O Messias no Antigo (Primeiro) Testamento

 

No Antigo Testamento, lemos que os reis foram ungidos com óleo, simbolizando sua missão de representantes de Deus que quis, através deles, realizar seus desígnios, a salvação do seu povo. O rei se tornava o “Messias” ou “Ungido” de Javé (cf. 2Sm 19,22). Os reis Saul, Davi, Salomão e seus descendentes foram ungidos para tal função. Muitos salmos mostram a importância do Messias na vida de Israel.

 

Podemos ler o Salmo 72 que mostra como deve ser o rei, o Messias, para seu povo a fim de responder ao chamado de Deus. (Tempo para refletir sobre o conteúdo do salmo e as principais características do Messias. Qual sua mensagem também para nós, hoje?)

 

Quando os reis eram infiéis à sua missão, os profetas lhes chamavam a atenção. Temos um belo exemplo em 2Sm, capítulos 11 e 12,1-19. (Vale a pena ler)

 

As duas nações, Israel e Judá, perderam sua independência política, com a invasão dos impérios estrangeiros Assíria e Babilônia (em torno de 600 ªC.) que levaram em exílio os reis e as lideranças do povo para a Assíria e a Babilônia. (O exílio de Babilônia se deu de586 a538 a. C.). Mesmo voltando depois para sua terra, ficaram sempre sob o domínio estrangeiro. Então começou a crescer entre o povo a esperança de um Messias, um Ungido de Deus, que restituiria a independência política, que salvaria o país dos seus inimigos e estabeleceria a paz. Os salmos que falavam do Rei-Messias são, agora, cantados com a perspectiva do Messias futuro. Este Messias está situado no mesmo plano que os antigos reis de Israel e se acentua o aspecto político da sua função: a libertação temporal do povo e a destruição do mal.

 

O povo sonha com esta libertação. Isaías descreve este sonho no cap. 35 do seu livro. (Vale a pena ler este texto bonito que nos lembra também o cap. 21,1-4 do Apocalipse que foi inspirado nele.

 

O Messias no Novo Testamento

A esperança do Messias está ainda extremamente viva nos tempo de Jesus. Vendo sua atuação, ouvindo suas palavras, o povo se pergunta: “Não é ele o Messias? Não é ele o filho de Davi?”

A atitude de Jesus é de muita reserva. Ele nunca se dá o título de Messias e proíbe os apóstolos falar sobre isto (cf Mc 8,29). Na situação política do tempo de Jesus era perigoso ser considerado Messias. Os Romanos, dominadores daquele tempo, temiam uma rebelião instigada por um Messias.

 

Vamos ler Mt 16,1-17. 21-23

 

Jesus se lembra de como o livro de Isaías fala sobre o Messias em termos de perseguição e sofrimento. Não fala de um Messias conquistador, poderoso, político, mas de um servo sofredor. Jesus aplica a si mesmo esta profecia.. Há diversos “cânticos” do Servo Sofredor, em Isaías: 42, 1-4; 49,1-6; 53,1-12. Jesus bem os conhecia e viu neles a sua missão de Ungido, de Messias. (Vamos ler Is 53,1-12)

 

Jesus não usa o título de Messias para si, mas se chama “Filho do homem”. Isto se refere ao Livro de Daniel, 7,13-14, onde o termo é usado para indicar o enviado de Deus para estabelecer o seu domínio no mundo.

 

Quando Jesus se encontra com os discípulos de Emaús e explica as Escrituras, ele pergunta: “Não era necessário que o Cristo (Messias) sofresse tudo isto para entrar na sua glória?”

 

Quando o Evangelho foi escrito em grego, traduziu-se a palavra Messias por “Cristo”.

Hoje, confessamos que Jesus Ressuscitado é o CRISTO, o Messias, o Ungido de Deus. Veio estabelecer na terra o Reino de Deus. Não um reino político, mas o Reino do Pai, onde se fará a sua Vontade que é a construção de um Reino de paz, amor e justiça, tanto em nível das relações pessoais como nas estruturas da sociedade.

Foi a ressurreição que entronizou Jesus na glória de Deus e o fez Senhor e Cristo (At 2,36). Ele está sentado à direita de Deus, isto é, ele participa do poder de Deus e virá julgar o mundo.

É tudo isto que confessamos, quando dizemos: “JESUS É O CRISTO”, ou “NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”.

 

Saborear, interiorizar, rezar

São Paulo escreve na carta aos Filipenses sobre sua grande paixão por Jesus Cristo. Vamos ler Fl 3,8-14.

Quais são os versículos que chamam mais nossa atenção?

Temos o mesmo ardor que São Paulo e consideramos lixo aquilo que nos afasta de Cristo e seu projeto? (Troca de experiências)

 

Em Gl 2,20a, Paulo exclama: “Não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim”.

Fiquemos um bom tempo em silêncio, saboreando estas palavras, pedindo a Deus a graça de viver a mesma experiência.

Podemos terminar cantando: “Quem nos separará, quem vai nos separar...”

 

Inês Broshuis

Comissão para Animação Bíblico-Catequética do Regional Leste II

01.07.2012