Refrão meditativo...

Leitura da Palavra de Deus: Lc 7,36-50

Poema: A mulher do perfume 

Tinha observado teu rosto resoluto e ameaçado.

O rumor da morte movia-se em rajadas de palavras entrecortadas pelas ruas de Jerusalém

e aparecia incisivo na intensidade de teu olhar.

Faltavam dois dias para celebrar a Páscoa. 

Sua intuição feminina (Mc 14,3-11), tão próxima da dor, sentiu com igual intensidade

a certeza de tua morte e a alegria de tua vida. 

Procurou seu melhor perfume, quebrou o frasco, derramou a essência de nardo sobre tua tensa cabeça,

e ungiu com seus dedos suaves a angústia de teu futuro.

O perfume tão fino encheu a casa de festa.

Alheios a tua encruzilhada, com mesquinha contabilidade, os varões se indignaram

invocando os pobres e criticando o desperdício. 

Nunca tiveste onde reclinar tua cabeça ungida.

Mas defendeste este gesto de ternura que antecipava tua páscoa,

com o frasco em pedaços como teu corpo quebrado, e com fragrância de nardo

aroma de ressuscitado por todo o universo.

Ao sustentar um pobre que se afunda no abismo, uma vida que se afasta incontida para a morte,

uma angústia cidadã de raízes seculares, sempre temos entre as mãos tua cabeça para ser ungida com perfume festivo.

Este evangelho da páscoa humana deve anunciar-se

em todos os idiomas, pelos séculos dos séculos.

(Benjamim Gonzales Buelta sj)

Silêncio...

Partilha... (repetir o que chamou atenção no texto bíblico e no poema) 

Preces espontâneas

Unção com perfume... (ungir o grupo com óleo perfumado)