Celebrar é envolver-se com o rito, é tomar parte em cada momento, com as disposições necessárias para aproveitar o máximo deles, em vista de uma experiência profunda do Deus da vida. É permitir que a estrutura da celebração esteja a serviço do louvor de Deus e da santificação de cada participante, colocando dons e talentos à disposição da comunidade orante.

De modo especial, na celebração da Primeira Eucaristia, é muito importante que os catequizandos sintam-se, de fato, celebrantes e não meros expectadores ou, pior ainda, os atrativos da festa litúrgica. Essa participação é fruto de uma tomada de consciência do verdadeiro sentido da celebração e de um envolvimento de todos eles na sua preparação.

Um tempo razoável é necessário para que a Missa da Primeira Eucaristia seja bem preparada pelo grupo. Uma alternativa interessante é preceder a Festa Eucarística de outros encontros celebrativos, na própria caminhada catequética, tendo por base os temas eucarísticos. As várias dimensões da Eucaristia podem ser aprofundadas em retiros espirituais ou outras formas de reflexão.

A celebração da Primeira Eucaristia será tanto mais participada pelos catequizandos quanto mais eles próprios se sentirem responsáveis por ela. É importante que as sugestões partam deles e não sejam impostas por outros, mesmo que sejam modificadas segundo as possibilidades, dentro de um processo de formação litúrgico-catequética. É de muito proveito que as várias tarefas e funções sejam distribuídas com bastante antecipação, para uma assimilação maior, inclusive daqueles detalhes que exigem prática. 

Também se mostra essencial que haja o cuidado da equipe de coordenação para que os textos bíblicos propostos para a Missa (se for domingo, solenidade ou festa litúrgica, os próprios do dia) sejam aprofundados pelo grupo. Podem fazer parte do roteiro dos retiros preparatórios, ou mesmo dos temas a serem tratados nos encontros que antecedem a data. Os cantos devem ser exaustivamente ensaiados, já que constituem parte integrante e bastante significativa da celebração. Valorizem-se as procissões próprias da celebração e demais oportunidades que o rito oferece para envolver outros catequizandos, pais e representantes da comunidade. Assim, fica bem evidente o caráter comunitário da Eucaristia. 

Da parte dos presbíteros, é fundamental que conheçam bem os catequizandos, estejam entrosados com eles, os acompanhem no itinerário preparatório e cumpram seu ministério da presidência com muita alegria e espírito de acolhida. É uma excelente ocasião para aprofundar o sentido da Eucaristia na vida pessoal e comunitária e mostrar as consequências vivenciais de tão importante Sacramento no cotidiano da assembléia ali presente.

  

Pe. Vanildo de Paiva

Especialista em Catequese e Liturgia e professor do IRPAC