-Contar, em suas palavras, uma passagem Bíblica que para isso se preste (a história de Zaqueu, algum conto do A.T...) sem acrescentar nem omitir nada (fidelidade ao texto).
- Ler o texto previamente reelaborado (numa redação mais acessível), substituindo palavras ou expressões de difícil compreensão por outras mais fáceis, mantendo também absoluta fidelidade ao conteúdo da passagem Bíblica.
Convém dizer que a passagem se encontra na Bíblia mas que foi feita nova redação para que seja mais fácil compreender. O uso de edições mais populares da Bíblia ajuda muito.
- Proclamar o texto tal como se encontra na bíblia, quando se percebe que o grupo (catequizandos) tem capacidade de entendê-lo.
-Apresentar o texto em forma de jogral, com a participação ativa dos catequizandos.
-Proclamar a Palavra em forma de diálogo quando a passagem bíblica se presta para esta forma, isto é, quando diversas personagens falam no texto(ex: Lc 19,1-10 -narrador, Jesus, Zaqueu, fariseus).
-Ler uma primeira vez o texto, deixando alguns momentos de silêncio( para a Palavra de Deus penetrar no coração das crianças); em seguida, fazer nova proclamação. Esta maneira é útil principalmente quando o texto é pequeno.
- Apresentar, em poucas palavras, o texto que será lido; sugerir que cada criança vá até à Bíblia, colocada em destaque na sala, aberta na página em que está a passagem que vai ser lida, ponha a mãozinha sobre o livro e faça sua acolhida (ex: Que esta Palavra oriente o meu caminho). Em seguida, a Palavra de Deus será proclamada.
Na catequese, é preciso que a Palavra de Deus seja “proclamada”. Proclamar não é simplesmente ler. É, em primeiro lugar, procurar assimilar o conteúdo do texto Bíblico, entusiasmar-se por ele e tentar comunicá-lo aos outros. Requer preparação remota(formação bíblica) e preparação próxima( leitura e meditação do texto que vai ser lido).
Equipe do Catequese Hoje
01.12.2013
ADOLESCÊNCIA: pelos 12-15 anos:
a) Características: são visíveis a insegurança, a instabilidade e a aguda emotividade; retirada ao próprio mundo interior - com o sofrimento que esta solidão traz; sensação de não ser compreendido e de sequer ser capaz de compreender; tempo de afirmação da própria personalidade; é contra todo autoritarismo; desconfia do adulto - mas precisa dele; idade de interesse pelo sexo e do amor; das cartas pessoais e dos diários íntimos(meninas); dos conflitos na família; de preocupação pelo futuro (vocação).
b) Quanto à Bíblia: atenção especial ao aspecto afetivo, emotivo. Há muita identificação com personagens que se impõem por seu humanismo. Especial atenção despertam os profetas, por sua crítica às situações de injustiça ou de incoerência. São importantes os textos que encaram o misterioso da vida e seu sentido mais profundo; os que orientam a busca desse sentido, inclusive do ponto de vista da vocação (Mt 5,7).
Será interessante tomar, agora, unidades maiores: parábolas, pequenos livros como Jonas, Judite, Amós.
FINAL DA ADOLESCÊNCIA: pelos 15-19 anos:
a) Características: há especial interesse pela experiência dos outros e com os outros: a consciência crítica faz com que se posicione diante dos males e das contradições do mundo.
b) Quanto à Bíblia: tempo de tomar textos mais difíceis, profundos. Pode-se abordar qualquer texto Bíblico. Será bom proporcionar uma visão de conjunto da Bíblia, colocando os problemas com que a Bíblia nos quer confrontar.
c) Sugestão de textos:
-Gn 1-11 visto como reflexão sobre o nosso hoje( o homem no mundo; problemas de relacionamento, pecado e salvação).
-Narrativas da infância de Jesus.
-Narrativas de milagres.
-Jó, Eclesiastes, Evangelho de Marcos, Cartas de Paulo(1 Cor).
Vale a pena chamar a atenção também para a Linguagem da Bíblia. Descobrir a linguagem como parte de um conjunto, como sintoma de uma situação e, ao mesmo tempo, instrumento, seja de opressão ou de libertação.
ALGUNS CUIDADOS:
-Não usar a Bíblia só por curiosidade, passatempo piedoso, sem entrar na dinâmica do povo que a escreveu e na da nossa comunidade.
-Não se usa a Bíblia para domesticar crianças e adultos em nome de Deus. A obediência a fé é outra coisa.
-Cada frase da Bíblia está dentro de um contexto. Não deve-se usar frases pescadas cá e acolá e isolados do seu contexto para impor uma ideia, um pensamento.
-Na Bíblia o único herói é Deus. Cuidado para não elevar certos personagens à dimensão de super homens, sem defeitos.
-O único jeito de ler a Bíblia que a Igreja condena é a leitura fundamentalista, que lê tudo ao pé da letra; se aparece algo estranho, invoca-se o poder de Deus, e pronto.
