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Passadas as emoções e impactos desse primeiro momento eleitoral no Brasil, com as sentidas divisões entre os cristãos, as famílias e os amigos, acredito que é hora de retomarmos o ânimo pela união no trabalho, na dedicação, no abraço de grandes causas geradoras de vida e paz. As últimas semanas foram boas para divisões, afastamentos, manifestações de interesses pouco abrangentes e sobretudo, para contratestemunho cristão. Olha que muitos fizeram politicagem usando a fé! Sabemos onde isso já nos levou na história.

Para os que seguem firmes na caminhada do amor, Jesus propõe que sejamos livres, desprendidos, desapegados de preocupações secundárias para nos encontrarmos no essencial. Já falamos em outros momentos do essencialismo, o foco, a eliminação do resto para darmos atenção ao que realmente importa. Concentrar energia naquilo que é significativo, é um processo de aprendizagem que ao mesmo tempo serve como método, mas cuja função precisa permear todo o nosso cotidiano.

Descobrir o que realmente é essencial, a principal meta, o propósito, e trabalhar a capacidade de dizer NÃO para as prioridades de outras pessoas, mantendo-se firmes nas escolhas importantes que fazemos na nossa vida é fundamental. Cumprimos mandamentos, respondemos às demandas e oportunidades na velocidade exigida pelos nossos dias, satisfazemos o mercado, a religião, ao partido e não damos conta de atender a nós mesmos.

Ao ensinar “vai, liberte-se de tudo que te prende, dá a quem não tem, e vem para o encontro com o essencial”, Jesus anuncia que o resultado é grandioso quando a clareza do objetivo e do desejo profundo se estabelece. O desejo pede orientação, “o que devo fazer” ou seja, quais as atitudes, movimentos, ações concretamente importantes podem garantir a verdadeira felicidade.

A lição é clara: não é possível ser feliz sem a consciente liberdade que nos faz sujeitos de ações autônomas, maduras e responsáveis. Não é possível ser feliz sem um encontro interno, puro, desprendido. A felicidade, ou o Reino dos Céus, é comunhão, união, sonho, e real ação de vitalidade que dá suporte para outras atitudes rotineiras, cotidianas.

Pe. Evandro Alves Bastos