Nós escolhemos as nossas alegrias e os nossos desgostos

muito antes de os experimentarmos.

(Gibran Khalil Gibran)

Esperamos com demasiada frequência que a alegria venha a nós, quando a verdade é que a alegria é algo por cuja criação devemos assumir a responsabilidade, não só em nosso favor, mas também em favor dos outros. A beleza da alegria é que, tal como um vitral, através do qual a luz se decompõe em miríade de cores, essa nos permite ver como a vida é boa, mesmo quando parece não o ser. A alegria não é um acontecimento, é a atitude que uma pessoa saudável adota em cada situação da vida: trabalho, família, vida social, e até em momentos de tensão pessoal. Fala de esperança e de abertura, de possibilidades fascinantes e da convicção profunda de que aquilo que nos é dado na vida é-nos dado para nosso próprio bem. 

A pessoa espiritualmente madura confia na presença de um Deus te amor que fará com que esse momento, seja ele de que tipo for, amadureça na alma. É através da lente da alegria que devemos aprender a olhar para tudo na vida. Tudo isso é bom, mas nem sempre o reconhecemos, quando acontece. 

Para sermos pessoas verdadeiramente santas, devemos deixar de pensar na alegria como um acidente da natureza e começar a fazer dela uma prioridade. “Lembra-te sempre que a alegria não é acidental na tua busca espiritual. É vital”, ensinava  Nachman de Breslov.

E os antigos recordam-nos: “Não há santos tristes”. Nunca confundas santidade com rigidez, morbidez ou mau humor. Esses provem da preocupação com o ego, não de uma qualquer percepção da presença de Deus.

Joan Chittister 
In "Os tempos do coração", ed. Paulinas de Portugal