Equipe do Catequese Hoje
INFÂNCIA: pelos 7-8 anos:
a) Características da idade: fase marcante no desenvolvimento humano; ainda muito concentrada no seu “eu”; sente enorme necessidade de estima, de amor; aberta à contemplação, à admiração; gosta de ouvir o silêncio; aprecia símbolos, a expressão corporal, os bichos, tudo o que é vida; gosta de saber fazer as coisas, de rir e brincar, de aprender e decorar.
b) Quanto à imagem de Deus: prevalece a imagem do Deus grande, forte, que tudo sabe e pode, justo, santo, bom: do Deus da criação e dos milagres.
c) Quanto à Bíblia: A criança está na fase de alfabetização: boa ocasião para apresentar-lhe a Bíblia como livro bonito, importante, que os homens apreciam mais que qualquer outro. Pode-se contar como é que ela apareceu na vida do povo, como ela continua sendo importante para as pessoas aprenderem a resolver seus problemas. Usar cartazes, desenhos, expressão corporal. Deixe que as crianças vejam, toquem, perguntem, dêem palpite, façam.
Conte histórias de enredo curto, mantendo a tensão até o fim, narrativas simples, distinguindo claramente entre o bem e o mal. Evitar preconceitos a respeito de pessoas e tipos. O sofrimento e o mal, podem e devem ser abordados, mas de modo a inspirar confiança; a história terminará com a vitória do bem.
Cuidado com os aspectos chocantes da mentalidade infantil: histórias como a de Herodes(matança de bebês), de Caim(que mata o irmão), os pormenores da paixão de Jesus e outros textos semelhantes, são traumatizantes nesta idade. Enfim, narrativas bíblicas que impressionam negativamente a criança e amedrontam podem provocar antipatia pela Bíblia durante longos anos.
d) Sugestão de texto
-histórias de Abraão, Zaqueu, principalmente falemos de Jesus, amigo dos pobres e pequenos; de suas atitudes; de sua oração, de seus amigos.
-textos contemplativos: frases dos salmos e dos Evangelhos que exprimem alegria, louvor, agradecimento, confiança. Um salmo inteiro será cansativo demais, por isso, devemos escolher as frases mais falantes.
-textos sapienciais: dois excelentes repertórios são o Livro dos Provérbios e o Eclesiástico (não confundir com Eclesiastes que é muito pesado para essa idade).
FINAL DA INFÂNCIA: pelos 9-10 anos:
a) características: viva, ativa; interessa por aventuras, viagens, ação; gosta de ler, de estudar, de aprender; está mais socializada, o que lha dá mais segurança; quer saber os porquês - se o fato aconteceu mesmo; quer coisas concretas (não está mais ligado à linguagem poética, lendas e fábulas).
b) Quanto à Bíblia: tempo favorável para boas informações sobre o livro: como foi escrito, quando, por quem, para que, diversidade dos escritos; informações sobre o povo, a terra, os costumes; tempo de familiarizar-se com nomes e lugares da Bíblia; tempo de manusear a Bíblia: saber encontrar livro, capítulo e versículo; agora, mais que o desenho, serão apreciadas a montagem e a colagem de figuras; a expressão corporal será substituída pela encenação - não mera repetição do texto, mas a sua atualização.
c) Sugestão de textos: deverão ser concretos, movimentados. Boa ocasião para aprofundar a vida adulta de Jesus. Nos Atos encontraremos bons textos sobre comunidades primitivas.
Fala-se de Deus criador, da sua grandeza, conforme a Bíblia nos fala, mas sem usar a linguagem simbólica própria do Gênesis 1 e 2. Esses textos são difíceis para essa idade. Eles exigem uma boa formação do catequista também. Mas, são textos para serem usados com os jovens e não com crianças. Por enquanto, fala-se de Deus criador sem usar esses textos.
Os relatos de milagres e as parábolas de Jesus, ao contrário do que em geral se pensa, não são os mais indicados. A criança pode ficar com uma imagem deturpada de Jesus, como se ele fosse um mágico, parecido com os dos desenhos da televisão. Os livros de catequese mais atualizados não usam essas narrativas.
PRÉ-ADOLESCÊNCIA: pelos 11-12 anos:
a) Características: mundo infantil começa a desmoronar-se: questiona tudo; surge a consciência das próprias limitações; há uma nova volta para o próprio “eu”; é a época dos grupos solidários; da imitação dos adultos. Devido a uma série de fatores, principalmente os meios de comunicação social, está fase tem começado antes dos 11 anos.
b) Textos bíblicos: numa linha mais refletida, tomem-se as figuras de Jesus, Jeremias. Ainda não é tempo para anjos e demônios, lendas e insistência em milagres para não reforçar a mentalidade mágica, própria da idade.
