INHABITAÇÃO

 

Cada um de meus segundos

Bebe de tua eternidade. 

Cada um de meus espaços

é pele de tua mão aberta. 

Inspiro na brisa

o alento que expiras. 

Com teu índice e polegar

juntas os lábios de minha ferida. 

Molha-se meu pincel criador

nas cores de tua fantasia.

Tua ressurreição percorre

meus átomos, desejos e vácuos. 

Meu credo é de últimos,

de ossos, de perguntas. 

Em teu mistério vivo

Como testemunha na luz! 

Em teu mistério vives

Como a luz na testemunha! 

 

Benjamín González Buelta sj