O mundo corre mais depressa do que o tempo. O tempo não pára e dizem-nos que não podemos demorar. Ensinaram-nos, e ensinam-nos todos os dias, que não há tempo para parar. Não há tempo para demorar. E vamos passando, apressados, pelos dias, quase sempre sem parar. Sem reparar. Sem sentir, nada mais do que a correria do mundo e do tempo. Quase, até, sem respirar. Sem viver para o que realmente nos faz viver. Para o que nos faz amar.
Mas, hoje, eu quero dizer-te uma coisa: demora-te.
Dentro de um abraço.
Abraça alguém de quem gostas muito. Abraça alguém que precisa de um abraço. Abraça alguém porque tu precisas de um abraço. Abraça porque um abraço é a forma mais bonita de (de)morar. E demora-te.
Demora-te dentro de um abraço que, mesmo antes de abrir os braços, já está a chamar-te. Um abraço que te chama com o olhar, um abraço que te convida a entrar. A ficar. A morar. Demora-te dentro de um abraço que te abraça por inteiro. Um abraço que segura cada pedaço do teu coração. Da tua alma. Demora-te dentro de um abraço que te cura. Um abraço que sossega os medos. Um abraço que acalma as tempestades. Um abraço que te salva. Demora-te dentro de um abraço que te aquece quando o mundo é frio (e quando não é, também). Um abraço que te mostra o mundo mais bonito de todos os mundos. Demora-te dentro de um abraço-casa. Um abraço que te guarda dentro. Um abraço que te abriga do mundo inteiro. Um abraço que é o teu lugar. Demora-te dentro de um abraço que é a forma do amor. Um abraço que enlaça dois corações. Um abraço que te abraça para sempre. Demora-te dentro de um abraço que chega quando mais nada chega.
Demora-te dentro de um abraço. Mesmo que o mundo corra mais depressa do que o tempo. Mesmo que o tempo não pare e que digam que não podemos demorar. Demora-te. Demora-te, porque é dentro de um abraço que o mundo pára. Que o tempo pára. E só quando paramos para nos demorarmos em algo, em alguém, é que vivemos. É que amamos.
E a verdade é esta: Mesmo que o mundo corra mais depressa do que o tempo e mesmo que o tempo não pare, não há correria nenhuma no mundo que compense o amor de um abraço demorado. E o milagre de um coração a sorrir.
Daniela Barreira
In: imissio.net 16.05.22
imagem: pexels.com
São muitas as vezes em que nos perguntamos isto: porque não pode ser como eu quero? Porque não posso ter o que quero, agora? Porque é tão difícil, para mim, ver resolvidos os obstáculos do meu caminho?
Quem nunca se questionou, em voz alta, pelo menos já terá “verbalizado” alguma destas questões a um nível mais interior ou entre pensamentos mais ou menos frustrados.
Era mais fácil se, pelo menos, algumas coisas fossem como gostaríamos. Até ousamos esquecer aquele argumento de: “mas eu posso nem sempre saber o que é melhor para mim”. Quem saberá o que é melhor para mim se não for eu mesmo/a?!
Pois é. Esta reflexão última pode encerrar algum fundo de verdade, mas, na realidade, também podemos contar como muitas as vezes em que, posteriormente, teremos compreendido os motivos para este ou aquele acontecimento não terem sido como queríamos. Ou porque a vida nos preparava para algo melhor. Ou porque aquilo que achávamos ser bom para a nossa vida se transformou numa desilusão que até agradecemos não ter incluído ou recebido dentro do coração.
Claro que é legítimo (e humano!) querer que as coisas sejam como imaginamos. Como queremos, até. Mas não quer necessariamente dizer que essa vontade seja condizente com o melhor cenário para mim. Para ti. Para nós.
Talvez o maior e mais bonito mistério da vida seja, exatamente, não saber sempre tudo. Não se ter sempre tudo o que se quer. Quando se quer.
Talvez a magia more nessa incerteza, nessa surpreendente possibilidade do que ainda está para vir e para chegar.
Enquanto não sabemos o que chegará para nós, talvez valha a pena acender dentro da alma o desejo de querer sempre o que for melhor. Mesmo que não seja já. Mesmo que não seja com a forma que imaginámos.
Marta Arrais
27.04.22
In: imissio.net
Se te acontecer que estejas prestes a perder tudo, conserva a dignidade, sem cometeres atos dos quais, depois, só te poderás arrepender.
Muito do que temes perder, tem pouco valor, quando comparado com o que, sendo importante, dás por adquirido.
Na verdade, podes perder tudo, tudo, até mesmo a ti mesmo… Cuidado, é mais fácil do que te parece, bastam duas ou três decisões insensatas e eis que estarás no fundo de um poço. Tudo porque não aceitaste a perda como parte da vida e tenhas decidido fazer o que não devias: perder a dignidade numa teimosia contra a lógica.
Uma adversidade pode ser um trampolim para o melhor de nós, assim saibamos encará-la com a firme certeza de que estamos a ser postos à prova. Alguns perdem-se quando têm tudo e estão bem. De tal forma que só uma desgraça acaba por lhes devolver as suas virtudes mais nobres.
O que temos é finito, o que somos é infinito. Ninguém devia deixar que o que tem ou não lhe arruíne o que é.
Uma excelente indicação sobre aquilo de que somos feitos é a forma como reagimos a algo que nos rasga os sonhos.
Não troques a tua alma por nada deste mundo.
José Luis Nunes Martins
In: imissio.net 01.04.22
Há sempre um milagre, um pequenino milagre, que acontece e que chega para nos iluminar o dia, a vida, o coração.
Às vezes, tão despercebido. Às vezes, tão à vista. Mas sempre, sempre, vestido de amor.
Às vezes, escondido naquele abraço mais demorado que nos abriga. Às vezes, escondido naquela mão que se estende e que nos segura. Às vezes, escondido naquele olhar que faz parar o mundo e que nos cura. Às vezes, escondido naquele sorriso que embeleza tudo e que nos abraça. Às vezes, escondido naquele colo que sabe a casa e que nos serena. Às vezes, escondido naquela palavra do coração que nos conforta. Às vezes, escondido naquele silêncio cúmplice que nos toca. Às vezes, escondido naquele riso que se ouve ao longe e que nos contagia. Às vezes, escondido naquele gesto de amor que nos salva. Às vezes, escondido naquela pessoa que está ali e que nos faz sorrir.
Há sempre um milagre, um pequenino milagre, que acontece e que chega para nos iluminar o dia, a vida, o coração.
Talvez, às vezes, pareça que não. E talvez, nessas vezes (e em todas as vezes), o maior segredo e o verdadeiro sentido da vida seja procurarmos, todos os dias, sê-lo nós.
Ser aquele abraço que abriga. Ser aquela mão que segura. Ser aquele olhar que cura. Ser aquele sorriso que abraça. Ser aquele colo que serena. Ser aquela palavra que conforta. Ser aquele silêncio que toca. Ser aquele riso que contagia. Ser aquele gesto que salva. Ser aquela pessoa que faz sorrir.
Talvez o maior segredo e o verdadeiro sentido da vida seja procurarmos, todos os dias, ser aquele milagre, aquele pequenino milagre, que acontece e que chega para iluminar dias, vidas, corações.
