Vem ver o que o amor fez de mim
Me ponho a caminho abrasado
em sangue de amor colorido
sábio não sou, nem desvairado
Vem ver o que o amor fez de mim.
Às vezes uivo como o vento,
poeira de estrada me invento,
às vezes me faço torrente,
Vem ver o que o amor fez de mim.
Sussurro como as águas claras,
Meu coração, cheio de dores,
Busco o amado em mil suspiros
Vem ver o que o amor fez de mim.
Vem já, e dá-me a tua mão
Abre-me, enfim, teu coração
dá-me alegria, não afã.
Vem ver o que o amor fez de mim.

(EMRE, Yunus. Caderno azul. Seleção e tradução de Marco Lucchesi. São Paulo: Patuá, 2023, p. 45.)