A Igreja realiza o “Ano da Fé”, entre os dias 11 de outubro deste ano e 24 de novembro de 2013. O anúncio foi feito ano passado por Bento XVI em um encontro organizado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
O Ano da Fé comemorará o 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II. “Será um momento de graça – disse o Papa - e de compromisso por uma conversão a Deus cada vez mais plena, para reforçar a nossa fé n’Ele e para anunciá-lo com alegria aos homens e mulheres de nosso tempo”.
O Concílio Vaticano II nos deixou a renovada consciência de que na Igreja somos todos os batizados. Todos nós somos responsáveis pela evangelização do mundo, que é a principal tarefa ou missão da Igreja. Mas muitos batizados parecem ter esquecido seu dever de evangelizar. Por isso, o Sínodo dos Bispos, realizado este ano em Roma, teve por tema a “Nova Evangelização”. Já João Paulo II tinha falado da necessidade de anunciarmos o Evangelho com “novo ardor missionário”.
O Ano da Fé será uma boa ocasião para examinarmos e fortalecermos a nossa fé. Comecemos por esclarecer o que entendemos por “fé”. A fé cristã, em sentido objetivo, é um conjunto de proposições, resumidas no “Creio” ou “Símbolo Apostólico”. Mas a fé, em sentido subjetivo, é uma particular atitude diante da vida, do mundo e da história.
A fé consiste em uma atitude de confiança amorosa. É a atitude da criança que, sabendo-se amada por seus pais, confia plenamente na palavra deles. Jesus disse que “quem não receber o Reino de Deus como uma criança não entrará nele” (Lc 18,17). Mas, será que é justo e até possível que um adulto tenha a confiança de uma criança, neste mundo tão injusto? Confiar assim nos homens, não é possível, mas em Deus, sim!
Sim, nós cremos nas verdades contidas no Símbolo Apostólico, não porque confiemos nos homens, que tantas vezes nos decepcionaram, ao longo da história da Igreja. Nós cremos no conteúdo da fé cristã, porque confiamos em Deus, no Deus que se nos revelou em Jesus Cristo. Cremos, porque confiamos em Deus; e confiamos em Deus, porque sabemos que Ele nos ama e merece todo o nosso amor.
Na minha infância, aprendi do meu pai um ato de fé, de esperança e de caridade, que ainda hoje gosto de repetir: “Senhor, creio em Vós, porque sois a Verdade absoluta; espero em Vós, porque sois fiel às vossas promessas; e vos amo, porque sois infinitamente digno de ser amado”.
Pe. Luís González-Quevedo, sj
Pe. Quevedinho como é chamado, é pregador de retiros inacianos, escritor.
15.11.2012