Uma das tarefas da equipe coordenadora é a escolha dos novos catequistas. Às vezes, tem-se a impressão de que não há nada para escolher. Faltam catequistas para o grande número de catequizandos e assim aceita-se qualquer pessoa que se apresenta para ser catequista.
O caminho, porém, não é por aí. Ser catequista é tarefa de grande responsabilidade e a escolha deve ser feita com critério.
Ser catequista é vocação. Supõe um caminho. Como este chamado chega às pessoas? Como Deus chama alguém? A prática mostra que a grande força está num chamado concreto, feito pessoalmente a determinada pessoa. O chamado é algo bem pessoal. Põe a pessoa a pensar e refletir se será capaz de assumir tal compromisso. A equipe coordenadora e o pároco devem ficar alertas e convidar pessoalmente a quem acham que tem vocação de catequista. É ilusão poder pensar que um convite, feito em geral (no final da missa por exemplo), possa resolver o caso da falta de catequistas. Corre-se o risco de pessoas, que não têm condições para ser realmente bons catequistas, se oferecerem, o que pode causar problemas depois. Pessoas que exercem tarefas de responsabilidade no setor de pastoral podem, por experiência própria, contar que foram determinadas pessoas que as despertaram para tal trabalho através de um convite pessoal. Jesus chamou os apóstolos um por um, pelo nome.
Aos catequistas iniciantes deve ser dada uma boa formação. As exigências são grandes e a formação deve corresponder a elas. Os novos catequistas precisam receber da coordenação carinho e atenção especiais, para que se sintam apoiados e valorizados.
Quando convida pessoas para participar no grupo de catequistas, a equipe coordenadora, ou o pároco, deve ter uma conversa séria com cada uma individualmente. Deve expor as condições para ser catequista: além dos encontros com os catequizandos (que exigem tempo de preparação) devem participar das reuniões e encontros, participar de algum curso para se preparar para sua tarefa, participar da vida em comunidade etc.
Os catequistas não podem ser jovens demais. Pode-se esperar uma certa maturidade na fé.
As qualidades de um bom catequista
Seguem algumas condições para ser um bom catequista. É claro que não se tem ainda todas essas qualidades quando se ingressa no grupo de catequistas. Mas, aos poucos, estas qualidades devem ser desenvolvidas a fim de se crescer e ser um catequista maduro de que tanto precisamos. Quais são essas qualidades?
- Ter vocação de catequista.
- Estar engajado na comunidade.
- Ter formação humana, bíblica e doutrinal.
- Ter uma consciência crítica diante da realidade em que vivemos.
- Ser responsável e perseverante.
- Saber trabalhar em equipe e saber viver em grupo.
- Estar em constante processo de conversão.
- Estar em constante processo de atualização.
Você encontra em nosso site as orientações para a formação inicial do catequista e os conteúdos para essa formação.
In: Organização da catequese (subsídio do Regional Leste 2).
Veja mais:
Conteúdos da formação inicial do catequista
Sobre a formação inicial do catequista
Existe uma imensa variedade de catequistas: jovens e adultos, casados e solteiros, homens e mulheres, leigos e religiosos... Eles atuam em níveis diferentes.
a) Catequistas de base. Atuam nas paróquias e comunidades. Estão em contato direto com o povo. Exige-se para isso uma formação básica.
b) Catequistas coordenadores paroquiais e diocesanos. Trabalham na organização e coordenação de Catequese. Precisam de uma formação mais aprofundada.
c) Catequetas. São catequistas mais dedicados ao aprofundamento e reflexão sobre a catequese. São os "peritos" no assunto.
A catequese não é só de crianças. Igualmente importante é a catequese de adultos e jovens. Assim, chegamos a ter:
- Catequistas de adultos. São chamados a ajudar os adultos a assumirem a causa de Jesus, ultrapassando uma fé ingênua, individualista e intimista. Embora nem sempre tenha o nome de "Catequese", muitas são as formas em que se trabalha a educação da fé dos adultos: pastoral do Batismo, cursos de noivos, grupos de reflexão, círculos bíblicos, Novena de Natal, Campanha da Fraternidade etc. Também há cursos de teologia para leigos.
- Catequistas de jovens. Promovem uma caminhada de fé que ajuda o jovem a crescer como pessoa, a realizar a interação fé e vida e a assumir sua responsabilidade na comunidade. Aí se destaca a Catequese da Crisma.
- Catequistas de adolescentes e pré-adolescentes. São chamados a ajudar os catequizandos a superarem suas crises e conflitos e a construírem um projeto de vida espelhando-se em Jesus e crescendo dentro da comunidade, participando dela ativamente.
