Celebrando o dia do Catequista, desejo expressar a alegria de percorrer esse caminho do anúncio da Palavra de Deus, juntamente com vocês. A cada ano que passa vamos aprimorando nosso saber e o saber fazer catequético. Esse ano se tornou exigente para todos nós catequistas. Ele nos tirou do comodismo, da rotina e nos possibilitou um aprimoramento dos nossos saberes. Quanta riqueza, quantas criatividades foram se manifestando e se expandindo até chegar a lugares antes não alcançados. Nesse tempo de isolamento, mesmo diante das dificuldades e conhecimentos sobre as redes digitais, a Palavra foi partilhada, a fé vivenciada e experimentada. Foi possível chegar perto de tantas outras catequistas, através das lives, conhecer seus trabalhos e nos atualizarmos com várias experiências e formações. Um tempo não desejado, mas quando entra na história, vem fazer parte da realidade. É nele que vamos continuar a caminhada, renovando, recriando, reinventando para fazer chegar o anúncio de Jesus Cristo a todos os lugares e às famílias. Podemos dizer como Paulo: Vamos fazer chegar a Palavra de Deus até os confins da terra, através das redes digitais.

Nesses momentos difíceis e mesmo percebendo vários obstáculos à nossa frente, está sendo possível caminhar e nos manter na luta para conseguir vencer as batalhas. Podemos nos lembrar aqui do profeta Elias: O caminho é longo, temos muitas coisas a enfrentar, mas vamos em frente, pois a presença de Deus conosco é constante. Deus em sua misericórdia e profundo amor por nós, continua enviando recursos para nos estabelecer em sua presença. Quanto ao tempo, este pertence a Deus. É só irmos caminhando, realizando nossas tarefas de ser catequista, deixando-se guiar pelo Espírito Santo. A vitória é certa.

Podemos também lembrarmos o livro de Eclesiastes, que nos ensina que tudo tem seu tempo determinado. Há tempo para tudo: para nascer e morrer, chorar e rir, entristecer e alegrar. Há tempo para todo o propósito debaixo do céu. O tempo nos ensina a esperar e amadurecer como pessoas. Assim, vamos vivendo o tempo, vamos cuidando de nossos catequizandos e catequistas. Vamos aguardar o tempo propício para a retomada das catequeses. Enquanto isso, vamos gastar o nosso tempo vivendo nossa vocação de catequistas e realizando nossa missão junto aos catequizandos. Vamos colocar o nosso agir cristão na prática da justiça, da misericórdia e na fidelidade ao projeto de Deus.

Mas quem são os catequistas?

Somos todos chamados à vocação. Todos os batizados que constituem uma comunidade e respondem ao chamado de Deus, comprometendo-se com o Reino. Cada um na sua função específica. No ministério da catequese, o primeiro catequista é o Bispo, depois o presbítero, como primeiro colaborador do Bispo. Os presbíteros discernem e promovem a vocação e o serviço dos catequistas. Temos o diácono, os consagrados e os catequistas leigos, estes mediante sua inserção no mundo, oferecem um precioso serviço à evangelização: sua própria vida como discípulo de Cristo é uma forma de anúncio do Evangelho.

Mas quem é a pessoa do Catequista?

O Catequista é uma pessoa de fé, em busca de uma profunda espiritualidade sustentada pela Palavra e vida de oração, alimentada pela Eucaristia. É alguém que integrado na comunidade, conhece bem sua história e suas aspirações e sabe animar e coordenar a participação de todos. (CR 144). Por isso deve ter plena consciência de que, como Igreja que é, atua, fala e age em nome dela. E a exemplo do Mestre Jesus, deve se esforçar para adquirir um perfil de servidor da comunidade.

Agradecemos a todos vocês catequistas que vêm dedicando suas vidas ao serviço do Reino de Deus, anunciando a Palavra, se colocando no seguimento de Jesus e ajudando os catequizandos a serem conduzidos para o mistério da nossa fé, o Mistério Pascal. Cada vez mais vive-se o amor, um amor exigente, mas que se torna cada vez mais forte a Cristo e ao irmão. Um amor que dá a direção: colocar-se a serviço do desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade.

Falar de desígnio de Deus é falar de algo que vai além de um desejo simples, pois são as disposições do Senhor. Seus planos projetos e propósitos de amor para nós. Fazer essas disposições chegar até às pessoas e ajuda-las fazer a experiência do encontro pessoal com Jesus Cristo, educando-as na fé e à missão de iniciar à vida cristã. Ter o compromisso de levar até às pessoas a beleza da Sagrada Escritura, que tem Deus como fonte de todo esplendor e beleza, e os evangelhos onde toda a beleza se concentra na pessoa de Jesus Cristo, revelador de Deus e resplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser” (Hb 1,3). São Evangelhos fascinantes.

Neuza Silveira de Souza
Comissão Bíblico-Catequético do Regional Leste 2