Meu filho,

Deixa de agitar-te desse modo.

Quando é que vais compreender que não és tu que me buscas,

mas eu que, desde sempre te chamo;

Que não és tu quem ora a mim, mas eu quem tenta, sem cessar, fazer-me ouvir por ti;

Que não és tu quem me deseja, mas eu quem aspiro a ti infatigavelmente;

Que não és tu quem me chama, mas eu que, dia e noite, chamo à tua porta.

Tuas orações e tuas súplicas são apenas resposta tardia àquelas que eu te dirijo.

É que a fome que tu tens de mim

Nunca se poderá comparar  à que eu tenho de ti.

A sede que tens de minha água jamais se aplacará se não aceitares, no silêncio,

vir  beber na minha fonte e se a nenhuma outra desejares.

 

Evely Louis