Dir.: Sebastián Borensztein
Argentina/Espanha – 2011
No delicado enredo que o filme nos apresenta, somos lançados no cotidiano quase que completamente disciplinado e engessado de Roberto. Toda sua vida de controle e esterilização são abalados quando o caminho de Jum, em sua desventurada sorte, cruza com o seu. A partir desse encontro, a vida de ambos já não poderá mais ser a mesma. No confronto, na descoberta da alteridade, a assepsia de Roberto é perdida e a irrupção de um outro que lhe demanda cuidado provoca fissuras anteriormente inconcebíveis na sua bem estabelecida rotina.
A sensação que temos é que Roberto “parou no tempo”, não viu mais sentido para a vida após a morte do pai, quando retorna da guerra das Malvinas. Até a casa permanece da mesma maneira da época em que o pai estava vivo. Roberto tem uma rotina metódica. Não há espaço para ninguém mais na sua vida. O chinês muda isso completamente e ele não dará conta de viver da mesma maneira...
Com isso, Sebastián Borensztein oferece-nos mais uma chance, dentre tantas outras com as quais o cotidiano nos brinda reiteradamente, de seguirmos caminhando em nossa nunca de todo concluída tarefa de fazermos nossa vida valer sempre mais a pena.
Um belo filme para refletir sobre o sentido da nossa vida, os encontros que nos modificam... Para pensar se também nós não paramos em algum trecho da vida, se não estamos precisando seguir em frente...
Equipe "Catequese Hoje"
02.05.2012