Encontro catequética com crianças sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2019
Material a ser providenciado:
- cartões para serem distribuídos como lembrança do encontro, tendo de um lado a parábola da vida inteligente, e do outro uma miniatura do Cartaz da Campanha;
- letra das músicas (que podem ser copiadas num cartaz);
- texto da Oração e Cartaz da Campanha da Fraternidade;
- notícias de jornal que vão ilustrar o tema;
- materiual para montar o jornal que vai ser proposto;
- Bíblia.
Apresentação da Quaresma e da Campanha da Fraternidade
Conversa inicial com as crianças
A cada ano, relembramos a vida e as mensagens de Jesus. Antes do Natal, temos um tempo chamado Advento (que significa “o que virá”), que nos prepara aos poucos para celebrar o nascimento de Jesus. A cada domingo, no ano inteiro, ouvimos o que Ele fez, o que Ele viveu, o que Ele nos pediu. Agora, estamos na Quaresma, um tempo especial que nos prepara para recordar a parte mais importante da vida de Jesus, que vamos comemorar na Semana Santa. Jesus quer nos ver consertando o que estiver errado. Então, na Quaresma, a cada ano, nossa Igreja nos propõe a Campanha da Fraternidade, que nos convida a olhar uma parte da realidade e ver o que podemos melhorar para chegarmos à Páscoa mais próximos de Jesus.
Este ano, a Campanha vai tratar de Fraternidade e Políticas Públicas. O que as crianças acham desse assunto? Políticas são as atitudes, leis e comportamentos que têm a ver com o jeito de organizar e governar o país. São públicas porque se destinam à população em geral, já que devem atender às necessidades do povo. E que necessidades são essas?
Vamos mostrar o Cartaz da Campanha e destacar as pessoas que nele estão representadas: famílias, crianças, ídolos, médico, trabalhador do campo, doentes. E quem mais poderia estar aí? Será que todos têm comida, casa, atendimento médico, emprego, boa escola, segurança, direitos respeitados? Será que os que governam estão mesmo voltados para o bem do povo? Como Deus gostaria que funcionassem as nossas leis?
(ouvir as crianças, identificar e ampliar o que elas já percebem sobre o que as Políticas Públicas deveriam proporcionar ao povo todo).
Uma canção para refletir sobre o assunto
Pensando no que Deus quer de nós, foi feita uma canção assim:
Quem, ó Senhor, em tua casa habitará?
O que for justo e a verdade praticar.
Aquele que não fala mal de seu irmão, e não pratica a injustiça e a opressão.
Feliz quem ama a fraternidade e em sua casa vive a verdade.
Quem não explora dos pequenos a fraqueza e não se deixa seduzir pela riqueza.
Aquele que tem da justiça sede e fome e é perseguido pela causa do teu nome.
Aquele que constrói a paz na caridade e é fermento de uma nova humanidade.
Aquele que começa em casa cada dia a construir fraternidade na alegria.
(Fátima Oliveira e Aury A. Brunetti)
A letra da canção será comentada com as crianças: Que tipos de injustiças andam prejudicando o povo? Como os pequenos são explorados? Como a sedução da riqueza em alguns acaba prejudicando o povo? O que faria um governante que tivesse fome e sede de justiça? Como se começa a construir a fraternidade em casa?
Uma parábola sobre o que seria viver de modo inteligente
Em um planeta distante, um extraterrestre queria muito saber se havia vida inteligente em outros planetas. Um amigo sempre lhe dizia que isso era uma pesquisa que não valia à pena, que não havia vida inteligente fora da terra feliz onde eles estavam. Mas ele estava muito curioso e, um dia, pegou uma nave espacial e foi parar em um outro lugar. Lá, viu coisas que ele achou bem estranhas: havia gente vivendo com muito luxo, e gente que nem tinha o que comer. Havia doentes sem tratamento, trabalhadores desvalorizados, direitos de uns que eram respeitados, e de outros que eram ignorados, justiça só para alguns. Porém, o que mais o surpreendeu foi ver que os que governavam aquela terra, e muitos outros que ali moravam, não se importavam com essas coisas. Então, ele voltou para casa, encontrou com o amigo e, desanimado, declarou: acho que você tem razão. Não há mesmo vida inteligente em outro planeta.