Às vezes, tão despercebido. Às vezes, tão à vista. Mas sempre, sempre, vestido de amor.
Daniela Barreira
In: imissio.net
O sofrimento é sempre vivido de forma íntima, porque é no fundo de nós que reside o amor, e é sempre por causa do amor que acabamos por sofrer. Como se as dores fossem o preço a pagar por quem busca ser quem de melhor pode ser.
De cada vez que buscamos ser mais, de cada vez que largamos as certezas e os receios rumo à incerteza do futuro que ambicionamos, arriscamo-nos a perder muito. Por vezes, e não são poucas, perdemos mesmo muito.
Mas a verdade é que a felicidade nunca vem ao nosso encontro e, por isso, só quem vai por onde não há chão pode conquistá-la.
Poucos de nós são felizes. Talvez apenas aqueles que são capazes de superar os seus medos e deixar para trás as suas inseguranças, enquanto se arriscam por caminhos incertos, onde as desgraças tentam que paremos a cada passo.
A maldade quer-nos vivos. Para que soframos, sem cessar. Para se sentir poderosa. Imobiliza-nos, sem nos deixar desistir, para que possamos continuar a ser suas vítimas, e ela a senhora da nossa vida.
Não se encontra bem algum no mal, senão o de, através dele, nos fazermos melhores.
Mas uma grande desgraça pode fazer um grande coração, assim sejamos capazes de, apesar de tudo, manter vivas as nossas esperança, fé e bondade.
A esperança é a capacidade de suportar o mal até ao ponto em que, por não se perder, o vence. A fé é uma paixão, é a certeza de que nunca estamos sós. E a bondade?
A bondade é amor, é a capacidade de fazer o bem, mesmo a quem nos faz mal. Por respeito ao outro e a nós mesmos.
O perdão é uma luz que vence a maior escuridão da alma.
Perdoar é amar na sua forma mais pura e divina.
José Luis Nunes Martins
In: imissio.net 25.02.22
Os anos passam.
Que saibas olhar bem para ti. Para dentro de ti. Que saibas percorrer cada pedaço do teu coração, onde guardas (só) o que importa. O que importa de verdade.
Que saibas morar em cada abraço.
Que saibas abraçar cada mão dada.
Que saibas entregar-te em cada olhar.
Que saibas sentir cada sorriso.
Que saibas curar em cada beijo.
Que saibas amar as pessoas. As tuas pessoas. As que ficam. Sempre. Para sempre.
Que saibas tatuar corações com a tua vida.
Que saibas deixar que outras vidas te tatuem o coração.
Que saibas agradecer cada milagre.
Que saibas encontrar força para cada tempestade.
Que saibas viver e ser, sempre, com o coração.
Que saibas viver e ser, sempre, com amor.
Todos os dias.
Porque, enquanto os anos passam, é só isto que fica. E que te salva.
Sempre. Para sempre.
Que o saibas, também.
Daniela Barrera
In: imissio.net 17.01.22
Arrisco a dizer que estamos, todos, com muita sede de virar a página. Queríamos que estes tempos difíceis desaparecessem dos nossos dias; que as notícias que nunca são boas dessem lugar a pontinhos de luz e de esperança em forma de informação e de conteúdo. No entanto, parece que ainda não estamos autorizados a virar a página porque esta “página” não nos pertence, apenas, a nós. A página da pandemia é de todos. Diz respeito a todos. O respeito por estes tempos e os cuidados a ter são, e devem ser-nos, cobrados. A solução para o fim destes tempos cabe-nos a todos.
Claro que é mais fácil assobiar para o lado. Ignorar e seguir em frente como se nada fosse. Não é assim que se chega longe. Não é assim que cruzaremos esta meta que teima em fugir-nos cada vez mais para a frente, como se de uma provocação altiva se tratasse.
Que havemos de fazer, então, se nada parece estar ao alcance das nossas mãos? Do nosso controlo? Dos nossos gestos individuais?
Resta-nos (e já é muito!) fazer o que nos compete como pessoas, como responsáveis pela saúde pública (que é de todos), como cidadãos, como irmãos, irmãs, mães, pais, avós, tios, primos, amigos, conhecidos e desconhecidos.
Resta-nos cuidar, com carinho e cuidado, da página que ainda não virámos, ainda que já consigamos avistar o novo ano.
Não será estranho que suspiremos. Que desanimemos. Que pensamos que “isto nunca mais acaba”. Que nos sintamos castigados, massacrados, mastigados por um tempo tão complicado e turbulento. Que não fiquemos por aí. Que consigamos encontrar a coragem para encher o copo para brindar à esperança do que há de estar por vir. Para vir.
Dizem que atraímos tudo aquilo que desejarmos, que visualizarmos, que sonharmos como possível… por isso, fecha os olhos e imagina aquilo que será comum e feliz para todos:
O virar desta página. E que, a seguir, a página que se escreva seja profundamente melhor e mais feliz.
Marta Arrais
In: imissio.net 29.12.21
Imagem: pexels.com
O tempo nunca parou, nem vai parar. Não espera por ti, nem por ninguém. Só se compreende a vida olhando para o passado, mas só se pode viver a olhar para a frente. Não é possível compreender a vida ao mesmo tempo que se vive.
Sermos quem somos passa por estar neste mundo onde tudo pode mudar a qualquer instante, sem que sequer tenha de fazer sentido. Não há muitas certezas, mas uma delas é que pouco é certo.
O amanhã é um vazio onde habita o infinito. Tudo é possível. Um universo de horizontes imensos, porque tudo é sempre novo, único e autêntico.
A eternidade cabe num só instante. Neste preciso segundo, em que lês este texto, está a acontecer por todo o mundo um número sem fim de acontecimentos, milhares de milhões de pessoas vivem de forma diferente e singular esta migalha do tempo.
Aquieta-te por apenas um minuto. Sentes a vida a soprar em ti? Já compreendeste que viajas à velocidade da luz rumo a um amanhã sem fim? Sabes que és tu quem escolhe o caminho?
Nenhum de nós sabe quem será, mas podemos saber quem somos e o que queremos. Depois, é apontar cada passo em direção ao sonho.
Não esperes pelo tempo, porque quem cria o futuro és tu.
Sê prudente, a vida é um diálogo permanente entre nós e o mundo, em que importa muito saber qual o momento certo para cada coisa, sendo que nunca é tempo de apenas esperar.
Quem espera e desespera pelo futuro não é feliz, talvez porque não saiba o que fazer no presente…
O futuro não é lógico, mas quem olha para o seu passado com atenção sabe sempre um pouco mais. Atenta na tua história, que importância teve o que fizeste antes das coisas acontecerem? Não está o futuro já aqui, embora de forma disfarçada?
Aprende a viver o presente com alegria e com tristeza, mas não com euforia ou desespero. Concentra-te no que podes fazer para que até o impossível deixe de o ser… dessa forma, mesmo que não realizes os sonhos, terás sempre razões para sorrir e para seres feliz, apesar de tudo.
A tua vida é um dia a dia, até ao dia em que terás de saltar para a eternidade.
