Nenhum a menos

Diretor: Zhang Yimou

China 1999

106 minutos 

Lindo Filme! Trata das condições de educação na zona rural chinesa. A escola da remota aldeia de Shuiquan está em péssimo estado e o professor precisa de uma licença para visitar a mãe muito doente. O prefeito não encontra substituto e só resta a única voluntária, Wei Minzhi, de 13 anos, que cursou somente o primário. A garota deve permanecer na escola por um mês. O professor, antes de partir, diz a ela que quando voltar não quer ter nenhum aluno a menos, preocupado com a evasão dos estudantes. 

Sem qualquer experiência Wei revela ter uma persistência e fibra surpreendentes. Ela faz tudo para impedir que uma talentosa aluna seja levada para a cidade.  Órfão de pai, integrante de uma família muito pobre, repleta de dívidas, o pequeno Zhang Huike é obrigado a deixar a escola e ir para a cidade trabalhar. Inconformada, a professora parte em busca de seu aluno; impedida de embarcar como clandestina em um ônibus, ela segue a pé sua jornada repleta de emoções e desafios.

A vida na escola rural, em que os alunos são obrigados a copiar o que a garota escreve na lousa, inconsciente de seu significado, sem condições de explicar seu conteúdo, é contraposta à vida urbana, a qual se revela cruel aos marginalizados, aos desprovidos de recursos financeiros.

Este filme, protagonizado por atores amadores, com as falas, principalmente as infantis, improvisadas, realça o realismo do enredo, que muitas vezes é a perfeita tradução da própria existência dos intérpretes. O resultado é tão criativo, rico e transbordante de emoção, que a obra conquistou o prêmio de melhor filme do Festival de Veneza de 1999. Está disponível no youtube para baixar, mas também é encontrado em locadoras.

Bela reflexão para os catequistas e a vida comunitária! Muitas vezes, não vamos atrás dos catequizandos que se ausentam ou que saem da catequese ou da comunidade. Nossa acolhida, acompanhamento e cuidado com as pessoas são frágeis demais. No filme, uma menina de 13 anos nos mostra como fazer a diferença. 

Sugestão: assistir o filme junto com os catequistas. Em seguida, conversar sobre as inspirações do filme para a catequese. 

Lucimara Trevizan

Equipe do site