- Catequistas de crianças. Iniciam os catequizandos no seguimento de Jesus, convidam para conhecê-lo e o apresentam através da narrativa da sua vida. Iniciam o catequizando na comunidade dos amigos de Jesus e também na maneira como a comunidade celebra sua fé em Jesus. Isso é feito também proporcionando um primeiro contato com a Palavra de Deus.
De que modo organizar tudo isto?
Pode-se verificar que, quando se fala em Catequese, logo se pensa na Catequese das crianças e adolescentes. Muitas vezes, a Crisma funciona desligada da Catequese de iniciação. Mais difícil ainda é organizar as outras formas de Catequese com Adultos. Os seus agentes não se consideram catequistas. São educadores da fé. Acham que não têm nada a ver com o trabalho catequético da paróquia. Mesmo assim, devemos dizer que há muitos pontos em comum. As grandes orientações para a Catequese dizem respeito a qualquer trabalho na formação dos cristãos. Quanta riqueza é experimentada na formação dos catequistas, que o seria igualmente para os outros agentes da comunidade. Quanta coisa seria de proveito para os pais, para os que trabalham nos encontros de formação da paróquia. É algo para se pensar. Deve haver melhor circulação das riquezas presentes nos diversos setores da educação da fé.
O que deveria, portanto, estar inserido na organização da Catequese da paróquia são, além da Catequese das crianças, a Catequese da Crisma e uma Catequese para os adultos que precisam ser preparados para receber os sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia. É um tipo de Catequese mais sistemática, proporcionando uma iniciação fundamental e básica para uma vivência cristã comprometida com a construção do Reino de Deus.
Equipe do Catequese Hoje
A coordenação da catequese é um trabalho em equipe que promove a colegialidade do grupo de catequistas. Aqui lembramos de alguns compromissos da coordenação paroquial que, na medida do possível e de acordo com a caminhada, precisam ser observados.
- Ajudar os catequistas a integrar a catequese com as outras pastorais e serviços da paróquia.
- Preparar junto com os catequistas e com o pároco um programa de formação e acompanhamento dos catequistas.
- Elaborar de maneira participativa um pequeno projeto para a catequese, privilegiando um objetivo, algumas ações concretas, a participação da família e as diversas celebrações.
- Realizar com os catequistas encontros de estudos, formação e avaliação, sempre cuidando da formação permanente.
- Incentivar os catequistas a manterem constante ligação com a família dos catequizandos.
- Incentivar toda a comunidade para que se sinta responsável e assuma seu papel de catequizadora.
- Providenciar local e material necessário para o bom andamento da catequese. Se possível organizar um Centro Catequético: local de reuniões, encontros, formação, elaboração de material didático e meios pedagógicos. No Centro Catequético se organizaria também uma Biblioteca catequética. Equipamento audiovisual, recursos para celebrações litúrgicas, arquivo de gravuras, brinquedos etc... são materiais imprescindíveis para a catequese.
- Ter aproximação com o pároco e o Conselho Pastoral Paroquial para apoiar, investir e dar a devida atenção para a catequese.
- Preparar junto com os catequistas dias de encontro para estudo, celebração, retiros com os crismandos e/ou grupos de perseverança e primeira Eucaristia.
- Fazer uma lista contendo o nome, endereço, telefone, data de aniversário e outros dados dos catequistas.
- Organizar uma pasta para arquivar as cartas, notícias, relatórios recebidos da Diocese.
- Organizar um livro-ata-relatório das reuniões paroquiais contendo os assuntos tratados, as principais decisões e os encaminhamentos.
- Refletir com catequistas, com o pároco, com os pais, com a comunidade, com os catequizandos qualquer inovação ou exigência e mudança nos rumos da catequese.
- Participar das reuniões de setor, forania, região ou diocese levando sempre um pequeno relato da atividade da catequese na paróquia ou das questões pedidas pelas coordenações de setor/forania ou diocesana.
- Nos encontros de setor/forania ou diocesanos anotar os temas refletidos ou as linhas assumidas para o imediato repasse aos catequistas, principalmente quando implicar em alguma mudança de rumo.
- A equipe de coordenação precisa reunir-se constantemente para estudar a Bíblia, os documentos da Igreja, rezar, ler as diretrizes da Diocese e etc...
- Promover dias de confraternização, horas de ajuda mútua, troca de experiência.
- Avaliar frequentemente o processo de Educação da fé na comunidade através de visitas, encontros, assembleias.
- Atenuar os conflitos entre catequistas, na catequese, com o pároco, com os pais e comunidade estando sempre aberto para o diferente, para o pluralismo e para resistências.
