Em número anterior lembramos que os exorcismos e bênçãos fazem parte, frequentemente, dos ritos do chamado “catecumenato” – modelo catequético-litúrgico de iniciação à vida cristã dos primeiros séculos da Igreja,  retomado, com adaptação, para nossos tempos após insistência do Concílio Vaticano II -, mas que também podem compor a caminhada litúrgica de outras metodologias catequéticas de iniciação. Explicamos o sentido dos exorcismos e desta vez queremos tratar das bênçãos.

 

Pedir a bênção aos pais, avós, tios, padrinhos e padres era costume muito significativo em nossa sociedade até algumas décadas passadas. Algumas regiões do país ainda conservam esse hábito, principalmente em famílias mais tradicionais e religiosas. Infelizmente a sociedade secularizada vem banindo os sinais que lembram e reforçam a presença de Deus em nossas vidas, de tal modo que muitos jovens e crianças hoje já nem entendem mais esse costume. Pedir a bênção, normalmente com as expressões: “dá-me a bênção” ou “a sua bênção”,  cuja resposta é “Deus te abençoe”, tem o bonito significado de recomendar alguém aos cuidados de Deus e desejar-lhe todo o bem, numa relação de estima e respeito.

 Bendizer, verbo ligado ao substantivo “bênção”, tem o sentido de “dizer bem”, falar bem, ressaltar os feitos maravilhosos de Deus na vida das pessoas. Por isso mesmo, a bênção remete sempre à confiança na providência e na ternura de Deus, que sempre olha seus filhos e filhas com muito carinho e amor.

 Em um itinerário catequético de iniciação, recomenda-se que os catequistas celebrem com seus catequizandos a bênção de Deus, como prevê o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos(RICA):  “Sejam dadas aos catecúmenos as bênçãos que expressam o amor de Deus e a solicitude da Igreja, a fim de que, não possuindo a graça dos sacramentos, recebam da Igreja, coragem, alegria e paz para continuarem o trabalho e a caminhada (n. 102). 

 A CNBB também organizou um Ritual de Bênçãos que oferece uma diversidade de orações e bênçãos para uso na catequese (cf. números 378-386). Estas bênçãos podem ser dadas pelo padre (algumas pelo próprio catequista) de modo individual ou para todo um grupo. Outra orientação é destacada pelo RICA: “As bênçãos são dadas habitualmente no fim das celebrações da Palavra de Deus; se for oportuno, no fim da reunião catequética e, por motivo especial, a cada catecúmeno em particular” (n. 119).

(continua na próxima edição)

 

Pe. Vanildo Paiva

Especialista em Catequese e Liturgia

01.07.2013