Aprendiz
Tim e Vanessa
Como alguém que encontrasse a luz
Depois de andar e andar
Procurando o caminho
Como alguém que, enfim
Já pudesse ouvir
Respostas que trazem consolo e sentido ao destino
Eu encontrei tuas páginas
E sequei minhas lágrimas
Percebi que a dor da semente
É o parto da vida
Como alguém que já quer seguir
Os passos do mestre com fé e razão conscientes
Como alguém que, em si
Já soubesse ouvir
As vozes dos seres que habitam
O espaço infinito
Eu encontrei tuas páginas
E sequei minhas lágrimas
Percebi que a dor da semente
É o parto da vida
Minha dor me trouxe aqui
Pra entender a flor que brota em mim
Meu amor é aprendiz
De um bem maior, que seja assim
Nesse vai e vem sei que voltarei
Pra cuidar da flor, pra acalmar a dor
E ser feliz
O Cântaro aprendiz que sou!
Como alguém, o cântaro é um vaso com alças para facilitar o transporte. Definir assim, abre horizontes: É comparável, para facilitar o imaginário profundo que pode ser transportado, conduzido. Vai e Vem! Realidades e Sonhos! Concretude e Essência! Dor e Dom! E a flor brota no encontro profunda da alma com a história, encontro das vivências com as partilhas. Como alguém? Como Eu!
Como alguém, facilmente nos deixamos levar pela superficialidade e nos perdemos em respostas prontas e automáticas. Pouco sentido que toca a alma e nos faz ir além das aparências imediatas. De que valem as respostas consolando o destino se o abraço ao santuário interior não promover o encontrar-se? Nessa hora: dói! E mesmo que seja possível o parto sem dor, sempre haverá minha dor, caminho, esforço, abertura, incômodo para aprender e tomar consciência. Como alguém? Como eu!
Como alguém que cumprindo suas tarefas rotineiras de repente se depara com outro alguém, eles se encontraram! Os diferentes tão iguais e tão apaixonantes. Obrigados ao distanciamento. Ele tem sede e ela está sedenta. Ele é fonte e ela tem o cântaro aprendiz. O Mestre, fonte sempre pronta a jorrar, pede água e oferece água viva. Meu cântaro tem sempre espaço para nossas experiências e aprendizagens. Ouso rabiscos como catequistas e pastoralistas. Como alguém? Como eu!
Como alguém... “Aprendiz” é um poema cantado para retiros profundos e meditações de autoconhecimento, inspirados em Jo 4, 5-28. O versículo final é o abandono do cântaro. Aquele vaso com alças não precisa mais ser externo. O cântaro sou eu! Me levo ao imaginário da fonte ou mergulho no encontro mais íntimo com A Fonte, e aprendo a ser qual Ele é...“e ser feliz”.
Pe. Evandro Alves Bastos
14.07.2020