José Luis Nunes Martins
In: imissio.net 17.12.21
O que quer alguém que ama senão dar o que tem e o que é? Quando há amor, parecerá sempre pouco a quem o dá, mas parecerá sempre mais do que suficiente a quem o recebe!
Ao final de algum tempo, quem é amado, se aceitou o que quem o amou lhe deu, tem e é um pouco daquele que a ele se deu.
Mas serão precisos grandes gestos? Não. São as pequenas coisas. As que julgamos serem insignificantes, que, por isso mesmo, não podem ser dadas por outra razão que não a de uma gratuitidade generosa.
Quando amamos, a nossa vida é uma oração, uma presença silenciosa que dá luz às trevas do outro. Uma coragem única capaz de enfrentar o temor dos abismos da solidão e dos egoísmos.
O tempo é finito e a vida gasta-se. Mas só quando amamos podemos multiplicar o tempo e fazer vida brotar da vida, porque nos semeamos em outros corações que, por sua vez, também hão de amar e dar o que são… sendo que se dão conosco dentro! Tal como nós, de cada vez que amamos damos aquilo que recebemos de quem nos amou.
O que sou hoje é em grande parte o resultado de muito amor que me foi dado. Sou muito daqueles que decidiram dedicar-se a mim. Quem me olha vê-os, ainda que não o saiba, ainda que não saiba quem foram ou são, ainda que julgue que sou apenas eu.
José Luis Nunes Martins
In: imissio.net 19.11.21
Talvez tudo o que um dia precisa seja de um lado bonito. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse lado bonito. Às vezes, um sorriso embeleza um dia.
Talvez tudo o que uma vida precisa seja de luz. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser essa luz. Às vezes, uma mão dada ilumina uma vida.
Talvez tudo o que um coração precisa seja de paz. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser essa paz. Às vezes, um abraço serena um coração.
Talvez tudo o que uma alma precisa seja de verdade. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser essa verdade. Às vezes, um olhar de dentro toca uma alma.
Talvez tudo o que alguém precisa seja de acreditar. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse acreditar. Às vezes, uma palavra do coração inspira alguém.
Talvez tudo o que o mundo precisa seja de um milagre. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse milagre. Às vezes, um gesto de amor salva o mundo.
Talvez o amor seja tudo o que é preciso. E talvez nós tenhamos sido feitos para ser esse amor.
Mesmo com dias cinzentos, mesmo que a vida troque planos, mesmo que o mundo esteja do avesso.
Às vezes, o amor é tudo. Todas as vezes.
(Talvez seja por essas vezes que ainda cá estamos.)
Daniela Barreira
15.11.21
In: imissio.net
imagem: pexels.com
Faz tudo o que te é possível, mesmo aquilo que possas pensar que te é impossível. Não te deixes enganar pelo que os outros pensam a teu respeito. É sempre mais fácil tomar atenção ao que nos distrai e desvia do melhor caminho.
São raras as pessoas que, na vida, chegam onde podem chegar. O medo mata-nos muitos sonhos, antes mesmo de começarmos a lutar por eles. Todos devemos cumprir a missão de sermos quem somos, pagando o preço que tiver de ser.
Toda a gente sonha, mas só poucos se colocam a caminho de os concretizar. O mais fácil é sempre ficar a sonhar, até que tudo nos seja entregue sem que tenhamos de fazer coisa alguma.
Acreditamos que não somos capazes de fazer muitas coisas e isso faz com que nem sequer as tentemos. Somos vítimas das nossas ideias a respeito de nós. É difícil aceitar que talvez sejamos mesmo capazes.
É mais fácil apontar os erros aos outros do que ajudá-los.
Deixar para amanhã é caminho fácil. Porque é sempre mais leve prometer do que cumprir.
O que é melhor? Arrependermo-nos do mal que fizemos ou pararmos a tempo de não fazer o mal que temos em mente? Escolhe o mais difícil.
Algo que é muito mau nos caminhos difíceis é não vermos o sentido de ter de os fazer… mas a fé e a esperança são condições do amor. Nada garantem, mas tudo podem. É cheios de dúvidas que devemos lutar como se tivéssemos certezas.
Muitos são os que, por hábito ou preguiça, se deixam ficar pelo que é fácil. Impedem-se de crescerem, de se engrandecerem, de irem até onde podem ir.
Não percas tempo com aqueles que não acreditam que se pode subir ao mais alto das montanhas. Talvez a sua vida seja mais fácil de suportar assim, sem acreditarem em si mesmos.
Tem fé em ti.
Escolhe o caminho que te leva mais longe, por mais duro que seja.
Tem fé em ti.
José Luís Nunes Martins
22.10.21
In: imissio.net
Todas as vidas reentram na imagem diária, quase banal, do pão é partido e repartido. Porque as vidas são coisas semeadas, que crescem, amadurecem, são colhidas, trituradas, amassadas: são como o pão.
Porque não apenas nós saboreamos e consumimos o mundo: dentro de nós damo-nos conta que também o mundo, o tempo, nos consome, esboroa, devora. Por boas e por más razões, ninguém permanece inteiro.
Somos uma massa que se rasga, um miolo que se desfaz, uma espessura que se reduz, um alimento que é distribuído. A questão é saber com que consciência, com que sentido, com que intensidade vivemos este processo inevitável.
Todos nos consumimos, é certo. Mas em que comércios? Todos nos damos conta de que a vida se divide e subdivide. Mas como tornar este facto que por si é trágico, numa forma de afirmação fecunda e plena da própria vida?
Para nós, cristãos, a Eucaristia é o lugar vital da decisão sobre o que fazer da nossa vida. Porque todas as vidas são pão, mas nem todas são “eucaristizadas”, ou seja, configuradas em Cristo e assumidas, no seu seguimento, como entrega radical de si, oferta, dom vivo, serviço de amor incondicional.
Todas as vidas chegam a uma conclusão, mas nem todas chegam à conclusão do parto desta condição crística que trazem inscritas dentro de si. É destas coisas que a Eucaristia diariamente nos fala quando nos recorda: «Fazei isto em memória de mim».
Não acredites em quem te diz que as riquezas são o caminho para a alegria abundante. Os bens materiais são todos ainda mais passageiros do que nós.
Jamais alguém possuirá todas as coisas e, ainda que isto fosse possível, nem mesmo nessa altura veria a sua cega ambição acalmar. Porque a lógica de ter é acumular sempre, mais e mais. À satisfação de uma maior conquista segue-se uma fome por mais ainda. A pobreza precisa de muito menos do que a ganância.
Aprende a reconhecer o valor do pouco que tens, valoriza a liberdade de quem, por ter uma bagagem pequena e leve, pode ser tudo… e feliz.
Se os teus dias se passam a cuidares de não perder as coisas que tens e a procurares formas de ter mais, talvez seja tempo de te questionares sobre os resultados alcançados. Estás no caminho que planeaste? Por que razão há pessoas que têm tão menos do que tu, mas são muito mais felizes? Estarão elas iludidas? Ou estarás tu?
A vida passa e todas as coisas que temos deixarão de o ser em breve. O tempo que gastámos para as adquirir foi um bom investimento?
