Em sua catequese, o Papa recordou sua recente viagem à Polônia, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Mais uma vez, disse Francisco, os jovens responderam à convocação: “Vieram de todo o mundo, uma festa de cores, de vários rostos, de línguas e histórias diferentes. Vieram também com suas feridas, com seus interrogativos, mas sobretudo com a alegria de se encontrar; e mais uma vez formaram um mosaico de fraternidade. Eu não sei como fazem: falam línguas diferentes, mas conseguem se entender! E por que? Porque têm esta vontade de caminhar juntos, de fazer pontes, de fraternidade!
Para o Pontífice, uma imagem emblemática das JMJs são as bandeiras dos países carregadas pelos jovens, que se tornam “mais belas, se purificam, e nações em conflito ficam lado a lado”. E Francisco pediu aos jovens que fizessem o mesmo na Sala Paulo VI, já que entre os fiéis havia participantes da JMJ de Cracóvia.
Obras de Misericórdia
Neste grande encontro jubilar – prosseguiu -, os jovens do mundo acolheram a mensagem da Misericórdia, para levá-la a todos os lugares nas obras espirituais e corporais. “Agradeço a todos os jovens que vieram a Cracóvia! E agradeço aos que se uniram a nós de todas as partes da Terra! Que o dom que receberam se torne resposta cotidiana ao chamado do Senhor.” O Papa recordou uma jovem romana, Susanna, que morreu de meningite depois de participar da JMJ de Cracóvia.
Francisco acrescentou que além da Jornada, sua viagem foi uma visita à Polônia, em que pôde rezar diante da imagem de Nossa Senhora, em Chestochova, Mãe do povo polonês. “Sob aquele olhar, se compreende o sentido espiritual do caminho deste povo, cuja história está ligada de modo indissolúvel à Cruz de Cristo. A Polônia recorda hoje a toda a Europa que não pode existir futuro para o continente sem os valores que estão em sua base, que têm por sua vez a visão cristão do homem.”
Entre esses valores, o Papa citou a misericórdia, de que foram testemunhas dois grandes apóstolos da nação: Santa Faustina Kowalska e S. João Paulo II.
Por fim, a viagem teve também uma dimensão universal, num mundo chamado a responder ao desafio de uma guerra em pedaços, que o está ameaçando. E assim Francisco relatou sua visita aos campos de concentração nazistas:
Silêncio em Auschwitz
“E aqui, o grande silêncio da visita a Auschwitz-Birkenau foi mais eloquente do que qualquer palavra. Naquele silêncio, ouvi a presença de todas as almas que passaram por lá; senti a compaixão, a misericórdia de Deus, que algumas almas santas souberam levar naquele abismo. Naquele grande silêncio rezei por todas as vítimas da violência e da guerra. E ali, naquele lugar, compreendi mais do que nunca o valor da memória, não somente como recordação de eventos passados, mas como advertência e responsabilidade pelo hoje e o amanhã, a fim de que a semente do ódio e da violência não germine e lance raízes nos sulcos da história.”
E prosseguiu: E nesta memoria, também hoje há tantos homens e mulheres que sofrem as guerras. Olhando aquela crueldade, naquele campo de concentração, logo pensei na crueldade de hoje, que se assemelham: não tão concentrada naquele lugar, mas espalhada no mundo. Este mundo que está doente de crueldade, de dor, de guerra, de ódio, de tristeza. E por isso lhes peço a oração: que o Senhor nos dê a paz!
O Papa concluiu agradecendo a todos os que tornaram possível esta viagem, de modo especial ao Presidente da Polônia, ao Cardeal-Arcebispo de Cracóvia e aos jornalistas. E recordou uma repórter italiana que morreu enquanto fazia a cobertura de sua viagem.
Ao saudar os diversos grupos presentes na Sala Paulo VI, o Papa recordou que no dia 4 de agosto se celebra a memória de São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes e especialmente dos párocos. Francisco recordou ainda que neste mesmo dia irá à Porciúncula, por ocasião dos 800 anos do “Perdão de Assis”.
“Será uma peregrinação muito simples, mas muito significativa neste Ano Santo da Misericórdia”, afirmou o Papa, pedindo a oração de todos.
imagem: pexels.com