É um só o nosso Batismo 

O Catecismo da Igreja Católica diz coisas muito bonitas sobre o Batismo: é fundamento da vida cristã, é a porta da vida no Espírito, nos torna membros de Cristo, nos faz participar do seu sacerdócio...

São coisas que todos nós já ouvimos alguma vez na vida, nas muitas oportunidades de catequese pelas quais passamos. 

O que não estamos acostumados a ouvir é que este Batismo também acontece, com os mesmos efeitos, em outras Igrejas que não são a nossa.

Quais as consequências disso?

O reconhecimento da validade do Batismo de outras Igrejas é passo de grandes consequências para o nosso relacionamento com os demais cristãos.

Onde houver um Batismo válido, teremos que admitir que o irmão cristão é, como nós, membro do Corpo de Cristo e participa do seu sacerdócio. Temos que admitir que a outra Igreja, na qual aconteceu esse sacramento, de alguma maneira faz parte da única Igreja de Jesus, na qual também estamos nós. 

O que o Concílio diz 

O mesmo Catecismo da Igreja Católica, citando texto do Concílio, afirma:

“Com efeito, aqueles que crêem em Cristo e foram validamente batizados estão constituídos em uma certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja Católica. Justificados pela fé no Batismo, são incorporados a Cristo e, por isso, com razão, são honrados com o nome de cristãos e merecidamente reconhecidos pelos filhos da Igreja Católica como irmãos no Senhor.” (CIC 1217) 

Quais são essas Igrejas?

Que Igrejas são essas, cujo Batismo é oficialmente considerado válido pela Igreja Católica? Como há centenas de Igrejas que se consideram cristãs (e muitas outras sendo fundadas diariamente), é impossível fazer listas exatas. Mas, consultando notas ao texto do Código de Direito Canônico, vemos, por exemplo, que é sempre válido o Batismo feito nas Igrejas Orientais, na Igreja Anglicana, na Luterana e na Metodista. 

Se o rito for executado direitinho, também é válido o Batismo dos presbiterianos, batistas, adventistas, congregacionais e de muitos pentecostais. Cristãos batizados corretamente nessas Igrejas não podem ser batizados de novo se resolverem tornar-se católicos.

Critérios para validade 

Em geral, para considerar a validade do Batismo entram em cena três critérios:

a) que seja feito com água

b) que seja feito em nome da Trindade

c) que quem batiza tenha, de fato, legítima intenção de inserir o batizado na Igreja de Cristo.

Por falta de alguns desses elementos, há Igrejas cujo Batismo costuma ser considerado duvidoso (por exemplo: Mormons, Igreja Brasileira etc.) e outros grupos religiosos onde o Batismo é visto como decididamente inválido (Testemunhas de Jeová, Ciência Cristã, Umbanda). 

Onde começa o Ecumenismo? 

O ecumenismo começa justamente com essas Igrejas onde possuímos em comum esse grande fundamento do Batismo, embora tenhamos que ser respeitosos e dialogantes com todos os tipos de crença sinceras. Mas para isso é preciso que se ensine aos católicos como é que sua Igreja vê essa questão. Quantos católicos você conhece que estão bem informados nesse assunto? Não seria importante conhecer mais a fundo essa questão? Não estaremos tratando como rivais os que deveriam ser acolhidos como irmãos? 

Para refletir 

Vamos ler Jo 15,1-8

Quem são os ramos de que o Evangelho fala?

Podemos pensar que as diversas Igrejas cristãs são os ramos do mesmo tronco?

Que consequências isso traz para o ecumenismo

Inês Broshuis

(Texto extraído e adaptado do subsídio "Diálogo e Ecumenismo" da Catequese do Regional Leste 2)