Não preciso mais do que pouco para viver aquela alegria que não é momentânea, mas um sentimento profundo que me habita, ilumina e fortalece, tornando-me capaz de viver cada novo dia apenas com o essencial, partilhando o resto com quem não o tem.
José Luis Nunes Martins
In: imissio.net 08.10.21
DISCURSO DO SANTO PADRE FRANCISCO
AOS PARTICIPANTES DO ENCONTRO PROMOVIDO
PELO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO SOBRE O TEMA “CATEQUESE E CATEQUISTAS PARA A NOVA EVANGELIZAÇÃO"
Sala Clementina
Sexta-feira, 17 de setembro de 2021
Caros irmãos e irmãs, bom dia e bem-vindos!
Com prazer, recebo vocês, nesta ocasião, em que tiveram a oportunidade de partilhar experiências, como responsáveis pela catequese das Igrejas particulares na Europa, analisando a recepção do novo Diretório para a Catequese, publicado no ano passado. Agradeço o Ex. Mons. Rino Fisichella por esta iniciativa que, tenho certeza, se estenderá também às conferências episcopais de outros continentes, para que o caminho catequético comum seja enriquecido por tantas experiências locais.
Acabo de voltar da celebração do Congresso Eucarístico Internacional, realizado em Budapest, dias atrás. A ocasião é favorável para verificar como possa ser eficaz, na obra da evangelização, o grande empenho pela catequese, se o olhar está fixo no mistério eucarístico. Não podemos nos esquecer de que o lugar privilegiado da catequese é, justamente, a celebração eucarística, onde os irmãos e as irmãs estão juntos para descobrirem sempre mais os diversos modos da presença de Deus em suas vidas.
Agrada-me pensar nesta passagem do Evangelho de Mateus, em que os discípulos perguntam a Jesus: “Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?” (26,17). A resposta de Jesus manifesta claramente que ele já tinha previsto tudo: conhecia o percurso que teria feito um homem com a jarra de água; tinha conhecimento da sala grande já preparada, no andar de cima da casa (cf. Lc 22,10-12); e, sem dizer nada, percebia plenamente o que havia nos corações de seus amigos a respeito do que aconteceria nos dias seguintes.
As palavras iniciais com as quais os envia são: «Ide à cidade» (Mt 26,18). Este detalhe - pensando em vocês e no serviço que realizam – nos faz reler o caminho da catequese como momento pelo qual os cristãos, que se preparam para celebrar o ápice do mistério da fé, são convidados a irem, antes, “na cidade”, para encontrar as pessoas ocupadas nos seus afazeres cotidianos. A catequese – como acentua o novo Diretório – não é uma comunicação abstrata de conhecimentos teóricos para memorizar como se fossem fórmulas de matemática ou de química. Antes de tudo, é a experiência mistagógica de quantos aprendem a encontrar os irmãos lá onde vivem e agem, porque eles mesmos encontraram Cristo, que os chamara a se tornarem discípulos missionários. Devemos insistir para indicar o coração da catequese: “Jesus Cristo ressuscitado te ama e jamais te abandona!”. Este primeiro anúncio jamais pode nos encontrar cansados nem repetitivos, nas várias fases do caminho catequético.
Por isso instituí o ministério de catequista. Estão preparando o ritual para a “criação” – entre aspas – dos catequistas. Instituí, para que a comunidade cristã sinta a exigência de suscitar esta vocação e de experimentar o serviço de alguns homens e mulheres que, vivendo da celebração eucarística, sentem mais viva a paixão de transmitir a fé como evangelizadores. O catequista e a catequista são testemunhas que se colocam a serviço da comunidade cristã, para sustentar o aprofundamento da fé, no concreto da vida cotidiana. São pessoas que anunciam sem se cansar o Evangelho da misericórdia; pessoas capazes de criar os laços necessários de acolhida e de proximidade, que permitem saborear melhor a Palavra de Deus e celebrar o mistério eucarístico, produzindo frutos de boas obras.
Recordo, com afeto, as duas catequistas que me prepararam para a Primeira Comunhão. Como padre, continuei o relacionamento com elas e, com uma delas, que ainda era viva, como bispo. Sentia um grande respeito, também um sentimento de gratidão, sem manifestá-lo, mas sentia como que uma veneração. Por quê? Porque eram mulheres que tinham me preparado para a Primeira Comunhão, juntamente com uma freira. Quero contar a vocês esta experiência porque para mim foi bonito acompanhar a ambas, até o fim de suas vidas. E também a freira, que me preparou para a parte litúrgica da Comunhão, já morreu, e eu estive ali, com ela, acompanhando-a. Há uma proximidade, um laço muito importante com os catequistas.
Como disse, segunda-feira passada, na Catedral de Bratislava, a evangelização não é mera repetição do passado, jamais! Os grandes santos evangelizadores, como Cirilo e Metódio, como Bonifácio, foram criativos, com a criatividade do Espírito Santo. Abriram novas estradas, inventaram novas linguagens, novos “alfabetos”, para transmitir o Evangelho, para a inculturação da fé. Isto exige saber escutar as pessoas, escutar os povos a quem se anuncia: escutar sua cultura, sua história; escutar, não superficialmente, já pensando nas respostas pré-fabricadas que tempos na maleta. Não! Escutar de verdade! Confrontar com a Palavra de Deus, com Jesus Cristo, evangelho vivente, aquelas culturas, aquelas linguagens, inclusive o não dito e o não expresso. E repito a pergunta: não é esta a missão mais urgente da Igreja, entre os povos da Europa? A grande tradição cristã do continente não deve se tornar um entulho histórico. Se for assim, não é mais “tradição”! A tradição ou é viva ou não é tradição. E a catequese é tradição, é transmitir a tradição viva, de coração para coração, de mente para mente, de vida para vida. Portanto: apaixonados e criativos, sob o impulso do Espírito Santo. Usei a palavra “pré-fabricada” quanto à linguagem, mas tenho medo dos catequistas com o coração, a atitude e o rosto “pré-fabricados”. Não! O catequista é livre ou não é catequista. O catequista deixa-se atingir pela realidade que encontra e transmite o evangelho com grande criatividade ou não é catequista. Pensem bem sobre isto.
Caríssimos, por meio de vocês quero transmitir o meu agradecimento pessoal aos milhares de catequistas da Europa. De modo particular, penso naqueles que, a partir das próximas semanas, estarão dedicados às crianças e jovens que se preparam para completar seu percurso de iniciação cristã. Porém, penso em todos e em cada um. A Virgem Maria interceda por vocês, para que sejam sempre assistidos pelo Espírito Santo. Acompanho-os com minha oração e com a bênção apostólica. Também vocês, por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Obrigado!
Imagem: site do Vaticano
Tradução do italiano: Marlene Maria Silva
Se queres ser mais do que és, o fundamental é começares por conhecer-te a ti mesmo. Cada um de nós é único e diferente, pelo que as escolhas individuais devem ser ponderadas de acordo com as fragilidades, forças e dons, pilares da nossa identidade.
Se ter uma vida boa e feliz é um grande objetivo de quase todos nós, isso não significa que todos tenhamos de fazer o mesmo para o alcançar. Depende sempre muito do ponto do caminho onde se está e das capacidades de que dispomos.
