Brasília - DF, 22 de agosto de 2022
Carta aos Catequistas
Querido Catequista!
Querida Catequista!
Mais uma vez me apresento para um reconhecimento afetuoso e repleto de gratidão, neste Dia do Catequista a ser festejado no dia 28 de agosto. Faço-o em nome da Comissão Bíblico-catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Nunca é demais recordar, querido irmão e irmã catequista, que a Catequese, juntamente com a Liturgia e a Pregação dos Apóstolos, está na base da formação do Novo Testamento. Em outras palavras, o que hoje temos por Palavra de Deus foi antes Catequese dos primeiros cristãos. Cada Catequista de hoje está em linha de continuidade com aquelas vivências mais apaixonadas e alegres da fé partilhada nos primeiros dias da nossa Igreja.
O evangelista Mateus, aliás um excelente catequista, pode nos ajudar a compreender o sentido deste nosso “ministério”, como chama um outro catequista por excelência, o Papa Francisco. “Ide... fazei discípulos... ensinai” (Mt 28,19.20). São as últimas palavras do Senhor. E a catequese está no centro da missão para a qual Ele constituíra os seus enviados. Mas também um outro evangelista, desta vez Marcos, nos recorda o caráter precioso da missão do próprio Senhor: “Tomado de compaixão... começou a lhes ensinar muitas coisas” (Mc 6,34). Queridos Catequistas, seu ministério não é mera “colaboração” com a comunidade. É parte constitutiva da própria identidade da Igreja.
Mateus diria que a Igreja que valoriza a catequese e seus catequistas será rica de sua identidade missionária. Marcos, por sua vez, diria seria uma rica das compaixões do Senhor por seu povo. Eis aí, nobres Catequistas, o traço feliz que podem Vocês conferir à dimensão evangelizadora da Igreja. Isso não escrevo por mero elogio de ocasião. É para ajudá-los a despertar para a nobreza do que o próprio Senhor lhe reservou já naquele primeiro convite que lhe chegou para tornar-se Catequista. Lembra quando foi? Lembra por que aceitou? O que no início pareceu “generosidade de quem quis ajudar” é hoje missão de aproximar o Senhor Jesus aos catequizandos e de aproximar os catequizandos ao seu Senhor. Será preciso amá-Lo. E amá-los.
É verdade que há situações de desânimo, de cansaço, de desencorajamento. Também de lágrimas, de incertezas, de incompreensões... Mas Paulo, outro Catequista dos primeiros tempos da Igreja, e dos bons, também ele ferido por adversidades e até rejeições, pediu ao Senhor que o poupasse de certas dificuldades. Mas parece que o mesmo percebeu que um caminho marcado por facilitações arrisca ser pobre da força de Deus. Veja o seu testemunho: “Basta-te a minha graça; pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente... Com efeito, quando sou fraco, então sou forte” (2Cor 12,9-10). Nunca dialogou com Paulo sobre certos entraves na Catequese? O Espírito de Deus que o acompanhou ontem, quer sustentá-lo ou sustentá-la no ministério catequético hoje.
Ahh... estava esquecendo. Percebeu quanto a Iniciação à Vida Cristã confere projeta luzes transfiguradoras para a sua missão de Catequista e para a evangelização? Há maravilhas pelo Brasil afora. É provável que alguma experiência feliz tenha acontecido em sua paróquia, ou na Diocese, ou nas vizinhanças. Recomendo-lhe vivamente de ir até lá para conhecer, para ouvir, para perguntar, para aprender... São testemunhos maravilhosos. Afloram muitos e criativos encantos pela evangelização.
Dom José Antônio Peruzzo
Arcebispo de Curitiba - PR
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética