O uso do ofício divino na catequese (II)
Na catequese, o Ofício Divino também tem seu lugar. Pode ser uma importante “escola de oração”, pois, enquanto se celebra o Ofício com as crianças, ao mesmo tempo em que rezam, elas também aprendem um método eficaz e prazeroso de falar com Deus e experimentar a presença amorosa d’Ele em suas vidas.
Ofício Divino na catequese: iniciação aos sinais sagrados
O que apresentarei nesta sessão durante algumas edições faz parte de experiências feitas por algumas comunidades catequéticas, que têm rezado com os catequizandos a partir do esquema básico do Ofício Divino, suprimindo ocasionalmente alguma parte dele, mas com uma intenção precisa de ajudá-los na assimilação teórica e prática da simbologia litúrgica. Ao mesmo tempo em que a criança exercita o método proposto pelo Ofício, aprende o sentido dos sinais sagrados que são mais comuns nas celebrações litúrgicas, sobretudo da Missa.
As orações acontecem de acordo com a programação de cada comunidade, semanalmente ou em ocasiões especiais. Em alguns lugares, pelo menos uma vez ao mês, todas as crianças deixam o encontro costumeiro da catequese para um momento celebrativo, tendo como roteiro o Ofício Divino. Catequistas, crianças e pais se encontram para, juntos, celebrar a caminhada, ouvir a Palavra de Deus, cantar os Salmos e aprender, rezando.
Elementos básicos do Ofício Divino na Catequese
A estrutura do Ofício Divino rezado na catequese praticamente segue o esquema do Ofício Divino das Comunidades. Algumas partes são abreviadas ou suprimidas, sem prejuízo para o método celebrativo. Outros elementos são acrescentados, sobretudo a explicação catequética e a vivência simbólica.
Preparação: O ambiente seja devidamente preparado, de modo acolhedor e convidativo à oração. Haja um lugar especial para a Bíblia (pode ser uma estante ou pano decorativo). Folhas de canto, símbolos e outros materiais devem ser providenciados com antecedência e com muito carinho. De preferência, faça-se sempre em círculo, com os símbolos ao centro.
Mantra: é um refrão meditativo, a ser cantado repetidamente, o que auxilia bastante na criação de um clima tranqüilo e sereno, sobretudo interior. São João Crisóstomo já dizia: “não se põe incenso em carvão apagado”.
Abertura: consta de versos que são entoados por um solista e repetido pela assembléia orante. Quase sempre são tirados de textos bíblicos ou inspirados neles. No Ofício Catequético, os versos da abertura fazem referência ao tema e símbolo litúrgico escolhido para aquele momento celebrativo.
(continua na próxima edição)
Pe. Vanildo Paiva
Especialista em Catequese e Liturgia
28.03.2013