Para saberes o que é bom e mau para ti, tens de saber bem quem és! O bem e o mal não variam de pessoa para pessoa, mas a forma como cada um de nós tem o dever de os aplicar em cada circunstância, sim.
Não vale a pena ansiares por lugares de sonho se não sabes onde estás. Pouco vale ter objetivos de vida se não nos conhecemos.
Investe algum tempo a observares-te com paciência, como se fosses alguém que pretende ter informações importantes sobre ti: Como ages e como reages ao que te acontece? O que te alegra e o que te entristece? O que te atrai e o que te repugna? De quem gostas, de quem não gostas e qual o critério para uns e para outros? Quais são os teus sonhos e, ainda mais importante, que medos têm poder, ainda que subtil, sobre ti?
Mas nada disto teria sentido se nós não fossemos também criadores de nós mesmos.
Cada um de nós é quem é, mas deve-o, em parte, a si mesmo.
Se tudo o que faz parte do passado é imutável, muito do que ainda não o é está em aberto.
Esta liberdade assusta-nos. Confessamos muitas vezes viver mal. Quando confrontados com a possibilidade de mudar isso, resistimos ao ponto de… preferirmos o mal ao bem.
Tu és, em ti mesmo, uma possibilidade. De bem, de mal ou de nada.
Se queres mesmo ser feliz, é importante que assumas que os caminhos para lá chegar são íngremes e agrestes. Tão duros que, por mais paradoxal que te possa parecer, cumpri-los já é ser feliz!
José Luis Nunes Martins
In: imissio.net 10.09.21
Entrevista com Neuza Silveira de Souza, coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.
1. Há quanto tempo é catequista?
Sou catequista desde 1985.
2. Como foi o despertar de sua vocação?
Desde muito cedo, na minha cidade natal, eu gostava de ir à missa e ficava olhando as catequistas cuidando das crianças, na Igreja. Tínhamos um padre que na hora da homilia ele gostava de conversar com as crianças, fazer perguntas e eu me encantava com a cena e dizia para mim mesma: um dia vou ser catequista. Passado um tempo e já em outra cidade, uma oportunidade surgiu na minha vida quando a paróquia ofereceu uma formação de catequese. E quem era a assessora? A Inês Broshuis. Na época, ela era assessora da CNBB e estava fazendo a divulgação do documento “Catequese Renovada”. Com a formação recebida, me apaixonei pela catequese e tive a certeza do que realmente queria - ser catequista.
3. Quais são os desafios enfrentados por uma pessoa que é catequista?
Grandes são os desafios. O catequista tem a missão de ajudar outras pessoas a fazer uma experiência de se colocar no seguimento de Jesus. Para que isto aconteça, ela mesma tem de estar no seguimento, tem de conhecer a Palavra, tem de ter disponibilidade, compromisso, tem de primeiro ter feito a experiência do encontro com Jesus. A ação catequética é um processo de crescimento na fé, e o catequista precisa descobrir e compreender a pedagogia de Deus, a pedagogia de Jesus e pedagogia da Igreja para bem fazer ecoar a Palavra de Deus e ajudar as pessoas a crescer na fé. Necessário também conhecer a realidade do catequizando: o ambiente, a família, como vivem, etc. O catequista é um educador da fé. Precisa se preocupar com a sua própria formação. Tem que adequar a linguagem de acordo com a idade dos catequizandos para conseguir passar a mensagem. Qual a melhor forma de realizar dinâmicas que ajudam no processo de transmissão do conteúdo, a criar relações..
4. Qual a maior alegria que a função de Catequista trás para a vida da Senhora
A alegria de estar servindo. De se colocar ao serviço da Palavra e sentir que ela faz eco na vida das pessoas, ela produz brilho no olhar e pode levar ao apaixonamento por Jesus. Isto porque nós catequistas, pela própria essência de nossa vocação, somos chamados a olhar para Jesus e inspirar-se na sua prática. Ele é o modelo que nos confere identidade e molda nosso coração. E, assim com seu agir nos encanta, somos movidos para também encantar nossos catequizandos. Diz o Papa Francisco que nós catequistas, além de mestres e mistagogos, somos especialistas na arte do acompanhamento (EG,n. 169-173, tem competências educacionais, sabe ouvir e entrar na dinâmica do amadurecimento
Humano. Essas considerações envolvem todo nosso ser e produz muita alegria em nós, fazendo-nos sentir impulsionados para ir ao encontro do outro, mostrar nosso amor e nos dispor a doar, a fim de nutrir o crescimento espiritual das pessoas e de nós mesmo para juntos caminhar e trabalhar para a edificação do Corpo de Cristo no nosso meio.
5. O que o Catequista pode representar na vida de uma pessoa que está se iniciando na vida cristã?
O Catequista é sempre modelo para seus catequizandos. Assim, ele precisa estar atento, dar testemunho de fé e de vida, ser comprometido com suas atividades. Ele é um cristão que, respondendo ao chamado particular de Deus, ele se torna responsável para se ao serviço de transmissão da fé e missão de iniciar as pessoas à vida cristã, constituindo, assim, o corpo eclesial da Igreja, da qual Cristo é a cabeça. Diz o Diretório para a catequese que o Catequista custodia (abriga, acolhe), alimenta e testemunha a vida nova que dele vem e se torna sinal para os outros (DpC n. 113). Mas não esqueçamos que o protagonista é sempre o Espírito Santo. Sem ele, nada somos). Ao catequista sempre foi dado o ministério da Palavra, por confiança da Igreja. Hoje, o catequista é um ministro instituído pela Igreja, representando-a, dentre outros, na formação de discípulos missionários de Cristo.
6. Qual o conselho que a senhora dá para uma pessoa que sente o chamado para ser catequista?
Seja sempre confiante, perseverante. O trabalho do catequista é uma dádiva de Deus. É uma missão e exige compromisso. Somos chamados a ser semeadores da Palavra, cuidadores da criação, e exercemos nosso ministério pela graça que provém de Deus. Semeamos partilhando nossas experiências no campo da existência humana. Elas florescem como flor do campo, que ao bater-lhe um vento, desaparece, mas deixa lugar para ao amor de Deus penetrar e florescer, fazendo habitação do coração do irmão. O Catequista é o mensageiro da voz de Deus. Ele empresta sua voz para Deus falar. Assim, nunca desista, seja sempre catequista corajoso, forte, mas também humilde e perseverante, na certeza de que Deus caminha junto.
7. Quais os passos para se tornar um bom catequista?
Primeiro descobrir sua vocação. A nossa vida de fé cristã é comunitária. Da comunidade brota vocações. O catequista se torna uma pessoa de referência dentro da comunidade evangelizadora.
Precisa gostar e se dispõe a dialogar com crianças, jovens e adultos.
Participar das atividades propostas e necessárias na vida da comunidade.
Desenvolver sua espiritualidade de Catequista. O/A Catequista não nasce catequista, mas se torna catequista e tem de trabalhar sua pessoa, ter forte espiritualidade para ser capaz de mostrar e iluminar os caminhos da fé, buscar conhecimentos sobre a Palavra de Deus e, principalmente, fazer a experiência do encontro pessoal com Jesus, pois a Catequese tem como centralidade, a pessoa de Jesus Cristo (sua vida, paixão, morte e ressurreição.
