Ainda seguindo a reflexão sobre o tema gerações, vamos agora apresentar algumas características das gerações que estão presentes no Brasil neste momento convivendo e se influenciando mutuamente. A ideia também é perceber onde eu e você nos encaixamos. Claro que alguns atributos próprios de uma geração podem não fazer parte dos nossos traços de personalidade. Isso pode ocorrer devido a fatores como maior ou menor contato com a tecnologia, ambiente social, político e econômico que se vive, entre outros. Então, vamos lá! Gerações: qual é a sua?

Belle Époque ou Tradicional é a geração dos nossos avós ou bisavós, pode ser também a geração do seu pároco ou fundador da sua comunidade. Nasceram entre 1920 e 1940, viveram no período da Segunda Guerra Mundial, desenvolveram, assim, as virtudes da compaixão, solidariedade, disciplina, dedicação ao trabalho, respeito às autoridades e regras, sacrifício em prol de objetivos e ideais.

Devido ao cenário positivo do pós-guerra, houve um aumento significativo na natalidade brasileira entre os anos 1941 e 1960, por isso, essa geração ficou conhecida como Baby Boomers. Os valores que a família e sociedade exigiam dessa geração eram disciplina, ordem e obediência. Toda essa rigidez teve por consequência um comportamento rebelde e contestador, rompendo padrões e fazendo surgir a cultura jovem e o rock and roll. Neste período chegou a televisão no Brasil. Os Baby Boomers são ainda otimistas e possuem valores pessoais.           

Já a Geração X, gerada entre 1961 a 1980, pensa em qualidade de vida, pois possuem maior longevidade. Nesta época ocorreu a popularização das mídias de massa, especialmente a televisão modificou a rotina das famílias e assumiu um papel importante na educação dos filhos. Os pais dessa geração são mais abertos e superprotetores, deram mais liberdade aos filhos.       

A Geração Y, jovens nascidos de 1980 a 1999, é marcada pela criação da internet e da cultura digital que causou uma verdadeira revolução na comunicação e nas relações no mundo todo. A geração net cresceu em uma economia relativamente estável. Sua vida é caracterizada pela multimídia, multitarefas, dinamismo, urgência, ansiedade, imediatismo e tempo real. Seus pais são extremamente dedicados à carreira. Dessa forma, criaram um mecanismo de compensação e uma relação menos hierárquica, enchendo a agenda dos filhos de atividades e satisfazendo os desejos deles. 

Para a juventude atual, Geração Z, nascidos de 2000 até 2010, a tecnologia é algo tão natural para eles que virou uma palavra inexistente no seu vocabulário. Na geração Z se acentuam as características da Y como o dinamismo, acrescentando mais maturidade e menos ansiedade. Ainda existe a Geração Alfa, que são as crianças nascidas a partir de 2010. Não se sabe muito ainda sobre elas, até porque não chegaram à juventude. O que será delas? Serão eternamente conectadas? 

E você catequista, conseguiu se identificar com alguma geração? Percebeu os desafios e possibilidades que se tem para criar uma boa relação entre as gerações? Tem coisas que mudam e tem coisas que permanecem. Nos tempos digitais, é preciso buscar a conexão entre as pessoas de diferentes fases da vida, criar novos e autênticos laços, valorizando o que cada um tem para oferecer. Olhar o outro como mistério e presente de Deus. 

Nota: Aproveito para enviar um abraço aos catequistas que participaram do Curso de Pedagogia Catequética do Regional Norte 2 da CNBB, ocorrido entre os dias 09 a 24 de julho de 2016 em Castanhal, Pará. Que essa troca de experiência on-line e off-line possa enriquecer a catequese de todo o Brasil. 

Aline Amaro da Silva

Jornalista, pesquisa o tema ciberteologia, cibergraça. Assessora catequistas com o tema da catequese na era digital