Diante dos novos tempos e dos novos sinais que nos colocam às margens das transformações, torna-se difícil compreender os próprios critérios da vida, de tudo o que ela respeita, até mesmo o Deus invisível, inclusive da própria maneira de entender Deus. No horizonte das várias mudanças, a Verdade sobre Deus fica ofuscada. Faz falta um olhar mais atento, uma maior atenção, uma escuta, tanto voltada para a interioridade, quanto para o seu exterior

A catequese, situada no âmbito da missão evangelizadora da Igreja, como momento essencial, recebe da evangelização um dinamismo missionário que a fecunda na sua interioridade e a configura na sua identidade.

Segundo o documento da Igreja (Evangelii Nuntiandi n.7), a catequese nasceu, na Igreja, ligada à iniciação cristã, o que equivale a dizer que nasceu como anúncio do evangelho de Jesus Cristo, ou seja, da boa notícia que é Jesus Cristo. Assim, descreve-se, em primeiro lugar, a relação da catequese com o primeiro anúncio que se realiza na missão, ou seja, o querígma, que significa proclamação ou anúncio da Boa-Nova. O primeiro anúncio é interpelante, reitera a promessa de graça, aplicando-a ao contexto dos ouvintes para suscitar a reação de cada uma das pessoas à mensagem do Evangelho.

Ninguém nasce cristão. O cristão se faz ao longo de um processo de diálogo e correspondência da pessoa com o Senhor.

A catequese visa, nesse tempo, oferecer o Anúncio Primeiro de Jesus e ajudar na adesão pessoal a Ele, na experiência pessoal com Ele, portanto, na conversão.

Para isso, a Igreja criou um tempo inicial indispensável de fecundação, gestação e nascimento da opção por Cristo, denominado querigma.

Ao longo da vida do cristão, avida comunitária, segundo o mandamento do Amor, é um elemento fundamental. A catequese, pondo diante do catecúmeno o ensinamento de Jesus em atos e palavras, ratificado por sua morte e ressurreição, deve conduzi-lo à escuta da Palavra do próprio Deus. “Quem ouve o Pai e aprende vem a mim” continua dizendo Jesus (Jo 6,45), e assim se cumpre a profecia de Isaías (54,13).

A Igreja anuncia o Evangelho com toda sua vida

O tríplice serviço da palavra, da liturgia e da caridade ‒ a exemplo do próprio Cristo, que viveu e morreu por nós e por nossa salvação. Paulo diz da Eucaristia: “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice estareis proclamando a morte do Senhor, até que Ele venha” (Cor 11,26). A Eucaristia é o ponto culminante do anúncio eclesial da Boa-Nova de Deus em Jesus Cristo, porque, segundo o adágio dos pais da Igreja a eucaristia faz a Igreja.

A Igreja anuncia o Evangelho com toda sua vida ‒ o tríplice serviço da palavra, da liturgia e da caridade ‒ a exemplo do próprio Cristo, que viveu e morreu por nós e por nossa salvação. Paulo diz da eucaristia: “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (Cor 11,26).

A catequese a serviço da iniciação cristã

A vida cristã é um novo viver que requer um processo catequético de passos de aproximação. Por meio dele, a pessoa aprende e se deixa envolver pelo mistério amoroso do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Ela desperta as pessoas para novas relações e ações transformadoras.

Nesse sentido, a catequese deve ser sempre um processo de iniciação à vida dos discípulos de Cristo. Deus não pode ser reconhecido em Jesus Cristo, que morreu crucificado por ter dedicado sua vida aos demais, pondo em primeiro lugar os pobres e excluídos, para mostrar que é o caminho para Deus. Na Iniciação à vida Cristã, a Palavra de Deus é essencial. Iremos conversar por muito tempo sobre a catequese de iniciação à vida cristã. Vamos refletir sobre o tema e construir o itinerário catequético, construindo-o juntos: coordenadores das comunidades pastorais, dos movimentos e dos serviços, a fim de que toda a comunidade esteja consciente de seu papel.

Neuza Silveira de Souza