Precisa ser uma pessoa de oração.
Buscar formação permanente
Estar atento à realidade olhando para os fatos da vida com o olhar da fé.
Ter consciência crítica diante de fatos e acontecimentos.
Nesse tempo de pandemia, o catequista precisa se reinventar constantemente, viver intensamente o amor de Deus e levar amor para seus catequizandos.
8. Princípios para que uma pessoa seja um bom catequista
- Confiança. Acreditar no que fazemos e ensinamos
- Mistagogia - Mergulhar no mistério – o Cristo
- Interação fé e vida Na catequese aprendemos sobre Jesus. Na liturgia encontramos a fonte e o cume da vida cristã. Na catequese, o catequista representa Jesus. Na liturgia, o catequista é o próprio Cristo e nós experimentamos Jesus.
- Princípio da missionaridade: missão social e comunitária. O catequista é um missionário.
- Comunicação e linguagem – O Catequista é um comunicador
- O catequista precisa ter também certas qualidades "humanas":
- Ser uma pessoa psicologicamente equilibrada;
- Ser uma pessoa responsável e perseverante. Responsabilidade e pontualidade são necessárias;
- Saber trabalhar em equipe, ter uma certa liderança e ser criativo;
- Ter amor aos catequizandos e ter noções de psicologia, didática e técnica de grupo;
- Sentir dentro de si a vocação de catequista.
Equipe do Catequese Hoje
29.08.2021
Olá Catequistas!!!
Sinto-me imensamente feliz de fazer parte desse grupo de catequistas e possuir o dom precioso que vem do alto: o dom de fazer ecoar a Palavra de Deus, de encantar pessoas quando permitimos que as luzes vindas do céu se façam caminho para nos conduzir rumo ao mistério do Cristo, o ressuscitado.
Assim somos nós, catequistas da Arquidiocese de Belo Horizonte. E, enquanto coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético desejo, em nome da Arquidiocese, agradecer e parabenizar a todos vocês catequistas, nesse dia em que a Igreja comemora o dia do catequista.
Nesse tempo de pandemia, a tarefa do catequista se tornou muito difícil, pois para além do afastamento dos catequizandos, a falta do calor humano, a alegria de estar com eles nos encontros semanais, que enriqueciam as experiências vivenciais, o catequista teve que aprender um novo jeito de fazer catequese, utilizar-se de um novo método para fazer chegar até as casas de seus catequizandos, atividades que os ajudassem a continuar a caminhada catequética. E dessa vez, necessitando da ajuda das famílias, o que, na verdade, tornou-se mais enriquecedor a prática catequética, pois as famílias também contribuíram com seu papel de primeira catequista de seus filhos. Construíram em seus lares as pequenas igrejas domésticas, a exemplo das primeiras.
Mesmo em tempos difíceis, o/a catequista teve o seu ministério, antes confiado, agora instituído, quando foi confirmado pelo Papa Francisco em sua Carta Apostólica sob a forma de “Moto Próprio”, dando aos catequistas sua nova identidade. Ele afirma: o Catequista “é, simultaneamente, testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja”.
O Papa Francisco vê a educação da fé como uma das aventuras educativas mais belas da Igreja e para realizar esse trabalho a Igreja necessita de catequistas que sejam verdadeiramente apaixonadas por Jesus Cristo e, por isso, capazes de levar as crianças, jovens e adultos ao encontro de Jesus.
Vale ainda, nesse dia, relembrar os pilares que, segundo o Papa Francisco, dá sustentação na caminhada dos catequistas:
1. Ter familiaridade com Cristo, aprender com Ele, escutá-lo e permanecer em seu amor, como Ele mesmo ensinou aos discípulos: “permaneçam no meu amor, permaneçam ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se somos unidos a Ele, podemos dar frutos”. O coração do catequista deve viver essa união com Ele.
2. Viver o dinamismo do amor, a exemplo de Cristo, no sair de si para ir ao encontro do outro. O dom do catequista o impulsiona sempre para fora de si mesmo, doando-se aos outros.
3. Não ter medo de sair, de ir até as periferias, de ir a quem precisa, sair do comum para seguir a Deus, porque Deus vai sempre além.
Refletindo sobre esses pilares, sinto o meu coração apertado. Será que estamos correspondendo ao que Deus espera de nós? Estamos levando a luz de Cristo àqueles que desejam conhecê-lo?
Estamos sendo testemunhas eficazes do amor de Deus? A exemplo dos ensinamentos de Jesus, estamos aproveitando as oportunidades de expressar o nosso “ser irmão”, de sermos outros bons samaritanos que se doam para ajudar o outro que sofre, e se coloca a serviço do bem? Quem somos nós catequistas?
Tenhamos a certeza de que se deixamos nos conduzir pelo Espírito Santo; se o reconhecemos como o protagonista de toda nossa ação; se praticamos a humildade, então nossa catequese caminha e cumpre seu papel de levar até o coração das pessoas o amor de Deus. Vejamos as experiências dos discípulos de Jesus. Eles responderam ao chamado e cada qual, na sua forma de ser e de acordo com sua capacidade, se colocaram à disposição para segui-lo. Também nós, cada um se ofertando conforme sua capacidade, somos semeadores da Palavra de Deus. Fazemos parte importante de um todo maior que envolve a orientação e a formação da família e de outas instituições da sociedade. Caminhando e narrando histórias vamos tornando a fé viva no presente. É do relato das histórias que vamos obtendo inspirações e esperanças. Sejamos todos perseverantes na caminhada.
Jesus reconhece o discípulo como alguém que deixa em suspenso aquilo que até o momento era a sua vida e que se incorpora ao seu projeto. Nesse sentido, podemos afirmar que Jesus considera como seus discípulos também os catequistas que colocam seus afazeres em suspenso para dedicar ao anúncio do Reino. Jesus é o nosso Mestre e faz de nós mestres dos nossos catequizandos. Com o Espírito Santo sempre presente, vamos acolhendo todos aqueles que desejam ser conduzidos para dentro do mistério da fé cristã.
Com a alegria de ajudar a fazer discípulos missionários e proporcionar o encontro pessoal com Jesus Cristo à luz da fé, nutrir o crescimento espiritual de outras pessoas, vamos edificando o Corpo de Cristo.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.
29.08.2021
Imagem: pexels.com
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética
Brasília, 29 de agosto de 2021
Carta aos Catequistas
Queridos(as) Catequistas.
Transcorre neste domingo, 29.08, o Dia do Catequista. São já são muitos que no Brasil a Igreja convida seus filhos a lançar um olhar de afeto e gratidão a tantas mulheres e homens Catequistas. São muitos milhares no Brasil. Repletos de encantos pelo Senhor escolheram apresentá-lo a outros que querem conhecê-lo.
Sua decisão pessoal de aceitar o chamado a Ser Catequista conserva muitos traços do que aconteceu lá em Cafarnaum: “Caminhando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos... Vinde após mim e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4,19.21). Eles lançavam ou consertavam as redes. Nada tão ordinário para quem é pescador. Mas nada foi tão extraordinário para quem se tornou discípulo. No quotidiano dos seus dias desanuviou-se para eles um caminho para todos os seus outros dias. Já não foram mais os mesmos. Tudo mudou a partir de quando o Senhor os “viu” e lhes falou. Tem-se até a impressão de que tudo foi muito breve... mas tão denso de encontro pessoal. Receberam até uma nova identidade: “Pescadores de homens”.
