A Palestina era e é uma terra de vinhedos. O povo da Bíblia apreciava e cultivava os frutos da terra. A Bíblia usa muitas metáforas (comparações) para explicar a relação de Deus com seu povo. Uma é a VINHA, uma plantação de uvas. O povo é comparado a uma vinha que Deus plantou com muito amor.
Israel, vinha infiel a Deus
Deus plantou sua vinha, tudo fez por ela, mas em vez de frutos bons, ela dava uvas azedas. Vamos ler Is 5,1-7. (Tempo para ler e sentir a beleza e profundidade do texto).
Para Jeremias, Israel é uma plantação escolhida que se torna degenerada e estéril (Jr 2,21; 8,13), que será arrancada e pisoteada (Jr 5,10; 12,10). Ezequiel fala de uma vinha fecunda, depois ressequida e queimada (Ez. 19,10-14; 15,6ss). Mas, Deus defende sua vinha. (Is 27,2-5)
No Salmo 80, o povo se dirige a Deus, pedindo que ele tome conta da sua vinha que está sendo ameaçada e invadida. Vamos meditar sobre os versículos 2, 8-12, 15-20. Quais os versículos que mais lhe falam? Por quê?
A verdadeira Vinha, glória e alegria de Deus
Deus não deixou de esperar os frutos da sua Vinha, mas, em vez de Israel ouvir os profetas que Deus mandou, os vinhateiros os maltratavam (Mc 12,1-5). Tomado de amor, Deus envia agora seu Filho predileto (12,6). Como resposta, os chefes do povo irão chegar ao cúmulo de sua infidelidade matando o Filho cuja herança é a vinha (o povo). Mas, a morte do Filho abrirá uma nova etapa no Plano de Deus (Mc 12,7ss; Mt 21,41ss).
O simbolismo do vinho
O vinho simboliza tudo que a vida pode ter de agradável: amizade, amor, alegria... No Antigo Testamento, encontramos um trecho do Profeta Isaías que prefigura o grande Banquete de Deus no fim dos tempos. Diz assim:
“O Senhor dos exércitos dará, nesta montanha, para todos os povos,
um banquete de carnes gordas, um banquete de vinhos finos,
de carnes suculentas e vinhos depurados.”
No Novo Testamento, o “vinho novo” é o símbolo dos tempos messiânicos. Jesus declara que a Nova Aliança instituída em sua pessoa é um vinho novo que faz os odres velhos se romperem (Mc 2,22). A mesma idéia ressalta o relato de João do milagre de Caná: o vinho das núpcias, o vinho bom esperado “até agora”, o sinal da alegria que a vinda do Messias realiza (Jo 2,10). É vinho em abundância, sinal de que o Messias chegou! Antes de beber do vinho novo no Reino do Pai, o cristão, durante sua vida, matará sua sede com o vinho da Nova Aliança na Eucaristia (1Cr 25-26).
Saborear, interiorizar, rezar
Vamos refletir sobre o texto de João 15,1-11. Fala que Jesus é a videira, nós somos os ramos. Vamos ler o texto e observar quantas vezes é usada a palavra “permanecer”. E quantas vezes fala em “dar fruto”. (Vamos contar)
O que isto quer dizer? Quais são os frutos que o Pai espera da sua vinha?
Segue um pensamento de Dom Helder Câmara:
Reparte teu pão, porque há irmãos famintos que não podem esperar...
Reparte justiça, porque há irmãos oprimidos cansados de tanto esperar...
Reparte o amor, porque a terra inteira anda sedenta de compreensão e de amor-Amor.
Pode-se terminar com o canto: “Onde reina o amor, fraterno amor, Deus aí está.”
E, quem sabe, se possível, podemos brindar com uma pequena taça de vinho (que pode ser providenciado antes) para expressar nosso amor, união e alegria!
Inês Broshuis
Comissão para Animação Bíblico-Catequética do Regional Leste II
01.08.2012