Abordaremos agora alguns meios que podem ajudar na catequese para se chegar ao coração dos catequizandos. Numa catequese afetiva procuramos os meios que ajudam a tocar a experiência de vida, o coração, a intuição. Vamos falar do uso de símbolos.

 

Que são Símbolos?

 

O símbolo é algo que lembra alguém, algum acontecimento, alguma coisa. É uma forma de se fazer compreender melhor e sentir mais de perto algo que não se pode ver ou entender bem. Transmite o pensamento de forma mais rápida. Por exemplo: se apresento a alguém uma bandeira, esta pessoa logo vai pensar no país ou num time de futebol. Quando alguém me oferece uma rosa, expressa com isto seu amor, sua amizade. Quando vejo um objeto usado por uma pessoa querida, talvez falecida, vou me lembrar daquela pessoa. Todo um mundo de lembranças se abre para mim.

 

Num símbolo, o que vale não é o objeto em si, mas o que ele representa. O símbolo esconde e, ao mesmo tempo, revela uma realidade muito maior. Por exemplo, uma pétala de rosa não tem valor comercial, mas pode ter um grande significado para alguém que a recebe da pessoa amada. Qualquer objeto pode ser um símbolo. O mesmo objeto pode evocar lembranças e experiências totalmente diferentes nas pessoas.

 

Como usar os símbolos?

 

Quando desenvolvemos um determinado tema no encontro catequético, ou em qualquer outro encontro, podemos ilustrar o conteúdo com determinados símbolos. Isto torna a reflexão mais viva e profunda. Garante maior participação.

 

Devemos colocar o(s) símbolo (s) bem à vista, numa mesa ou no chão no meio do círculo. Os participantes podem dizer o que sentem diante do símbolo, o que ele sugere, o que faz lembrar. A partir daí pode-se desenvolver a reflexão. Os mesmos símbolos podem inspirar a oração para terminar o encontro.

 

Que pode ser o símbolo?

 

Como já falamos, qualquer objeto pode se tornar um símbolo. Vamos mencionar alguns:

 

Pão pode significar alimento e partilha; água (numa jarra transparente), a sede de felicidade, a sede de Deus; a vela simboliza luz, fé, entrega; mãos abertas significam amor, receptividade; mãos fechadas, egoísmo, avareza. Uma corrente pode ser símbolo de escravidão, mas também de união por causa dos elos que se entrelaçam; uma pedra pode significar as dificuldades que encontramos na estrada da vida. Terra e sementes lembram nosso trabalho de catequistas. Também os meios modernos de comunicação podem significar experiências bonitas do nosso mundo moderno. Devemos até aprender a usar símbolos da cidade e da modernidade para falar aos catequizandos de hoje.

 

Não se pode dar uma lista de símbolos, porque tudo depende da criatividade do catequista ou dos participantes dos encontros. Os catequizandos podem também procurar os seus próprios símbolos.

 

Os símbolos na oração?

 

Os símbolos são um grande meio para tornar nossas celebrações mais bonitas e mais participadas. Melhor do que longos textos, ou símbolos ajudam a refletir a partir da vida, ajudam a chegar a um contato com Deus.

 

Símbolos muito usados nas celebrações (também na Liturgia) são: a Bíblia, a vela, pão, água, cruz, etc. Mas não são os únicos. Tudo que liga à vida, à experiência, pode ser usado como símbolo.

Quem sabe trabalhar com símbolos encontrou uma fonte de riquezas para chegar a uma catequese mais vivencial e afetiva.

 

Para refletir:

 

a) São João, no seu Evangelho, usa muitos símbolos para expressar quem é Jesus para nós. 

Procure os seguintes textos e verifique o que João quer dizer: Jo 2,19-22; 4,7-15; 6,35; 8,12; 10,11-13; 14,5-6; 15,5.

 

b) Quais são os objetos que você guarda com carinho porque lhe faz recordar pessoas ou acontecimentos importantes?

 

Para rezar:

 

No encontro de catequese: coloque uma vela acesa em uma mesa ou outro local. Cada um dos participantes pode dizer o que a vela sugere.

Em seguida, passa-se a vela de mão em mão. Ao entregar a vela ao vizinho, expressa-se numa palavra de vida, uma mensagem ou pensamento.

Pode-se terminar a oração com um canto sobre a luz. Por exemplo: “Sim, eu quero que a luz de Deus que um dia em mim brilhou, jamais se esconda...”


Equipe do Catequese Hoje

01.09.2012