3º passo para o diálogo: humilde paciência 

O filósofo grego, Sócrates, deixou para nós duas frases e uma prática muito sábias: “Conhece-te a ti mesmo”. Era a recomendação que fazia a seus discípulos. E, de si, dizia: “Só sei que nada sei”. Conta-se que seus ensinamentos eram transmitidos através do diálogo. Entre perguntas e respostas se cultivava a sabedoria. Sócrates, há mais de dois mil anos, conhecia um importante segredo para o diálogo: a humildade. 

Humildade não é baixa-estima? 

Engano. A pessoa humilde conhece a realidade de si mesma. Sabe-se capaz, conhece seus valores, mas também seus limites, seus pontos fracos. Está empenhada na descoberta constante de si mesma. E, assim, junto com a alegria do desabrochar, cultiva a paciência do esperar crescer.

Voltado para si mesmo?

Quem anda à procura de conhecer-se, aprende a lidar com o limite. E percebe que as outras pessoas também são limitadas, estão a caminho, em crescimento. 

A paciência com o outro começa na paciência consigo mesmo. Saber rir, com bom humor, dos próprios “tombos”, alegrar-se com os pequenos avanços, eis um pequeno segredo para sermos também pacientes com aqueles que se relacionam conosco, e com os quais procuramos dialogar. Os outros também estão a caminho. Será para nós uma alegria irmos juntos! 

Podemos crescer juntos 

Através do diálogo temos essa possibilidade. Somamos nossos esforços para crescer, em vez de nos desafiar. Amparamo-nos em vez de nos empurrar. Rimos juntos, sem nunca nos ironizar. Da humilde paciência entre nós, vai tomando forma o melhor fruto do diálogo: a união.

O diálogo na catequese

Na catequese, no nosso contato com os catequizandos, lembremo-nos, humildemente, que tanto nós como eles estamos a caminho, em crescimento. Ninguém é acabado. Todos precisamos de espera paciente, como a do lavrador com a semente, com a planta. Junto com a paciência, coloquemos o adubo forte do estímulo, da confiança. E acrescentemos a segurança das estacas de verdade e de firmeza. 

Para refletir

-Nós nos interessamos por conhecermos a nós mesmos? Já experimentamos fazer uma lista de nossos valores e de nossos limites? Será que partilhamos nossas descobertas com alguém que nos dê ajuda nesse esforço maravilhoso de colaborar com Deus em nos modelar à “sua imagem e semelhança”?

-Quando dialogamos com os outros, sabemos ser pacientes e humildes? Ou sentimo-nos superiores, esperando que os outros se mudem conforme nossas próprias expectativas?

-Vamos ler Mt 15, 21-28. Depois desta leitura, procuremos descobrir como o diálogo muda Jesus, confirma a mulher cananéia e torna possível a libertação da filha.

 

Inês Broshuis

(Texto extraído do subsídio "Diálogo e Ecumenismo" da comissão Regional de Catequese do Leste 2)