(Antes de começar esta reflexão, e se o ambiente o possibilitar, o grupo poderia ficar contemplando as nuvens do céu. O que nos dizem as nuvens, o que sentimos contemplando-as?)

 

A nuvem no Antigo (Primeiro) Testamento

 

A palavra NUVEM é citada mais de 140 vezes no Antigo Testamento. A nuvem (como também a sombra) pode significar uma experiência religiosa em diversos sentidos. A nuvem é um símbolo ímpar em exprimir o mistério da presença divina: manifesta Deus, embora velando-o. Leves e rápidas, elas são mensageiras, às vezes ilusórias e, mais vezes, promissoras, da chuva benfazeja. Por outro lado, sombrias, espessas, pesadas, elas formam um véu opaco em torno do céu e da morada divina, cobrem a terra com uma sombra terrível.


(Uma observação para a nossa catequese: nunca apresentemos Deus com uma figura humana.– Deus é Espírito - mas podemos utilizar os traços de uma nuvem, simbolizando a presença de Deus, ao mesmo tempo velando-o)

 

A nuvem, guia no caminho


Segundo o livro do Êxodo, os hebreus foram guiados por Deus pelo deserto por uma coluna de nuvem que lhe indicava o caminho e, de noite, na forma de uma coluna de fogo para alumiá-los.

O Senhor estava presente a seu povo para que este pudesse continuar seu caminho. A nuvem protegia-o contra os inimigos que enxergavam, do seu lado, uma nuvem escura, tenebrosa, que os impedia prosseguir.

(Vamos tomar a Bíblia na mão e ler Ex 13,20-22)

 

A nuvem manifesta a glória do Senhor


Quando Deus quis dar a Moisés as tábuas da Lei, ele o chamou para subir ao monte. Deus mostrou sua glória no fogo e na nuvem. (Vamos ler a bela passagem em Ex 24,12-18)

 

No acampamento do deserto, Moisés colocou a “tenda de reunião”. Quando Moises entrava, descia a nuvem e parava na entrada da tenda enquanto ele falava com Deus. (Ler Ex 33,7-11)

 

Mais tarde, por ocasião da consagração do Templo de Salomão, o Templo foi “enchido” pela nuvem (Ler 1Rs 8,10-13).

 

Os Salmos falam, muitas vezes, sobre a nuvem e a sombra.


“Guarda-me como a pupila dos olhos; protege-me na sombra de tuas asas” (Sl 17,8).

“Abriga-me à sombra de tuas asas até que passe o perigo” (Sl 57,2).

“O Senhor é como sombra que te cobre” (Sl 121,5)

 

A nuvem no Novo Testamento

 

Em Lc 1,34-35 lemos: “Maria perguntou ao Anjo: ‘Como acontecerá isso, já que não convivo com um homem?’ O Anjo respondeu: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra...’.”

 

Na transfiguração do Senhor, a nuvem manifesta, como no Antigo Testamento, a presença de Deus, mas também a glória do Filho. (Vamos ler Mt 17,1-8)

 

O Filho virá no último Dia sobre as nuvens do céu, com grande poder e glória (Mt 24,29-31). O vidente do Apocalipse, João, contempla o Filho do Homem assentado sobre uma nuvem branca: “Vi uma nuvem branca e, sentado sobre a nuvem, alguém que parecia um ‘filho de homem’.” (Ap 14,14)

 

Saborear, interiorizar, rezar

 

Vamos ler o Salmo 121 que fala da sombra do Senhor que nos cobre e protege. Leiamos o Salmo mais vezes, bem devagar, e saboreemos, versículo por versículo, a beleza deste Salmo.

 

Fiquemos um bom tempo em silêncio, à sombra das asas do Senhor, para que ele nos proteja e nos penetre com seu amor.


Inês Broshuis

Comissão Regional Bíblico-Catequética do Leste 2

01.11.2012