"O OITAVO DIA", como seu próprio nome indica, refere-se ao fato de que Deus, após a criação do universo, concebeu o diferente e colocou Sua Criação perante um paradoxo.
Os atores principais do "O OITAVO DIA" arrebataram a Palma de Ouro de Interpretação em Cannes (pela primeira vez atribuída a dois atores ao mesmo tempo), e seu argumento trata da negação da humanidade frente àquele que não é a nossa imagem. No filme, esse susto no espelho é representado por um portador da Síndrome de Down, um mongolienne, ou, se você quiser, um mongolóide.
O filme, que percorre a trilha aberta por Forrest Gump e Rain Man, é uma obra de arte no uso das linguagens simbólicas. Seu roteiro, que em nenhum momento resvala para o patético, tem um modo todo francês de ser - fotografia limpa, atores competentes, argumento inteligente, direção delicada, significativa trilha sonora, ousadia na escolha dos recursos fílmicos.
Aborda, pela primeira vez no cinema, o mundo construído a partir do ponto de vista de alguém que é visto como limitado e rude pela cultura ocidental: o portador de deficiência mental. O encontro desse mundo com o mundo empresarial, representado por um alto executivo da área de recursos humanos, setor de vendas, coloca em choque todo o sistema de vida deste (e, portanto, de nossa escala de valores ocidental) e serve de ponto de partida para uma exposição de situações diversas decorrentes do fechamento psicológico ao insólito e a tentativa, tão ocidental, de formatação do ser humano.
Georges (interpretado por Pascal Duquenne, portador da S.Down na vida e no filme) nos apresenta seu mundo, seus desejos, sua sensibilidade, sua nítida percepção de que amedronta os que o cercam e seu amigo Harry (interpretado por Daniel Auteuil) secundados por Miou-Miou, constroem um corajoso filme. "O OITAVO DIA" é um filme visceral que instiga o pensar e recoloca a questão, levantada por Caim no Gênesis: sou eu o guarda do meu irmão?
Ótimo filme para a formação de catequistas e catequese com jovens e adultos. Faz refletir sobre o preconceito, mais que isso, sobre como precisamos ser mais acolhedores, mais humanos... Um bom filme para refletir sobre o sentido da vida, sobre Ser Humano. O outro é uma obra de arte de Deus e me fará ver e sentir coisas da vida, que se não o tivesse encontrado nunca saberia.
Equipe do Catequese Hoje