A Felicidade Não Se Compra
It’s a Wonderful Life
Estados Unidos. 1946.
Direção: Frank Capra.
Com James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Thomas Mitchell, Henry Travers, Beulah Bondi, H.B. Warner, Frank Albertson, Todd Karns, Gloria Gahame.
130 minutos.

Um dos filmes mais bonitos de todos os tempos. É um clássico, eterno, por isso sempre com novas interpretações ao revê-lo.

Cidade pequena. Daquelas onde todo mundo se conhece. Um empresário inescrupuloso. Não somente controla grande parte do comercio local – quer ver toda a população dependente dele. Não liga se podem e/ou querem ter outras oportunidades, lugares melhores onde morar. 

James Stewart é George Bailey: sujeito de bom coração, que vive extrema dificuldade financeira e se acha um fracassado. Ao perder a esperança, decide pular de uma ponte na Véspera de Natal. É quando Clarence, “candidato a anjo” meio trapalhão – e que espera há séculos para “ganhar asas” – tem como missão salvar o humano. Assim, tenta fazer Bailey perceber o quão é importante para várias pessoas ao seu redor e como seria a vida delas se ele não existisse.

Temas do filme comprovam sua atemporalidade: a depressão, o Mal do Século XXI, a importância de termos com quem contar, sejam familiares, amigos, colegas de trabalho, e até desconhecidos, a segunda chance que muitas vezes não surge (dada tanto a Bailey como a Clarence) e, principalmente, o que enxergamos como felicidade. Seria alcançarmos nossos objetivos profissionais? Atendermos às exigências externas, as expectativas da sociedade? Valorizarmos quem temos à nossa volta?

George Bailey, homem admirado por todos na cidade, que abdica do sonho de estudar, viajar e conhecer o mundo para permanecer cuidando do legado da empresa em que o pai trabalhava antes de morrer. Perdido e desesperado em meio aos golpes do Sr. Potter (Lionel Barrymore), homem rico e poderoso da região, George acaba pensando em suicídio. Então um candidato a anjo de nome Clarence (Henry Travers) desce do céu e tenta persuadi-lo a mudar de ideia, declarando a importância da sua vida para muitas pessoas. Porém, mediante o ceticismo de George, o anjo resolve mostrar a ele as cenas de como seria a vida se ele não fizesse parte dela. “Foi te dada uma grande oportunidade, George, ver como seria o mundo sem você”. 

Nossos atos impactam a vida das pessoas.

Se não fosse por George, sua bondade em ajudar as pessoas, muitas pessoas teriam ido à ruína. Ele enxerga em cada detalhe, cada esquina, o quão frustrante seria a vida de todos sem que ele tivesse sido a pessoa que foi. Ele enxerga, de fato, o quão valiosa é sua jornada. E volta à vida com um sentimento explodindo de dentro dele: gratidão. Pelos seus filhos, pela sua esposa, pela sua firma, pelos seus amigos, pela sua casa caindo aos pedaços. A alegria, a capacidade de superação, a fé e a valorização da vida e de tudo aquilo que somos e representamos para outras pessoas tem que ser o combustível de nossas vidas. Uma das mais poderosas lições do filme A Felicidade Não Se Compra reside justamente na ideia de nossa importância pessoal, ou seja, de como nossa existência pode afetar de modo positivo a vida de outras pessoas.

“Querido George, lembre-se, nenhum homem é um fracasso quando tem amigos. Obrigado pelas asas. Clarence”. É a frase do anjo que ajuda George a ver o sentido da sua vida e o que é verdadeiramente felicidade.

Equipe do site

27.01.22