CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética

 

 Brasília, 29 de agosto de 2021

 

Carta aos Catequistas 

Queridos(as) Catequistas.

Transcorre neste domingo, 29.08, o Dia do Catequista. São já são muitos que no Brasil a Igreja convida seus filhos a lançar um olhar de afeto e gratidão a tantas mulheres e homens Catequistas. São muitos milhares no Brasil. Repletos de encantos pelo Senhor escolheram apresentá-lo a outros que querem conhecê-lo.

Sua decisão pessoal de aceitar o chamado a Ser Catequista conserva muitos traços do que aconteceu lá em Cafarnaum: “Caminhando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos... Vinde após mim e eu farei de vós pescadores de homens” (Mt 4,19.21). Eles lançavam ou consertavam as redes. Nada tão ordinário para quem é pescador. Mas nada foi tão extraordinário para quem se tornou discípulo. No quotidiano dos seus dias desanuviou-se para eles um caminho para todos os seus outros dias. Já não foram mais os mesmos. Tudo mudou a partir de quando o Senhor os “viu” e lhes falou. Tem-se até a impressão de que tudo foi muito breve... mas tão denso de encontro pessoal. Receberam até uma nova identidade: “Pescadores de homens”. 

Eles começaram como “catequizandos”. De fato, após o chamado foram com Jesus até o monte. Lá lhes ressoou a primeira grande catequese. Tema daquela primeira formação: “Bem aventurados... Vós sois o sal da terra... Vai reconciliar-te com teu irmão... Amai os vossos inimigos... Quando orardes, dizei: Pai... Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus...” Quantas mudanças na mente e no coração daqueles pescadores. Pescar peixes prometia menos, mas também exigiria menos. E não lhes seria necessário entregar tanto, não precisariam amar tanto quanto o Senhor propunha. Quantos pensamentos passaram na mente daqueles homens tão simples e humildes!!! E quanta grandeza se lhes descortinava!!

Acaso já parou para avaliar quanto a Catequese lhe aproximou do discipulado de Jesus? Mais de uma aflorou-lhe a tentação deixar a Catequese. Mas, depois de tudo, lá estava Você outra vez. Talvez suas experiências mais profundas de encontro com o Senhor tenham se desencadeado em contextos de dor, de cansaço, de cruz. Lembra do Evangelho do domingo passado? Muitos tinham murmurado ante as palavras de Jesus. Até disseram que aquelas eram palavras muito duras (Jo 6,60.61). Mas, eis Pedro: “A quem iremos, Senhor. Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Quem esteve com Pedro outrora, quer estar com Você agora. Observe com muita afeição a sua história vocacional de Catequista. Quão gracioso foi o Senhor. Houve alegrias, houve dores, houve amores... Mas sempre o Espírito de Deus estava lá... 

Recordo-lhe que não existe evangelização sem afeto. Foi este o caminho seguido por um grande Catequista, aquele de Nazaré: “Assim que desembarcou, viu uma grande multidão e ficou tomado de compaixão por eles, pois estavam coo ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6,34). A compaixão moveu o Senhor a ser catequista naquela hora. Doeu em Jesus a dor daquela gente. Naquela ocasião os discípulos se sentiram impotentes. “Despede-os...” (6,36). É até possível que em certas situações Você se perceba incapaz, sem dotes para os desafios da missão. Mas... olhe para seus catequizandos. O que lhe diria o Senhor Jesus ao olhar com Você para eles? Ouça-o. Faça sua Leitura Orante e lhe responda. Será uma maravilhosa vivência de fé e de espiritualidade.

Catequistas de todo o Brasil, que o Senhor lhes multiplique em bênção pela Bênção que são Vocês para a nossa Igreja. 

Dom José Antonio Peruzzo

Comissão Bíblico-Catequética da CNBB