Título Original: Pleasantville

Direção: GARY ROSS

Ano: 1999

Tempo de duração: 108’

Classificação: 14 anos

Categoria: Drama

Nacionalidade: EUA 

Nos anos 90, David é um jovem solitário e infeliz.  Vive com sua irmã Jennifer e sua mãe. Por não estar satisfeito com sua vida, foge da realidade assistindo avidamente ao programa de televisão "Pleasantville", um seriado em preto e branco dos anos 50 onde tudo parece “perfeito e ideal”. Mas tudo muda bruscamente quando Jennifer briga com ele pela posse do controle remoto de televisão. O que parecia mais uma briga de irmãos, quando, durante a briga, apertam o botão do controle, são magicamente transportados para dentro da fictícia "Pleasantville" e lá se tornam os irmãos Bud e Mary Sue Parker, dois personagens da série. 

Eles, de repente, se vêem em um mundo bucólico, todo em preto e branco, onde tudo parece dar certo e estar em seu devido lugar: sem perguntas, sem questionamentos, sem problemas, sem buscas, sem crises, sem frustrações, mas também sem identidade, sem individualidade, sem mistérios, sem emoção, sem descobertas, sem prazer... tudo muito determinado para acontecer como deveria. 

Nesse novo mundo, David leva certa vantagem sobre sua irmã. Ele conhece  como poucos a trama dos episódios do seriado, sabe quem são seus personagens, seus papéis e a importância que eles tinham na vida de Bud e Mary Sue.  Nessa nova realidade eles se tornam os filhos de George Parker e Betty Parker, pais adoráveis em um lugar onde todos parecem felizes com o cotidiano de suas vidas. David e Jennifer querem sair dessa situação. Mas com uma diferença, ele tenta se enturmar (sem muito esforço, com o conhecimento que tinha de Pleasantville) e ela, como qualquer adolescente em busca de sua identidade, faz o que gosta de fazer, sem muito “grilo” ou responsabilidade na cabeça.

Um acontecimento estranho detona todo um processo de mudanças em Pleasantville: depois de uma vivência íntima, fora do “padrão de normalidade do cotidiano daquele lugar”, de um dos personagens do seriado com Jennifer, este é levado a uma “experiência nova”: ele percebe a cor vermelha em uma rosa. Em seguida outras regras são quebradas e novas cores vão surgindo, de modo que Pleasantville nunca mais será a mesma.

O filme tem o mérito de nos fazer pensar sobre qual o sentido que estamos dando às nossas vidas. Ele tem a arte e o poder de acordar em nós dimensões que não estamos acostumados a pensar: a tomada de consciência da nossa liberdade e responsabilidade, do nosso ser sujeito de nossos atos, de nossa própria história ou sobre o que tem dado cor, sabor e vivacidade aos nossos dias. Esta maravilhosa película recebeu 3 indicações ao Oscar.

Bom para a catequese com adolescentes, jovens e adultos. Também para a formação de catequistas.

Algumas questões para discussão em grupo sobre o filme:

-David vivia fechado no seu mundo, com medo de crescer, de enfrentar os desafios da vida, portanto de desenvolver a consciência de si e do mundo. 

a)Faça um contraponto entre as características de David antes e depois da experiência em Pleasantville.

b)Faça um paralelo entre o contexto social e existencial de David com o dos jovens da atualidade, apontando convergências e divergências.

c)Jennifer procurava levar uma vida sem muito compromisso e responsabilidade. Descreva as principais mudanças ocorridas no comportamento dela no desenvolvimento do filme.

d)Em que sentido a falta de compromisso e responsabilidade interferem no desenvolvimento da consciência pessoal e social de um jovem? Justifique. 

-No filme, as pessoas que “ousavam  mudar” eram reprimidas pelos moradores de Pleasantville. Na sociedade atual:

a)Por que tantas pessoas têm dificuldade em lidar com o “novo”?

b)Por que reprimem as pessoas que ousam “ser diferentes”?

-No filme, Mary Sue se questionava porque as pessoas começavam a ver a realidade “colorida” enquanto ela continuava vendo tudo em preto e branco.

a)Quais as razões para isso?

b)Qual a importância do questionamento para o desenvolvimento da atitude crítica? Justifiquem.

-Aponte, pelo menos duas associações que podem ser feitas entre a “metáfora das cores” e a vida dos personagens no decorrer do filme. Justifique.

-Indique dois questionamentos que o filme traz para sua vida. Justifique. 

Edward Neves M.B. Guimarães

Grupo de Reflexão Catequética do Regional Leste 2