- Fazer parcerias com as pastorais e outras equipes em trabalhos específicos, tais como: visitas às famílias, encontros com pais, confraternização da catequese e outros.
- Ajudar os (as) catequistas a se integrarem como grupo, a cultivar a formação humana, afetiva, espiritual.
- Ser presença, força, apoio, estímulo aos catequistas novos e jovens.
- Ter atitude de misericórdia com catequistas que enfrentam dificuldades, que erram, que fracassam na vida familiar, econômica..
É desafiante a missão da coordenação paroquial, mas gratificante. Logo se percebe a melhora no entrosamento dos catequistas, o empenho nas ações importantes da catequese, o cuidado com a formação, a integração com a equipe diocesana. A comunidade também irá notar que o grupo de catequistas é diferente e importante para a vida comunitária.
Equipe do Catequese Hoje
A coordenação deve se preocupar com alguns aspectos muito importantes a respeito de si mesma. Antes de exigir determinadas atitudes dos catequistas, ela mesma deve se questionar.
Diálogo
Atitude de Jesus com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-45). Os membros da coordenação, e mais ainda o(a) coordenador(a), não podem ser autoritários, impondo suas ideias e decisões. A coordenação dever saber escutar, ouvir os catequistas, aprender com eles, dialogar. Uma atitude autoritária afasta os catequistas, os desvaloriza e é uma das razões que os leva a não continuarem na catequese. Sempre pensamos que a rotatividade de catequistas é culpa deles mesmos e das circunstâncias da vida de cada um. Mas, será que a coordenação já se perguntou e procurou saber se ela não terá uma parcela de culpa?
Compreensão e Sensibilidade
A coordenação deve ter a capacidade de compreender, entender os limites, as situações existenciais, familiares e vitais dos catequistas, dos pais, dos catequizandos e dos próprios membros da equipe de coordenação.
A coordenação deve ser amiga, afetiva e carinhosa. Faz parte da catequese a sensibilidade para com o outro, a capacidade de apreciar, de reconhecer os valores, de demonstrar isso de alguma forma e de criar relações profundamente humanas. Os laços verdadeiros gerados na catequese favorece um ambiente caloroso onde o catequista goste e empreenda seus melhores esforços para esta missão.
Paciência
A coordenação precisa aprender a ter paciência com o grupo de catequistas, catequizandos, pais. Esperar que o grupo aprenda com os erros, que caminhe... O coordenador não deixa de ser catequista. Pelo contrário, deve ainda mais perceber que todos tem seu tempo de amadurecimento e que isso exige um olhar afetuoso, paciente e acolhedor.
Solidariedade
Uma das expressões evangélicas e humanas que unem as pessoas é a solidariedade e o apoio. Solidariedade ao que sofre, que erra, que passa por dificuldades familiares, existenciais. A presença na dor, na morte de familiares, nos fracassos, mas também nas alegrias, nas festas, nas celebrações, é muito importante.
A primeira preocupação da coordenação é com os catequistas novos, jovens, os mais carentes, os que têm dificuldade de entender, de transmitir. É bom lembrar que um dia também nós iniciamos, e foi o apoio, carinho e paciência do grupo de catequistas que nos fez crescer.
Grupo aberto
A Equipe de coordenação não pode ser um grupo fechado em si mesma. Ela caminha junto, faz-se presença, não busca “nome, nem privilégios”. É um grupo aberto, receptivo, que se renova constantemente. Não é uma equipe que se considera superior aos outros. A superioridade distancia, impede a proximidade, dificulta o diálogo e a participação. Ninguém gosta de ficar ao lado de alguém que se julga superior.
Saber partilhar
Numa equipe de coordenação não pode haver mentalidade de competição e de prestígio. Onde há competição, o ambiente sofre as consequências. Onde há partilha, há espaço para todos. “Entre vós, quem quer ser o primeiro seja aquele que serve”! Eu vos dei o exemplo: lavei os vossos pés”(Jo 13,1-15).
Equipe Catequese Hoje
Para realizar o trabalho catequético com eficiência e para que o grupo de catequistas funcione bem, é preciso que haja uma boa coordenação. A coordenação supõe uma equipe organizadora/articuladora.
A palavra coordenação vem do latim “co-ordinatione”. Ordinatione significa dispor segundo certa ordem, organizar, arranjar. Portanto, coordenação seria organizar o conjunto, por em ordem o desordenado. É uma ação de cooperação, uma ação de “corresponsabilidade entre os iguais”. Uma das finalidades da coordenação é criar relações, facilitar a participação, desenvolver a sociabilidade, levar a cooperação e corresponsabilidade. O essencial é criar relacionamento, motivar a renovação, aprender a fazer equipe.