Eles começaram como “catequizandos”. De fato, após o chamado foram com Jesus até o monte. Lá lhes ressoou a primeira grande catequese. Tema daquela primeira formação: “Bem aventurados... Vós sois o sal da terra... Vai reconciliar-te com teu irmão... Amai os vossos inimigos... Quando orardes, dizei: Pai... Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus...” Quantas mudanças na mente e no coração daqueles pescadores. Pescar peixes prometia menos, mas também exigiria menos. E não lhes seria necessário entregar tanto, não precisariam amar tanto quanto o Senhor propunha. Quantos pensamentos passaram na mente daqueles homens tão simples e humildes!!! E quanta grandeza se lhes descortinava!!
Acaso já parou para avaliar quanto a Catequese lhe aproximou do discipulado de Jesus? Mais de uma aflorou-lhe a tentação deixar a Catequese. Mas, depois de tudo, lá estava Você outra vez. Talvez suas experiências mais profundas de encontro com o Senhor tenham se desencadeado em contextos de dor, de cansaço, de cruz. Lembra do Evangelho do domingo passado? Muitos tinham murmurado ante as palavras de Jesus. Até disseram que aquelas eram palavras muito duras (Jo 6,60.61). Mas, eis Pedro: “A quem iremos, Senhor. Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Quem esteve com Pedro outrora, quer estar com Você agora. Observe com muita afeição a sua história vocacional de Catequista. Quão gracioso foi o Senhor. Houve alegrias, houve dores, houve amores... Mas sempre o Espírito de Deus estava lá...
Recordo-lhe que não existe evangelização sem afeto. Foi este o caminho seguido por um grande Catequista, aquele de Nazaré: “Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por eles, pois estavam coo ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6,34). A compaixão moveu o Senhor a ser catequista naquela hora. Doeu em Jesus a dor daquela gente. Naquela ocasião os discípulos se sentiram impotentes. “Despede-os...” (6,36). É até possível que em certas situações Você se perceba incapaz, sem dotes para os desafios da missão. Mas... olhe para seus catequizandos. O que lhe diria o Senhor Jesus ao olhar com Você para eles? Ouça-o. Faça sua Leitura Orante e lhe responda. Será uma maravilhosa vivência de fé e de espiritualidade.
Catequistas de todo o Brasil, que o Senhor lhes multiplique em bênção pela Bênção que são Vocês para a nossa Igreja.
Dom José Antonio Peruzzo
Comissão Bíblico-Catequética da CNBB
Celebração do Dia do Catequista
29 de agosto de 2021
Catequista, ministério de amor, semeando a Palavra
Ambiente e material
- Se a celebração for presencial: cadeiras em círculo; no centro, panos coloridos sobre os quais serão colocados os símbolos; deixando um lugar de destaque para a Bíblia.
- Preparar: saquinhos com sementes quantos forem os catequistas, vasilha com água, recipiente com terra e vela que serão apresentados no momento oportuno; a carta apostólica “Ministério Antigo”; algumas fotos relacionadas à catequese.
- Refrão meditativo: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! * Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus![1]
(Acendimento da luz)
- Acolhida
Animador(a): Que alegria estarmos juntos no Dia do Catequista! Celebremos jubilosos nossa vocação de semeadores do Reino, da boa-nova da alegria, do perdão e da justiça! Sejam bem-vindos(as). Invoquemos juntos nosso Deus:
- Hino de Abertura[2]
- Vem, ó Deus da vida, vem nos ajudar! (bis). Vem, não demores mais, vem nos libertar! (bis).
- Venham, adoremos a nosso Senhor (bis). Deus, criador da vida, Deus trabalhador! (bis).
- Tudo quanto fazes, tem sabedoria (bis). Nossa colheita é farta, ó quanta alegria! (introduzem-se os saquinhos com as sementes).
- Chuvas abundantes mandas lá do céu (bis) (introduz-se a água). Nossos trigais e roças, abençoas, Deus (bis).
- A Mãe terra boa, sempre vens regar (bis) (introduz-se a terra). As novas sementeiras vens abençoar (bis).
- Nossos catequistas, bons semeadores (bis) (introduz-se a vela). Luz, força e graça, dai-lhes em favores (bis).
- Glória ao Pai, e ao Filho e ao Santo Espírito (bis). Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito! (bis).
- Aleluia, irmãs, aleluia, irmãos! (bis). Das mãos que hoje colhem, tragam louvação (bis).
- Recordação da Vida
Animador (a): Neste nosso encontro celebrativo, trazemos presentes, na memória e no coração, aqueles e aquelas que trilharam o caminho antes de nós e conosco, catequistas, amigos (as), irmãos (as) de caminhada, semeadores como nós. Lembremo-nos também de tantos terrenos, de tantos corações de catequizandos e catequizandas e suas famílias, que nos foram confiados para lançarmos neles as sementes da Palavra, da alegria do perdão e da justiça. Lembremos dos acontecimentos, das dores e vitórias da semeadura e das situações do nosso povo, necessitadas da força do evangelho para que floresçam e produzam frutos.
(Tempo para a memória. Algumas pessoas tomam um pouco de terra, as fotos da catequese e apresentam para o grupo e o animador convida o grupo a repetir:)
Todos: Sou catequista e sou semeador, lanço a palavra de paz e de amor. / Planto e rego e espero nascer quem faz crescer é o Senhor (bis).
- LEITURA BÍBLICA
- Animador (a): A Palavra de Deus é luz que ilumina a nossa vida e toda catequese a serviço da iniciação à vida cristã. Acolhamos a Palavra que chega em nosso meio cantando com alegria:
(Momento de Entronização da Palavra – durante o canto, quem vai proclamar entra com a Bíblia. Depois de proclamar o evangelho, coloca a Bíblia no lugar que foi preparado).
- Canto: Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, aleluia! (bis)
Semente é de Deus a palavra, o Cristo é o semeador; todo aquele que o encontra, vida eterna encontrou! Aleluia, aleluia, aleluia, aleluia, aleluia! (bis)[3]
- Proclamação do Evangelho de Mateus, capítulo 13, versículos de 1 a 9.
(Meditação – silêncio)
Animador(a): O que diz o texto? O que Jesus comunica ao povo e aos seus discípulos? Quais são as imagens presentes no texto? Quais palavras mais chamaram a atenção durante a leitura?
Em qual terreno nos encontramos? O que fazer para ser terra boa, que dá bons frutos? Temos dedicado tempo para o encontro com a Palavra? Que apelos a Palavra despertou em nosso coração? Quais compromissos queremos assumir como catequistas?
(Partilha)
- Canto:
-Toda semente é um anseio de frutificar e todo o fruto é uma forma de a gente se dar.
Põe a semente na terra, não será em vão. Não te preocupe a colheita, plantas para o irmão.
- Toda palavra é um anseio de comunicar. E toda fala é uma forma de a gente se dar.
