então, por favor, me dêem isso:
um pouco de silêncio bom, para que eu escute o
vento nas folhas, a chuva nas lajes, o mar que
quebra na areia, e tudo o que fala muito além
das palavras de todos os textos e muito além
da música dos sentimentos: o grito do silêncio.
sua voz inaudita, voz de vazio, voz oca, voz
que possibilita o diálogo entre tantas vozes
outras, vozes que surgem do (aparente) vazio
dentro de nós, e que retumbam, e que ressoam,
vozes que se reafirmam satisfeitas, vozes
que pedem mudanças, vozes que precisam ser
encaradas e resolvidas se necessário.
ouvir a voz do silêncio: a pedra, toda
exterioridade, um silêncio absoluto defronte
para o mar: ouvir o que sua voz tem a nos ventar.
...
Lya Luft,
in: Pensar é transgredir