Um tempo novo, uma nova época da catequese
Década de 80... cenário de intensa mobilização a fim de que a catequese do Brasil apresentasse nova face, delineada pelo Espírito, no documento Catequese Renovada. Orientações e Conteúdo. Fruto de um grande mutirão, aprovado pela 21.ª Assembleia Geral da CNBB, no dia 15 de abril de 1983, o doc.26 reacendeu a paixão catequética nas forças vivas da Igreja no Brasil.
Passados três anos, surgiu a necessidade de avaliação, para que a educação da fé desse respostas novas, condizentes com o momento. Sonhou-se assim com a 1.ª Semana Brasileira de Catequese (SBC), realizada em Itaici (SP), entre 13 e 18 de outubro de 1986.
O tema central, “Fé e vida em comunidade – Renovação da Igreja e Transformação da Sociedade”, nasceu do contexto: mudança de regime político (militarismo-democracia), reforma monetária (Plano Cruzado), debates da teologia da libertação e atuação profética da Igreja diante das injustiças.
Uma espera ativa
A participação e a interação com as bases, na preparação da 1.ª SBC, deram-se graças a vários subsídios. Além do cartaz, o Instrumento de Trabalho n.1 propunha:
- a retomada de 8 temas do documento Catequese Renovada; um levantamento sobre a situação da catequese no Brasil; orientações para a realização de tarefas; oração do catequista e bibliografia mínima.
O Instrumento de Trabalho n. 2 destinava-se à celebração do Dia do Catequista e o n.3, “Orando a SBC”, buscou sintonizar as comunidades com a 1.ª Semana Brasileira de Catequese.
Um sonho realizado
Os 450 participantes, vindos de todas as regiões do Brasil, puderam viver num clima catequético, pois a semana foi uma catequese em ato, interagindo vida e fé, nas reflexões, nos trabalhos de grupos, nas festas, nas celebrações e nos compromissos.
Grandes temas expostos por assessores competentes projetaram novas luzes ao já conquistado, abrindo perspectivas para a renovação da catequese no Brasil. O “ver”, contextualização social e eclesial, foi abordado por pe. Fernando Bastos d’Avila e D. Luciano Mendes de Almeida; o “iluminar”, apresentando reflexões como: “Bíblia e Catequese”; “Comunidade-catequese-inculturação” e “Espiritualidade do Catequista”, foi desenvolvido por Pe. W. Gruen, Pe. Marcello de C. Azevedo e D. Murilo Krieger; o “agir”, com perspectivas operacionais, foi indicado por fr. Bernardo Cansi, refletindo sobre “Métodos à luz do princípio de interação” e por Inês Broshuis, que traçou o perfil do “Novo tipo de catequista e sua formação”.
Um horizonte aberto
Fruto da partilha nos minisseminários e da reflexão dos regionais, foram elaboradas propostas e dadas sugestões, condensadas nas Conclusões da 1.ª SBC, na “Carta aos Catequistas do Brasil e ao Presidente da República”.
Alguns aspectos foram considerados prioridades no processo de renovação da catequese: - conceito e formação de catequistas; - organização da catequese; - catequese como dimensão eclesial e permanente; - catequese com adultos; - aprofundamento de aspectos da CR: princípio de interação, dimensão bíblica, ecumenismo, etc.
Um dar-se as mãos
O convite “vem entra na roda com a gente!” foi feito por D. Albano Cavallin, na época, responsável pela Linha 3 (Catequese) na CNBB, pelos membros do Grupo de Reflexão Catequética (Grecat) e pelos assessores nacionais Fr. Bernardo Cansi, Ir. José Israel Nery e Ir. Lurdes Gascho. Muitos, contagiados por eles, entraram na roda viva da 1.ª SBC e saíram, sob o olhar da Mãe Aparecida, com a certeza de que vale a pena assumir uma catequese que renove a Igreja e transforme a sociedade!
Revista Ecoando n. 26 – junho-agosto/2009 p. 31