- NOSSO LOUVOR
Animador (a): Ao Criador da Mãe Terra, que manda sol e chuva, vamos agradecer, cantando: Nós te damos, hoje e sempre, toda glória e louvor!
. Pela fertilidade da terra e pelas mãos que trabalham...
. Pelas sementes que brotaram e que deram fruto...
. Pela alegria de ver o resultado de nosso trabalho que se juntou com as forças da natureza...
. Pelos catequistas, disponíveis a servir na educação da fé, com seu testemunho de vida...
. Pelos catequistas que, apesar das dificuldades deste tempo de pandemia, continuaram perseverantes em semear a boa-nova...
. Pelos catequistas que, mesmo entre espinhos e pedras, souberam reencantar as pessoas por Jesus, sua mensagem e seu projeto de vida...
. Pelas famílias que, neste tempo de pandemia, se tornaram Igrejas domésticas e assumiram a educação da fé de seus filhos...
. Pelos catequizandos e catequizandas que, quais terrenos bons, deixaram a semente brotar e florir...
. Pelas comunidades eclesiais missionárias, pelos bispos e padres que, em tempos tão difíceis, semearam o bem, animaram o povo e valorizaram a missão do catequista...
. Pelo Papa Francisco que instituiu o Ministério do Catequista, reconhecendo a grandeza e a importância deste serviço para a Igreja e para o mundo...
(Louvores espontâneos)
Pai-Nosso
- ENVIO
Animador(a): Papa Francisco, em várias ocasiões, tem manifestado seu apreço pela missão dos(as) catequistas. Seu último gesto foi a instituição do ministério do catequista, com a carta apostólica “Ministério Antigo”, do dia 10 de maio de 2021 (Levantar a Carta e pedir uma aclamação).
Leitor(a) 1: Como bom semeador, o Papa Francisco sempre nos orienta para bem vivermos nossa vocação e recomenda que nosso coração, qual terra boa, deixe-se fertilizar a fim de que a Palavra seja fecundada e produza bons frutos.
Leitor(a) 2: Recomenda que para “sermos” catequistas é preciso que nosso coração pulse ritmado, em sístole e diástole, movimentos que permitem a entrada e saída do sangue. O catequista deixa o amor de Deus penetrar sua vida, pela experiência do encontro pessoal com o Senhor e, ao mesmo tempo, parte ao encontro com o irmão e a irmã para levar e transmitir este amor.
Animador(a): Depois de termos celebrado e rezado nossa vocação de semeadores da Palavra, somos, agora, enviados a partilhar as sementes. Convidamos os(as) catequistas a se aproximarem e renovarem seu sim generoso ao Senhor (Distribuir saquinhos com sementes para os catequistas e pedir que tragam para junto deles seus catequizandos(as) e visualizem as situações de urgência onde lançar as sementes).
- Para semear a Palavra de Deus nas comunidades rurais, urbanas, sítios e vilas de nossa arqui(diocese), paróquia e comunidades a quem enviaremos?
Catequistas: Eis-me aqui, Senhor! Eis-me aqui, Senhor! Para fazer tua vontade. Eis-me aqui, Senhor.
(Levantam os saquinhos com as sementes)
- Para lançar as sementes da Palavra nos meios virtuais, a quem enviaremos?
- Para ajudar os anciãos, os adultos, os jovens, os adolescentes e crianças a fazerem um encontro pessoal com a pessoa de Jesus Cristo. A quem enviaremos?
- Para educar na fé e formar comunidades eclesiais vivas, missionárias e samaritanas, a quem enviaremos?
- Para colaborar na construção de uma sociedade justa, solidária, tolerante e pacífica, a quem enviaremos?
- Animador (a): Amados e amadas catequistas, o Senhor nosso Deus nos chama e nos envia. Preparemo-nos para sairmos em missão como discípulos(as) missionários(as) e anunciar a Boa-Nova nas comunidades eclesiais missionárias, nas casas, nas praças, nos meios digitais e onde formos enviados. Que Deus nos inspire e nos ajude nesta missão.
- Todos: Amém.
- BÊNÇÃO
- Animador (a): O Deus, fonte de toda a vida, nos dê a sua bênção e a sua paz, agora e sempre.
- Todos (as): Amém.
- Animador (a): O Filho Bendito, que nos chama a serviço do Reino, nos ilumine e conduza.
- Todos (as): Amém.
- Animador (a): O Espírito Santo, doador do dom de sermos catequistas, nos guie hoje e sempre.
- Todos (as): Amém.
- Animador (a): Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
- Todos (as): Amém.
- Animador (a): Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo.
- Todos (as): Para sempre seja louvado!
Canto de Envio[4]
- Eu não vivia a minha vocação. Eu não sabia o que meu Deus queria do meu coração. Eu não sabia do poder de Deus. Eu não sabia o que meu Deus queria deste mundo meu. Porém um dia o coração falou. E me mandou pras ruas a profetizar. Sei muito bem que ainda sou ninguém. Não sou profeta, mas vou semear.
Quem parte semeando, quem parte semeando. Quem parte semeando e a chorar ao voltar. Com sorrisos colherá, ao voltar com sorrisos colherá.
- Agora eu vivo minha a vocação. E sei também que pela minha frente existe muito chão. Eu sei agora do poder de Deus. Agora entendo o que meu Deus pretende deste mundo meu. Profetizar no meio dos irmãos. Lançar sementes e fazê-las despontar. E cultivar as flores em botão. Ir caminhando e sempre semear.
Quem parte semeando, quem parte semeando. Quem parte semeando e a chorar ao voltar. Com sorrisos colherá, ao voltar com sorrisos colherá.
ORAÇAÕ DO CATEQUISTA (Ir. Firmin Gainza, FSC)
“Senhor, quando nos mandas semear,
Transbordam nossas mãos de riqueza:
Tua Palavra nos enche de alegria
Quando lançamos na terra aberta.
Senhor, quando nos mandas semear,
Sentimos na alma a pobreza:
Lançamos a semente que nos deste
E esperamos incertos a colheita.
E nos parece que é perder tempo
Este semear em insegura espera.
E nos parece que é muito pouco grão
Para a imensidade de nossas terras.
E nos perturbas a desproporção
Do Teu mandato frente às nossas forças.
Mas a fé nos faz compreender
Que estás ao nosso lado na tarefa.
E avançamos semeando pela noite
E pela névoa matinal.
Profetas, pobres,
Mas confiantes que Tu
Nos usas com humildes ferramentas.
Glória a Ti, bom Pai, que nos deste
O Teu Verbo, semente verdadeira,
E pela graça do Teu Santo Espírito
A semeias conosco na Igreja.
Amém[1].
[1] Revista de Catequese, n.25, 1984, p.104.
[1] https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c (acesso à melodia do canto)
[2] https://www.youtube.com/watch?v=eC55HCijohw (a partir de 2:40, sugestão de melodia para o hino de abertura)
[3] https://musicasparamissa.com.br/musica/aleluia-dia-semana/
[4] https://www.youtube.com/watch?v=f4y0cdhtqMs (melodia do Canto de Envio – Pe. Zezinho. Paulinas Comep)
[5] Revista de Catequese, n.25, 1984, p.104.
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