Eu só peço a Deus
(música: Leon Gleco; interpretação: Beth Carvalho e Mercedes Sosa)
Eu só peço a Deus que a dor não me seja indiferente
Que a morte não me encontre um dia Solitário sem ter feito o que queria.
Eu só peço a Deus que a injustiça não me seja indiferente
Pois não posso dar a outra face se já fui machucado brutalmente.
Eu só peço a Deus que a guerra não me seja indiferente
É um monstro grande e pisa forte toda pobre inocência desta gente.
Eu só peço a Deus que a mentira não me seja indiferente
Se um só traidor tem mais poder que um povo
Que este povo não esqueça facilmente.
Eu só peço a Deus que o futuro não me seja indiferente
Sem ter que fugir desenganado para viver uma cultura diferente.
O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença, dizia um famoso escritor. É verdade. E olhando a História, percebemos que o maior problema não está entre os que dominam e os dominados, mas naqueles que, percebendo esta situação, não se posicionam: são indiferentes. Mais destruidor que qualquer sistema, é a indiferença que está no coração e na mente de grande parte das pessoas.
Beth Carvalho e Mercedes Sosa cantam algo que chama a atenção. Colocando diversas situações, mostram como, no dia-a-dia, é fácil sermos indiferentes (sem sabermos ou, pelo menos) sem ao menos nos darmos conta. Uma indiferença que possui dupla face: uma, enquanto não percebemos mais o que acontece conosco; outra, quando não nos sensibilizamos com aquilo que acontece com os outros.
Fácil é criticar. Difícil é construir. Se estamos descontentes com aquilo que vemos, a única resposta que não podemos dar é a indiferença. O compromisso com a mudança exige participação. E nesta, somos insubstituíveis.
Boa música para a catequese com jovens e adultos e formação de catequistas. Ótima para discutir a realidade e nossa postura cristã frente a ela.
Lucimara Trevizan
Equipe do “Catequese Hoje”
01.07.2012