A formação dos catequistas exige um método e não se faz somente com um curso de menor ou maior duração.
Ter um método na catequese significa ter um caminho a ser percorrido em vista de determinada meta ou objetivo.
O objetivo da catequese é levar catequistas e catequizandos, a partir da fé, a fazerem experiência de comunhão, de amor, e à medida que isso vai acontecendo ao longo do processo de catequese, vai-se experimentando Deus mesmo. Conhecer Deus é o mesmo que amar. “Todo aquele que ama chega ao conhecimento de Deus” (1 Jo 4,7).
A formação dos catequistas não pode ser pensada só como um momento de “estudo de temas”. A vivência comunitária do grupo de catequistas é o caminho que vai realizando o objetivo da catequese. Portanto, todo o processo de catequese, toda a caminhada que é feita com o grupo de catequistas, catequizandos e a comunidade, está preparando o catequista. Os retiros, os passeios, as festas, as celebrações, os compromissos com a comunidade, as reuniões de catequistas etc..., todos constituem o processo de formação do catequista e devem levá-lo a fazer experiência de comunhão.
A vida é a grande mestra do catequista. As experiências do dia-a-dia, na família, na comunidade, na sociedade, fazem parte desse processo de formação.
A equipe de coordenação deve ter visão da caminhada que o grupo está fazendo, e a formação tem que estar articulada com essa caminhada.
Os encontros, as reuniões com os catequistas devem ser momentos de partilha, de entrosamento, de estímulo e apoio, de amizade. Deve-se ajudar o grupo a ir aprendendo a trabalhar em equipe, a dialogar, a ouvir o outro, o que acontecerá se a própria coordenação sabe dialogar, escutar, valorizar em vez de dominar e impôr.
Deve-se pensar no amadurecimento da pessoa do catequista; não só pensando na eficiência do trabalho que tem que fazer, mas visando o catequista como pessoa que precisa de apoio, de ser valorizada e amada para poder crescer. Muitos catequistas desistem justamente porque lhes falta tal estímulo e valorização.
É importante planejar e avaliar toda a caminhada de catequese junto com os catequistas, incentivar a criatividade, despertar o senso de responsabilidade e o compromisso com a comunidade.
A formação dos catequistas feita desta maneira, articulada no processo catequético que o grupo vai fazendo na comunidade, realiza o princípio de Interação fé e vida, traço metodológico fundamental da CR (cf. Textos e Manuais Nº 121). Esse processo de formação é algo dinâmico e não termina nunca.
Proposta de Conteúdos para a Formação de Novos Catequistas:
1. A Catequese na missão evangelizadora da Igreja.
2. A Alegria de ser catequista (a beleza de ser catequista e de ser cristão na Igreja – aspectos humanos do catequista: maturidade, afetividade...)
3. A pessoa do(a) catequista (aspectos catequéticos como: engajamento na comunidade, relacionamento com os catequizandos, sua espiritualidade, procura de atualização etc.)
4. A Catequese na Igreja hoje – (Algumas características e desafios da catequese hoje)
5. A Bíblia na Catequese (visão geral da Bíblia, uso dos textos bíblicos nos encontros de catequese) - (ao menos 3 encontros)
6. Jesus Cristo, centro da Catequese (O povo de Jesus; o centro da mensagem de Jesus: o Reino; morte e ressurreição de Jesus) – (ao menos 3 encontros)
7. Conhecer o catequizando na sua situação (psicologia das idades)
8. O método na catequese
9. Desenvolvimento de um encontro catequético
Consideramos esses conteúdos básicos para um novo catequista assumir a sua missão.
Uma observação:
Muitas paróquias tem o costume de organizar semanas catequéticas no início do ano para uma atualização dos catequistas. Nada reprovável nesta iniciativa, mas muitas incluem os novos catequistas nesta formação e depois já os consideram aptos para o trabalho catequético. Um erro grave.
A formação dos novos catequistas precisa ser pensada pela coordenação da catequese num tempo separado. O ideal é reservar alguns meses do ano para esta formação e centrar os esforços da coordenação paroquial nesta missão: preparar os novos catequistas. As comunidades da paróquia podem indicar e convidar as pessoas (veja orientações no artigo anterior) e a coordenação paroquial, se possível, assume a formação. Há foranias ou setores pastorais de dioceses, em várias cidades, que assumem junto a tarefa de preparar os novos catequistas todo ano.
Se levada a sério, a formação dos novos catequistas vai modificando e melhorando o trabalho do grupo de catequistas a médio e longo prazo. Ela também diminui a rotatividade de catequistas.
In: Pedra em Lapidação. Catequista em formação (subsídio de formação de catequista do regional leste 2 – já esgotado).
Equipe do site
15.02.2013