Equipe do Catequese Hoje
1. DICAS DE INÍCIO - sobre o uso da Bíblia na catequese é importante saber:
a) Respeitar a interação vida-Bíblia. Que também a criança, o adolescente, aprenda a ler a Bíblia a partir da vida e em função dela. Trabalhar com a Bíblia sem ligá-la com a vida é como querer utilizar um aparelho elétrico desligado da eletricidade: não funciona! A Bíblia brotou da vida de um povo e para que seja captada em seu verdadeiro sentido tem de estar ligada à vida do grupo que a lê, reflete e reza a partir dela.
O catequista precisa ter uma boa formação Bíblica para não fazer uma leitura fundamentalista, ou seja, ler tudo ao pé da letra. Como vimos nos encontros anteriores é preciso descobrir o que o texto está dizendo, que linguagem o autor utilizou para dar seu recado.
b) Não dizer hoje o que teremos de desdizer amanhã. Quando o catequista não sabe responder o que a criança perguntou, é bom dizer que não sabe e que dará a resposta depois.
c) Sempre que possível, não só falar da Bíblia, mas dar-lhe a palavra.
2. ESCOLHA DOS TEXTOS BÍBLICOS
Não vamos nos deter a elencar um monte de critérios, achamos mais interessante, neste momento, nos prendermos a um critério básico, que iluminará todos os demais: é a questão da gradualidade. Vejamos:
"Uma certa manhã um fazendeiro montou a cavalo e foi inspecionar suas roças. Chegando lá viu os pés de milho todos muito bonitos, mas ainda muito pequenos. De repente, pôs-se a gritar com os colonos: “Como é que vocês não fazem nada para ajudar meu milho a crescer mais depressa?”. Apeou e , com as duas mãos, começou a puxar e espichar os pezinhos de milho, um por um. De noite, voltou para casa. Estava exausto! Mas comentava: “O dia foi puxado, mas valeu: ajudei o nosso milho a crescer”. No dia seguinte o milharal estava todo ressequido. Morto.
Com as pessoas humanas acontece a mesma coisa. Tudo se dá no tempo certo. E este crescimento às vezes é lento. O catequista deve saber respeitar este ritmo, dar tempo ao tempo.
Quando formos trabalhar com um texto bíblico na catequese devemos estar atentos:
1º - ao linguajar do texto: ver se tem palavras difíceis que precisam ser substituídas.
2º - à experiência de vida do catequizando: entrar em sintonia com a situação que estão vivendo no momento( dor, alegria, luto, festa, esperança, temor...); procurar conhecer o catequizando, o que pensa, vive, sente... A criança evolui, passa de uma mentalidade mágica para outra cada vez mais concreta, crítica, feita de curiosidade e indagação. A leitura Bíblica também terá que evoluir.
3º - à sua maturidade na fé: é importante não esquecer que a criança, o adolescente, o jovem, estão num processo de iniciação a vida de fé. É preciso ir devagar, não podemos usar textos que ainda não estão à altura dos catequizandos, que são difíceis demais.
4º - às prioridades: “Tudo é bom, mas nem tudo é bom para todos aqui e agora”.
Como fazer uma catequese Bíblica?
Vamos tratar sobre como transmitir a mensagem da Bíblia.
1. Ter bem clara a mensagem que queremos transmitir, a atitude evangélica que queremos despertar.
2. Levar em conta o perfil do catequizando: se é criança, jovem ou adulto, qual sua situação de vida, sua cultura, suas experiências. Cada grupo é diferente, como também cada catequizando tem suas próprias experiências. Devemos estar atentos e saber escutar o que eles nos dizem a respeito da sua própria realidade.
3. Procurar os meios, as técnicas que podem proporcionar uma melhor assimilação da mensagem.
4. Não pode faltar o aspecto da vivência concreta que resulta da reflexão feita em grupo.
Algumas notas pedagógicas
Os pequenos
Para os pequenos trata-se mais de uma formação bíblica remota. É importante que a criança se sinta segura com Deus, sinta sua presença amorosa.
É importante experimentar o silêncio, a admiração já tão natural para ela. A criança, facilmente, chega a admirar e escutar Deus, quando há alguém que a toma pela mão. Gosta de rezar pequenos trechos dos salmos com expressão corporal e gestos.
Podemos fazê-la sentir a importância do Livro Sagrado mediante uma pequena procissão, tratando com respeito a Bíblia. Já podemos contar alguns fatos da vida de Jesus, mas o Primeiro Testamento ainda não deve ser abordado. Muitas vezes, são contadas às crianças as narrações dos primeiros capítulos do Livro de Gênesis, justamente por serem "fantásticas". Muitas vezes são apresentadas do ângulo de um Deus que castiga e quer pôr fim à humanidade. Tais narrações foram escritas para adultos a fim de mostrar que a infidelidade à Aliança traz suas consequências para a humanidade. A criança ainda não chegou a essa experiência. Pode ficar amedrontada.
Não apresentemos nunca o Deus que castiga. Não é a mensagem para a criança pequena.
(continua...)
Equipe do Catequese Hoje
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