Todos os dias, quando acordo, vou correndo tirar a poeira da palavra “amor” (C.Lispector)
Refrão: Deus é amor! Arrisquemos viver por amor! Deus é amor! Ele afasta o medo.
1. Um poema: Ruína (Manoel de Barros)
Um monge descabelado me disse no caminho: “Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha ideia era de fazer alguma coisa ao jeito de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas um homem debaixo da ponte, mas pode ser também de um gato no beco ou de uma criança presa num cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado para o arcaico ou mesmo de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro. (O olho do monge estava perto de ser um canto.) Continuou: digamos que a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode nascer de um monturo”. E o monge se calou descabelado.
2.Aclamação e Proclamação da Palavra: 1 Jo 4,7-12
3. Conversar sobre o poema e o texto bíblico (dois a dois)
- O Deus que vem ao encontro do ser humano é amor sem medida. Deus é amor e essa afirmação já seria capaz de manter a esperança no mundo. A questão não é saber sobre Deus, mas experimentar Deus. Hoje o ser humano esvaziou a palavra amor...
.. (3 ou 4 duplas partilham o que refletiram)
4. Rezemos juntos:
Pai querido, às vezes nos perdemos, nos esquecemos de Teu amor.
Usamos palavras vazias pra falar de Ti;
Falamos como Doutores a Teu respeito e nem sabemos decifrar nosso próprio coração...
Perdoa nosso palavreado vazio de intimidade, nossas certezas a Teu respeito, nossa
autossuficiência...
Ajuda-nos a experimentar, em nossa própria vida, Tua graça redentora, Teu amor insondável e a falar de Ti, como quem murmura de saudade...
Abençoa nossos trabalhos, nossa caminhada, nossa vida...
Faze-nos homens e mulheres do Espírito, pessoas que cultivam a profundidade de todas as coisas e vivem em permanente referência a Ti, Mistério Infinito...
Amém!
(Lucimara Trevizan)
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