Para refletir, meditar, saborear...

 

 “O reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra.  Ele vai dormir e acorda, noite e dia, e a semente vai germinando e crescendo, mas ele não sabe como isso acontece.  A terra, por si mesma, produz o fruto:  primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, os grãos que enchem a espiga.  Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou.” Mc 4,26-29

  

 

O AGORA NOVO

Benjamin Gonzalez Buelta

 

No mistério da terra

“sem saber como” (Mc 4,27),

se gesta a vida nova

no grão do trigo.

 

Um muro de Berlim,

tão furado de balas,

tão manchado de sangue,

um dia se converte

em brinquedo de crianças,

“sem saber como”.

 

Todos querem apoderar-se

da espiga madura.

Poucos querem enterrar-se

como grão de trigo

onde se forma o futuro

“sem saber como”.

 

Todos se lançam às ruas

com danças e bandeiras

quando a liberdade explode.

Poucos se escondem vivos

na escuridão clandestina

onde se busca às apalpadelas

“sem saber como”.

 

Todos sonham com o Reino,

prometem-no, pintam-no e cantam-no.

Poucos o alimentam

no gérmen diminuto

de intuições e de insônias

sem horários e sem pagamento

onde começa trêmulo

“sem saber como”.

  



Grão de mostarda

Há um grão de pó, fina semente

Sobre a qual eu me assento

Todas as manhãs...

 

Nela, tão imperceptível,

Eu me vejo

 

E, então, como se fosse tomado

Por um raio de luz

Percebo que importa menos ser pó

O que vale é deixar-me levar pelo Vento!

E lá onde eu cair

Germinar...

(José Raimundo Rodrigues)

 


Lucimara Trevizan

Equipe do Site

15.09.2012