Pedi licença a equipe para escrever a Teografia de Ir. Maria de Lourdes Gorgulho, que faleceu dia 28 de abril de 2012, em Itajubá-MG, aos 85 anos. Esta é uma homenagem.
Ir. Lourdes ou Ir. Gorgulho como era chamada, religiosa da Providência de GAP, era uma mulher baixinha, mas um gravetinho de gente incendiado, era “fogo”. Uma incansável e apaixonada catequista e coordenadora de catequese. Além disso, tinha paixão pelo Ensino Religioso Escolar (ERE) e possuía vasta experiência. Gastou sua vida nessas duas paixões. Não é possível aqui descrever tudo o que ela fez enquanto coordenadora diocesana em Guaxupé-MG e Leopoldina-MG. Vou lembrar-me de detalhes que a memória trouxe quando soube de sua morte.
Apesar de pequena era uma gigante, que andava pelas cidades, pelas paróquias a contagiar catequistas para um novo modo de fazer o processo de educação da fé. Também era boa na organização, criava equipes. Sabia agregar pessoas. Investiu insistentemente na formação de catequistas e também em escolas de formação de coordenadores de catequese.
No ERE era também persistente, organizava cursos, acompanhava a legislação, as superintendências de Ensino.
Participou ativamente da caminhada da catequese no Regional Leste II. Presente em tudo (encontros, cursos, reuniões), apoiou e incentivou o Instituto Regional de Pastoral Catequética (IRPAC), sonhou junto uma formação mais especializada de catequese.
Esteve presente na Semana Internacional de Catequese em Medellin (1968), acompanhou todo o processo da Catequese Renovada e esteve na 1ª Semana Brasileira de Catequese. Era uma inquieta. Defensora ferrenha da catequese e dos catequistas. “Se a catequese vai bem, a comunidade vai bem”, eu a ouvia repetir.
Viveu e trabalhou na diocese de Guaxupé-MG muitos anos, depois foi para a Diocese de Leopoldina-MG, onde ajudou a organizar a escola diocesana de catequese. Retornou a Diocese de Guaxupé, onde se engajou novamente na catequese e na formação de leigos. Nos últimos anos vivia em Itajubá-MG, Diocese de Pouso Alegre-MG, e trabalhou até o fim. Uma guerreira.
Lembro-me dela fazendo bordado em panos de prato e toalhas de rosto para vender e arrumar uma verba para ajudar nas despesas dos encontros de catequese. Lembro-me de sua elegância, leveza e do fato de ser sempre muito atenciosa e educada com todos.
Havia uma passagem de São Paulo que ela amava e nos fazia ler nos encontros e reuniões. Posso dizer que parecia seu lema: “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” e “Tudo faço pelo Evangelho para dele me tornar participante” (1Coríntios 9).
Quando nos escrevia cartas a saudação era assim: “Felizes os inquietos porque deles é o Reino dos Céus” ou “Que a inquietude de Cristo esteja com você”.
O que posso dizer é que esse “ardor” todo só podia vir de sua Paixão por Jesus Cristo. Testemunhei vários pedaços difíceis para a caminhada da catequese e pra vida dela, mas ela não perdia a elegância e suavidade. Sabia em quem acreditava e de quem era Filha.
Olho pra vida dela e os sacrifícios que fez pela catequese, pela Igreja e penso que valeu tudo a pena. Que vale a pena gastar a vida pelo Reino.
Agradeço a Deus a delicadeza de tê-la colocado em nossas vidas. Agradeço o Dom que foi a vida dela para a Catequese e o Ensino Religioso no Regional Leste II.
Lucimara Trevizan
Comissão Regional Bíblico-Catequética do Leste II
02.05.2012