(7º passo para o diálogo verdadeiro)

 

Uma catequista contou:

“Trabalhando com um grupo de crianças com idade entre quatro e cinco anos, um dia, uma delas fez algo de que não gostei e disse-lhe que a deixaria fora da brincadeira. Ela respondeu: ‘Palavras, tia. Você sempre diz isto e nunca faz’. 

Neste dia, levei um susto. Como aquela criança ousava falar comigo daquela maneira? Porém, ela me fez refletir sobre as minhas atitudes com o grupo. Hoje, procuro dizer o que sou capaz de cumprir, lembrando-me sempre daquela criança.” 

Nós e nossas relações interpessoais 

Não vivemos sozinhos. É a partir das nossas relações interpessoais que vamos crescendo, aprendendo num processo contínuo de mudanças. Em nossas relações existem algumas atitudes que nos impedem de caminhar e crescer. Não foi isso que o exemplo acima nos mostrou? A primeira reação da catequista foi recusar a revisão da sua postura. Porém, o mais importante seria perceber a oportunidade de mudança. 

Críticas... algo positivo ou negativo?

A palavra crítica, na maioria das vezes, é vista como negativa. É comum, após um encontro, curso..., ao se pedir uma avaliação, alguém dizer: “Não há nenhuma crítica a fazer. Foi tudo perfeito”. Daí a dificuldade de perceber as críticas positivas ou negativas como oportunidade de crescimento, de alerta a alguém para que veja algo, até então não visto ou percebido. 

Geralmente, não aceitamos críticas com o mesmo sorriso com que recebemos um presente desejado, mas o “travesseiro”, com certeza, nos auxiliará a reavaliar, repensar e mudar, se for necessário. 

Se a crítica foi feita com agressividade, ironia, preconceito, desprezo e com ar de superioridade, machuca-se a pessoa, resultando na quebra da relação de diálogo. Em nossas relações é preciso ser sensíveis à maneira de ser diferente das pessoas. Na certa, você já leu esta frase: “Não fomos feitos iguais para que pudéssemos nos completar”, e não para que pudéssemos destruir ou massacrar o que pensa diferente. 

Nossa convivência precisa ser relação e não imposição. Se acredito ser o dono da verdade, certamente não serei sensível a crescer a partir da crítica. Ao invés de abrir novos caminhos para o diálogo, interditarei a estrada do conhecimento e crescimento mútuos. 

Para refletir

-Sabemos aceitar críticas como caminho de crescimento e mudança? Lembramo-nos de algum fato?

-Em nossos encontros de catequese, somos capazes de aceitar críticas dos catequizandos? Somos bastante humildes para percebê-las?

 

Inês Broshuis

(Texto extraído e adaptado do subsídio "Diálogo e Ecumenismo" da Catequese do Regional Leste 2)