Coordenar é integrar, animar, avaliar, revisar, celebrar, incentivar a caminhada da catequese. Não há receitas! A missão do(a) coordenador(a) é a de encontrar um jeito de ir, sem esquemas complexos, à vida dos catequistas na animação, na formação, no relacionamento humano-afetivo, na escuta, no diálogo, na organização, na busca de novos passos, na espiritualidade, na comunicação aos catequistas, pais e comunidades, das decisões de reuniões, assembleias, encontros de setores, foranias, regiões, diocese. Coordenar é articular.
Um coordenador nunca poderá trabalhar sozinho. É preciso partilhar o compromisso. Fazer companheiros, fazer discípulos. Hoje não se fala só em coordenador, mas numa equipe de coordenação. Uma equipe que não acumula funções e centraliza o trabalho, mas uma equipe que divide tarefas. Pertencer a uma equipe de coordenação não é um cargo, mas um serviço, um modo de ser e de testemunhar.
É preciso reforçar isso: A coordenação é um ministério, um serviço. Integra as forças vivas da catequese (catequistas, pároco, pais, catequizandos, pastorais) através de ações concretas. É um serviço de animação.
A equipe deve ser eleita entre os membros do grupo de catequistas da paróquia. Para ser coordenador(a) é preciso ter liderança, saber trabalhar em grupo, ter experiência de catequese, ter feito algum curso básico para catequista e outros cursos de aprofundamento. Deve-se ao escolher a equipe de coordenação estipular o tempo no serviço deste ministério. Durante o período determinado da coordenação é importante avalia-la, preparar outras pessoas para assumir futuramente a coordenação e ter senso de desprendimento, pois não é cargo para status, mas serviço para a comunhão.
A equipe de coordenação pode integrar pessoas por áreas. Em algumas comunidades também pais, líderes de grupos de jovens, responsáveis pela pastoral do batismo e dos noivos integram a equipe de coordenação. O mínimo de uma coordenação paroquial de catequese é contar com catequistas coordenadores que trabalham nas diversas etapas: crianças, adolescentes, jovens e adultos.
Além do contato com os catequizandos e com os catequistas, é de grande importância um bom relacionamento com o pároco. Às vezes, o pároco faz parte da equipe coordenadora, mas na maioria dos casos não é assim.
Por parte da coordenação deve haver uma procura de diálogo com o pároco, manter constantemente contato com ele e pô-lo a par dos principais acontecimentos da catequese. Procure-se também estabelecer contatos entre eles, os catequizandos e seus pais. É necessário sentar juntos, de vez em quando, para uma boa avaliação da catequese num ambiente de comunhão fraterna. Tais encontros já devem entrar no planejamento do trabalho catequético.
Equipe Catequese Hoje
O catequista é convidado a “viver sua experiência cristã e sua missão dentro de um grupo de catequistas. O grupo de catequistas expressa o caráter comunitário da tarefa catequética” CR 151.
É no grupo que se faz experiência de convivência fraterna, onde se aprofunda a fé, se celebra e reza junto. Participando do seu grupo, o catequista já está em processo formativo. O grupo ajuda a desfazer medos, inseguranças no início da caminhada e ao longo dela.
É uma verdadeira comunidade, dentro da comunidade maior que é a paróquia, onde se vivem as características de uma verdadeira comunidade cristã. Mas fica um alerta! Não é isolar-se no grupo, fazer um grupo de seletos, fechado e sem integração com a comunidade. Quando o grupo de catequistas amadurece, a comunidade também amadurece, e vice-versa.
Os apóstolos cresceram na fé seguindo Jesus e evangelizando como ele. Também o catequista, ao evangelizar, é evangelizado; enquanto dá, recebe; enquanto faz os outros caminharem na fé, dá largos passos no crescimento da própria fé.
O lugar eclesial mais importante do catequista é no seu grupo de catequistas. É no grupo que se pode crescer, relacionar-se, caminhar junto. Aí se aprende, pela vivência, a analisar com mais profundidade e a transformar a realidade com mais eficácia e celebrar a vida com mais autenticidade.
É importante compreender que todos os catequistas são responsáveis pela catequese. “Quem falha prejudica o grupo”. Os serviços devem ser divididos entre todos. O ideal é que se organizem equipes dentro do grupo de catequistas, por exemplo:
- Equipe de Liturgia: prepara as celebrações, orações...
- Equipe de Lazer: organiza encontros festivos, aniversários, etc...
