quanto a nossa. Ensina-nos a nos libertar das idealizações e de seus enganos.
Ensina-nos que a fidelidade ao Onipotente se realiza no cuidado daquilo que é totalmente frágil e que as grandes viagens dependem dos pequenos passos. Ensina-nos a acolher aquilo que vem de Deus e que não entendemos, ou só entenderemos depois.
Ensina-nos a saber agradecer (e, portanto, a esclarecer, a devolver limpidez), mesmo quando isso nos custa.
A agradecer pelos dias fáceis e pelos dias sombrios; a agradecer por aquilo que é evidente e por aquilo que está encoberto; pelo superficial e pelo vertical; pela mansidão da brisa e pelo ímpeto do vento.
A agradecer pela força e pelo fracasso; por aquilo que concluímos e por aquilo que nos parece inacabado, por aquilo que chegamos a ver por completo ou apenas disperso em pobres migalhas.
Porque, a seu modo, cada coisa nos integra naquela espiral que pode ser a vida, uma espiral que se amplia cada vez mais.
Ensina-nos a descobrir em nós a capacidade de multiplicar a alegria; de mediar a esperança que mostra caminhos sempre novos; de facilitar a graça que potencializa os novos inícios.
Dom José Tolentino Mendonça
publicado por Avvenire, 08-12-2023. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
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