Algumas perguntas
O Papa Francisco constantemente nos pede diálogo ecumênico e inter-religioso, assim como o Papa João Paulo II. Muitos católicos ouvem, têm vontade de fazer alguma coisa, mas esbarram em algumas perguntas incômodas: Podemos fazer diálogo quando não há reciprocidade? Como é que se faz com grupos que nos atacam de forma agressiva? Como é que vamos conversar com quem não quer aproximação conosco?
Não são perguntas descabidas.
O diálogo já começou!
O movimento ecumênico conta com a adesão efetiva de muitas Igrejas protestantes e ortodoxas. Seis delas participam conosco do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – CONIC (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Metodista, Igreja Anglicana, Igreja Ortodoxa Siriana, Igreja Presbiteriana Unida, Igreja Cristã Reformada). Com essas, a conversa já começou e, mesmo que alguns membros tenham resistência ao ecumenismo, há caminhos abertos e compromissos assumidos em conjunto.
Infelizmente, nem todos entram na barca do ecumenismo
O universo evangélico é muito diversificado. Há Igrejas de todo tipo, inclusive algumas cujas intenções, infelizmente, temos que reconhecer que não são sérias. Nesse caso, cabe mostrar onde se está tomando o nome de Deus em vão para enganar o povo. Existem também umas outras que, embora sejam organizações dignas de muito respeito, não nos vêem com bons olhos e prepararam seus fiéis para nos vencer numa guerra em nome de Jesus.
O que já podemos fazer
É claro que não podemos forçar o outro a entrar em diálogo. O que fazer? Algo sempre se pode fazer: rezar pela união dos cristãos, pedir a Jesus que ilumine os que são seus discípulos. Podemos também esclarecer pacificamente alguns aspectos da fé que o outro não compreende.
O que não devemos fazer
Mesmo nos casos mais difíceis, podemos indicar pelo menos algumas coisas que não devemos fazer. Vejam:
- Responder à agressão com agressão. Seria pôr mais lenha na fogueira. Alguns até gostariam que respondêssemos às provocações: brigar com a “grande” Igreja Católica dá publicidade!
- Julgar todos os grupos religiosos pelo comportamento de alguns. Não é tudo “farinha do mesmo saco”.
- Deixar de amar as pessoas, mesmo se supomos que estejam mal intencionadas.
- Gastar em “preparação para a guerra” as energias que podem ser empregadas para formar serenamente os católicos. Se aprendermos mais sobre a fé católica, não é para “vencer o debate”; é para amar melhor a Deus e aos irmãos.
- Desistir de colaborar com aqueles que querem dialogar conosco.
Um exemplo bonito
Nesse terreno, muito ecumenicamente, talvez pudéssemos aprender alguma coisa do comportamento de um santo irmão da Igreja Batista, o pastor Martin Luther King. Ao encontrar sua casa queimada pelos brancos, e sua família ao desabrigo, em vez de pensar em retribuir a agressão, ele fez um estranho convite a seus irmãos negros: “Vamos amá-los tanto que um dia terão vergonha de ter feito isto conosco”. É isso aí! Só existe um jeito cristão de acabar com um inimigo: transformá-lo em amigo, com a força da ternura desarmada, sem segundas intenções.
- Confiram sua realidade ecumênica com o que está escrito acima.
- Estamos cometendo alguns dos “pecados” contra o ecumenismo, assinalados aqui?
(Texto extraído e adaptado do subsídio "Diálogo e Ecumenismo" da Catequese do Regional Leste 2)
imagem: pexels.com