- Equipe de Animação: faz o grupo cantar, ensaia cantos novos, busca dinâmicas, procura brincadeiras e recursos pedagógicos...
- Equipe de Cartazes: organiza mural, ornamenta as salas, prepara os ambientes para a catequese...
- Equipe de Secretaria: faz as atas, organiza e cuida do material da catequese, biblioteca, mantém os dados dos catequistas e catequizandos atualizados etc..
Essas e outras equipes devem ser organizadas de acordo com a necessidade do grupo de catequistas. Trabalhar em equipe é essencial para alcançarmos um dos objetivos da catequese: fazer crescer a comunidade.
Equipe Catequese Hoje
Extraído do subsídio "Organização da Catequese" da Comissão Bíblico-Catequética do Regional Leste 2 (já esgotado)
Para bem realizarmos a missão da catequese é preciso organizar, planejar, programar, analisar, convocar recursos entre outras coisas. Mas nada disso funciona se não tivermos como horizonte onde a catequese se insere na missão da Igreja, ou seja, qual o seu objetivo dentro do objetivo maior da Igreja.
A grande missão da Igreja é Evangelizar. Ela deve dar testemunho, pela palavra e pela ação, do grande amor de Deus que se revelou em Jesus Cristo para realizar a Salvação de todos. Salvação é vida, vida plena para a humanidade; é felicidade, paz e harmonia; é sentir-se amado por Deus; é conversão e perdão; é amor entre os seres humanos, filhos do mesmo Pai; é libertação de tudo que oprime o ser humano, antecipando assim a plenitude da Vida no eterno abraço de Deus. A salvação é o grande Projeto de Deus que Cristo veio concretizar.
A missão da Igreja não se limita aos seus próprios membros. A Igreja existe para o mundo, está a serviço do mundo e por isso deve ser fermento na história humana para que ela se desenvolva segundo o Projeto de Deus, que é o seu Reino. Mas para que isso aconteça ela precisa cuidar do crescimento e amadurecimento da fé dos seus próprios membros.
É pela fé que os homens se tornam fiéis, membros da Igreja. A fé é uma adesão ao Deus que se revela em Jesus Cristo, adesão que implica a vivência do Evangelho e constante conversão. A fé é uma resposta livre e pessoal a Deus, mas esta resposta é apoiada e fortificada numa vivência comunitária. A fé cresce na medida em que caminhamos com a comunidade, que nos convida a uma constante conversão.
Há ainda uma segunda dimensão da fé, que é muito cara à catequese. Ela é dom de Deus, que toma a iniciativa de uma relação pessoal e profunda com seus filhos. Deus se doa amorosa e gratuitamente. Ele deseja assim um encontro pessoal com cada filho que lhe responde com a fé. Neste sentido podemos dizer que a fé é uma resposta amorosa a Deus, que nos amou primeiro.
A catequese é a educação da fé. Educação porque é processo permanente de amadurecimento da fé. Quem aderiu a Jesus Cristo, de fato, inicia um processo de conversão permanente, que dura toda a vida. Aquele que encontrou Cristo deseja conhecê-lo o mais possível. O amor por uma pessoa leva a desejar conhecê-la sempre mais. A catequese deve levar o catequizando a amar e querer conhecer sempre mais a Jesus Cristo.
A catequese educa para a vida comunitária. A vida cristã em comunidade não se improvisa e é preciso educar para ela, com cuidado. O crescimento interior da Igreja depende da Catequese, por isso ela deve ser prioritária numa comunidade. Pelo batismo somos membros da Igreja e corresponsáveis pela evangelização e pela catequese. A catequese é uma responsabilidade de toda a comunidade cristã. Não é somente responsabilidade dos catequistas, dos padres, mas de toda a comunidade de fiéis. A comunidade tem a missão de acompanhar o processo de educação da fé das crianças, dos jovens e adultos e deve acolher os catequizandos num ambiente fraterno, tanto aqueles que estão entrando na comunidade de fé através da Iniciação à Vida Cristã ou aqueles que buscam sempre aprofundar a fé através da catequese permanente.
Os pais cristãos são os primeiros catequistas de seus próprios filhos e a Igreja confere oficialmente a determinados membros da comunidade, especialmente chamados, à delicada missão de transmitir a fé, no seio da comunidade. São os (as) catequistas!
Na Igreja o Bispo é o primeiro responsável pela catequese, o catequista por excelência. Aquele que alimenta uma verdadeira paixão pela catequese, que trabalha para que haja catequistas preparados para a missão. Logo após o Bispo, os padres, também educadores da fé, são responsáveis principalmente pela formação e acompanhamento dos catequistas.
Equipe Catequese Hoje