Olá Catequistas!!!
Sinto-me imensamente feliz de fazer parte desse grupo de catequistas e possuir o dom precioso que vem do alto: o dom de fazer ecoar a Palavra de Deus, de encantar pessoas quando permitimos que as luzes vindas do céu se façam caminho para nos conduzir rumo ao mistério do Cristo, o ressuscitado.
Assim somos nós, catequistas da Arquidiocese de Belo Horizonte. E, enquanto coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético desejo, em nome da Arquidiocese, agradecer e parabenizar a todos vocês catequistas, nesse dia em que a Igreja comemora o dia do catequista.
Nesse tempo de pandemia, a tarefa do catequista se tornou muito difícil, pois para além do afastamento dos catequizandos, a falta do calor humano, a alegria de estar com eles nos encontros semanais, que enriqueciam as experiências vivenciais, o catequista teve que aprender um novo jeito de fazer catequese, utilizar-se de um novo método para fazer chegar até as casas de seus catequizandos, atividades que os ajudassem a continuar a caminhada catequética. E dessa vez, necessitando da ajuda das famílias, o que, na verdade, tornou-se mais enriquecedor a prática catequética, pois as famílias também contribuíram com seu papel de primeira catequista de seus filhos. Construíram em seus lares as pequenas igrejas domésticas, a exemplo das primeiras.
Mesmo em tempos difíceis, o/a catequista teve o seu ministério, antes confiado, agora instituído, quando foi confirmado pelo Papa Francisco em sua Carta Apostólica sob a forma de “Moto Próprio”, dando aos catequistas sua nova identidade. Ele afirma: o Catequista “é, simultaneamente, testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja”.
O Papa Francisco vê a educação da fé como uma das aventuras educativas mais belas da Igreja e para realizar esse trabalho a Igreja necessita de catequistas que sejam verdadeiramente apaixonadas por Jesus Cristo e, por isso, capazes de levar as crianças, jovens e adultos ao encontro de Jesus.
Vale ainda, nesse dia, relembrar os pilares que, segundo o Papa Francisco, dá sustentação na caminhada dos catequistas:
1. Ter familiaridade com Cristo, aprender com Ele, escutá-lo e permanecer em seu amor, como Ele mesmo ensinou aos discípulos: “permaneçam no meu amor, permaneçam ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se somos unidos a Ele, podemos dar frutos”. O coração do catequista deve viver essa união com Ele.
2. Viver o dinamismo do amor, a exemplo de Cristo, no sair de si para ir ao encontro do outro. O dom do catequista o impulsiona sempre para fora de si mesmo, doando-se aos outros.
3. Não ter medo de sair, de ir até as periferias, de ir a quem precisa, sair do comum para seguir a Deus, porque Deus vai sempre além.
Refletindo sobre esses pilares, sinto o meu coração apertado. Será que estamos correspondendo ao que Deus espera de nós? Estamos levando a luz de Cristo àqueles que desejam conhecê-lo?
Estamos sendo testemunhas eficazes do amor de Deus? A exemplo dos ensinamentos de Jesus, estamos aproveitando as oportunidades de expressar o nosso “ser irmão”, de sermos outros bons samaritanos que se doam para ajudar o outro que sofre, e se coloca a serviço do bem? Quem somos nós catequistas?
Tenhamos a certeza de que se deixamos nos conduzir pelo Espírito Santo; se o reconhecemos como o protagonista de toda nossa ação; se praticamos a humildade, então nossa catequese caminha e cumpre seu papel de levar até o coração das pessoas o amor de Deus. Vejamos as experiências dos discípulos de Jesus. Eles responderam ao chamado e cada qual, na sua forma de ser e de acordo com sua capacidade, se colocaram à disposição para segui-lo. Também nós, cada um se ofertando conforme sua capacidade, somos semeadores da Palavra de Deus. Fazemos parte importante de um todo maior que envolve a orientação e a formação da família e de outas instituições da sociedade. Caminhando e narrando histórias vamos tornando a fé viva no presente. É do relato das histórias que vamos obtendo inspirações e esperanças. Sejamos todos perseverantes na caminhada.
Jesus reconhece o discípulo como alguém que deixa em suspenso aquilo que até o momento era a sua vida e que se incorpora ao seu projeto. Nesse sentido, podemos afirmar que Jesus considera como seus discípulos também os catequistas que colocam seus afazeres em suspenso para dedicar ao anúncio do Reino. Jesus é o nosso Mestre e faz de nós mestres dos nossos catequizandos. Com o Espírito Santo sempre presente, vamos acolhendo todos aqueles que desejam ser conduzidos para dentro do mistério da fé cristã.
Com a alegria de ajudar a fazer discípulos missionários e proporcionar o encontro pessoal com Jesus Cristo à luz da fé, nutrir o crescimento espiritual de outras pessoas, vamos edificando o Corpo de Cristo.
Neuza Silveira de Souza
Coordenadora do Secretariado Arquidiocesano Bíblico-Catequético de Belo Horizonte.
29.08.2021
Imagem: pexels.com