Uma atividade para a turma, depois de comentar a parábola
A garotada vai ser convidada a inventar um nome para o planeta feliz da parábola. Serão apresentadas algumas notícias de jornal da nossa terra que mostrem injustiças e direitos do nosso povo que não são respeitados. Cada criança pode dizer o que acha que deveria estar disponível para todos aqui. A seguir, pode ser feita uma dramatização: duas ou três crianças vão representar habitantes do planeta feliz (que agora já terá um nome), e as outras vão atuar como repórteres que entrevistam os extraterrestres.
Será que, vendo como se trata o nosso povo, o extraterrestre também ia dizer que não sabemos ter vida inteligente? Por que é inteligente respeitar os direitos de todos? Se corrigirmos injustiças, os que saem ganhando são só os que agora estão sendo atendidos ou isso acaba melhorando a vida de todos? Que políticas públicas (sobre saúde, educação, emprego, atendimento dos desamparados, etc...) nos dariam uma vida mais inteligente, com paz, justiça e respeito aos direitos de todos?
Depois de conversar sobre isso, anotando também as respostas da entrevista dramatizada, os catequizandos, agora divididos em grupos, comporão notícias de jornal que mostrarão como é a vida em um planeta governado como esse da parábola. As notícias transmitirão como se comporta o governo, como os cidadãos respeitam uns aos outros, como se constrói, assim, uma vida melhor para todos. Depois que os grupos partilharem as notícias, o jornal será montado e ganhará um nome criado pela turma.
Nosso planeta foi criado para ser lugar de felicidade, respeito e solidariedade
Deus nos criou para termos “vida inteligente”, mas nos deu liberdade, e muita gente usa mal essa liberdade. Sendo Pai de todos, Ele quer nos ver como uma grande família de irmãos que cuidam bem uns dos outros. O melhor jeito de agradar a Deus é amarmos todos esses irmãos que Ele nos deu e governarmos nossa terra com justiça, fraternidade e atendimento às necessidades de todos.
O que a Bíblia nos diz sobre esse jeito mais justo e fraterno de viver?
Vários profetas mostram que Deus não aceita orações e homenagens de pessoas que não cuidam das necessidades dos pobres, que não fazem valer os direitos do povo. Tudo que Ele quer é o bem de todos. O profeta Amós, por exemplo, comunica um recado de Deus que diz assim: quero apenas ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual regato que não seca (Am 6, 24). Ele sempre quis que seu povo fosse bem tratado e que soubesse tratar bem especialmente os que mais precisam. Só há um jeito de agradar a Deus: cuidar muito bem de todos os seus filhos, não ser injusto com ninguém, viver com honestidade a serviço do bem de todos. E não é isso mesmo o que um bom pai desejaria?
Jesus diz que tudo o que fazemos para ajudar os pequenos e os necessitados é a ele que estamos fazendo (Mc 9,37; Mt 18,5). Diz também que serão felizes (bem-aventurados) os que têm fome e se de justiça (Mt 5,6). E nos apresenta uma lei fundamental: tudo que desejais que os outros vos façam, fazei-o, vós também, a eles (Lc 7, 12). Como se comportariam os que têm algum poder se seguissem essa lei? Mas Jesus não fica só nas palavras, ele socorre e cura pessoas que estão sem nada, gente que outros desvalorizam. Ao curar um cego, um paralítico, um leproso, ele está dando a essas pessoas oportunidades de viver melhor, de ter seus direitos respeitados. Hoje, poderíamos ver o cego representado nos analfabetos, nos que não têm instrução e, por isso, não podem “enxergar” o que já deveriam ter aprendido; o paralítico poderia representar os que não têm emprego e não podem “ir adiante” por falta de oportunidades; o leproso era separado do povo, excluído porque ninguém queria se contagiar, ficar igual a ele. Quem seriam, hoje, os excluídos de quem os outros se afastam?
Canto: Hino da CF 2019 – (com a letra devidamente comentada)
Tarefa para casa: as crianças vão receber e levar para o pessoal de casa um cartão com a parábola do planeta feliz e a miniatura do Cartaz da Campanha para mostrar à família o que foi tratado no encontro. Elas vão conversar em casa sobre as notícias que foram criadas para o jornal do planeta da parábola. Podem recolher, nesse momento, novas sugestões de ações políticas que os adultos gostariam de ver surgirem também na realidade do nosso país, como sinal de vida inteligente e fraterna, guiada pelo amor de Deus, para serem partilhadas no próximo encontro.
Final: Oração da CF 2019
In: CNBB. Campanha da Fraternidade 2019. Encontros catequéticos para crianças e adolescentes. Brasília-DF: Edições CNBB, p. 7-11