Preparar o ambiente: Colocar, no meio do grupo (no chão), sete chamas feitas de papel (línguas de fogo), ou sete grandes velas, a Bíblia, uma planta bonita. 

Canto inicial:

Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra. (2x)

1. Bendize, minha alma, ao Senhor. / Como são numerosas as tuas obras, Senhor.

Senhor, meu Deus, como és tão grande. A terra está cheia das tuas criaturas.

2. Quando ocultas tua face, elas se perturbam. / Quando lhes tiras sua vida, voltam ao seu nada.

Seja ao Senhor eterna glória. Alegre-se ele em suas obras.

3. Que o meu canto ao Senhor seja agradável. / É nele que está minha alegria. 

Introdução

Acabamos de celebrar, com toda intensidade, a Semana Santa, culminando no júbilo da Páscoa, Ressurreição do Senhor. Porém, o ciclo pascal continua culminando na celebração de Pentecostes. Toda a ação salvífica de Deus chega a nós através do seu Espírito.

 

O primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, se abre com as palavras: “No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava deserta e vazia, e havia trevas na superfície do abismo; o vento (sopro, vento, espírito) de Deus agitava a superfície das águas...” (Gênesis 1,1-2). E o vento de Deus, o Espírito de Deus, vai colocar ordem no abismo e vai criar luz, firmamento, terra, mar, seres vivos, animais grandes e pequenos e, finalmente, o ser humano. Diz a Bíblia que Deus modelou o homem com o pó apanhado do chão, insuflou em suas narinas o hálito (sopro, espírito) da vida e o homem se tornou um ser vivo” (Gênesis 2,7). 

Os relatos bíblicos da criação usam linguagem poética, que não deve ser tomada ao pé da letra. Não tem a pretensão de explicar cientificamente como foi que surgiram o mundo e a vida. Para esse tipo de explicação ouviremos a ciência. Através da poesia, porém, os textos bíblicos procuram expressar o sentimento de reverência ao divino poder criador.

(Se o grupo quiser meditar sobre a beleza da criação, pode saborear, neste momento, o salmo 104).

São os salmos que nos fazem exclamar: “Enviai o vosso Espírito e tudo será criado. E renovareis a face da terra”.

O Espírito de Deus agiu em toda plenitude em Jesus (cf. Lucas 4,1 e 14-21). 

Os dons do Espírito

Como vimos, o grande dom do Espírito é a VIDA. Aliás, o próprio Espírito Santo é “O” grande dom de Deus para nós. Temos o costume de falar nos sete dons do Espírito Santo, mas os dons do Espírito são incontáveis. A Bíblia fala em sete dons, porque SETE é o número da plenitude. São como um leque que desdobra nas diversas ações do Espírito. 

Os sete dons em Isaías 11,2-3

Isaías fala de sete dons que Deus concede ao Messias, ao novo rei descendente de Davi, que devem ajudá-lo a bem governar o povo:

            “espírito de sabedoria e de inteligência,

             espírito de conselho e de fortaleza,

             ‘espírito de conhecimento, piedade e temor de Deus”. 

Mas, a Bíblia fala também em outros dons de Deus.

Os frutos do Espírito

São Paulo fala dos frutos do Espírito Santo (Gálatas 5,22-23): amor, alegria, paz, paciência, mansidão, bondade, fidelidade, humildade, autodomínio... 

Os dons do Espírito às primeiras comunidades

Vamos ver os inúmeros dons que o Espírito Santo concedeu às primeiras comunidades:

União, fraternidade, solidariedade, coragem para enfrentar o martírio. (Quais dons ainda podemos acrescentar?) Podemos ler 1Coríntios 12,4-12. 

Os dons de que precisamos para nossa vida, hoje

Quais são os dons do Espírito de que nós precisamos, hoje em dia, tanto pessoalmente, quanto para a comunidade, para a Igreja, para o mundo? (Vamos conversar sobre isto). 

Há alguns dons que precisamos pedir de modo especial para nossas Igrejas cristãs e para todas as religiões: o espírito de ecumenismo e diálogo, de união e profecia, de discernimento e perdão mútuo.

E quais os dons de que nosso mundo precisa, diante de tantos problemas que enfrenta? 

Deixemos de falar somente nos sete dons como descritos por Isaías. SETE, na Bíblia, é plenitude e os dons do Espírito são inúmeros e sempre novos, conforme as situações e os tempos em que vivemos. 

Para aprofundar

Vamos aprofundar e comentar as palavras de um grande pensador antigo, Atenágoras, que são atuais ainda hoje.

“Sem o Espírito Santo, Deus está distante;

o Cristo permanece no passado;

o Evangelho é uma letra morta;

a Igreja, uma simples organização;

a autoridade, um poder;

a missão, uma propaganda;

o culto, um arcaísmo;

a ação moral, uma ação de escravos.

Mas, no Espírito Santo,

o cosmos é enobrecido pela geração do Reino,

o Cristo ressuscitado se faz presente,

o Evangelho se faz força do Reino,

a Igreja realiza a comunhão trinitária,

a autoridade se transforma em serviço,

a liturgia é memorial e antecipação,

a ação humana se deifica.”  

Oração

Vamos ficar em silêncio. Reflitamos qual o dom que queremos pedir, seja para nós, seja para outros. Todos escrevam este dom num bilhete e o coloquem no meio das “línguas de fogo”. Quem quiser, expresse seu pedido, em forma de oração, espontaneamente, alternando com o canto do refrão “Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da terra”.

Canto final

Quando o Espírito de Deus soprou, o mundo inteiro se iluminou.

A esperança da terra brotou e um povo novo deu-se as mãos e caminhou.

Lutar e crer, vencer a dor, louvar o Criador.

Justiça e paz hão de reinar! E viva o amor! 

Finalizar com um grande abraço, expressando um dom especial do Espírito que desejamos uns aos outros.

Inês Broshuis

Comissão Regional Bíblico Catequética do Leste II